doctoralThesis
Sensibilidade somestésica como fator participante do desenvolvimento neural: análise eletrofisiológica em ratos precocemente desnutridos
Registro en:
da Silva Tenório, Angélica; Carlos Araújo Guedes, Rubem. Sensibilidade somestésica como fator participante do desenvolvimento neural: análise eletrofisiológica em ratos precocemente desnutridos. 2009. Tese (Doutorado). Programa de Pós-Graduação em Nutrição, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2009.
Autor
TENÓRIO, Angélica da Silva
Institución
Resumen
A condição nutricional, bem como a interação organismo-ambiente são fatores que
influenciam o desenvolvimento do sistema nervoso. Mecanismos de plasticidade neural
ocorrem diante de modificações nessas variáveis, podendo resultar em conseqüências
funcionais. No rato, a privação da aferência sensorial representado pelas vibrissas pode
induzir alterações morfológicas na correspondente área de representação cortical,
modificando suas propriedades funcionais. No presente trabalho investigou-se a influência da
remoção precoce unilateral das vibrissas sobre as características da Depressão Alastrante
Cortical (DAC) analisada em ratos após o desmame e na idade adulta, sob condições
favoráveis e desfavoráveis de lactação (respectivamente, grupos bem-nutrido e desnutrido;
ninhadas formadas por 6 e 12 filhotes). Os animais foram submetidos à remoção unilateral
das vibrissas no 2º. ou 3º. dia de vida e os registros eletrofisiológicos da DAC foram
realizados em dois pontos da superfície cortical de ambos os hemisférios cerebrais, aos 30-40
dias (animais jovens) ou aos 90-120 dias (animais adultos). Os pesos corporais e encefálicos
foram reduzidos, enquanto que a velocidade de propagação da DAC aumentou nos animais
desnutridos, quando comparados aos animais bem-nutridos. A remoção das vibrissas esteve
associada a uma redução nos pesos corporais e encefálicos nos animais jovens, mas não nos
adultos. Os ratos submetidos à privação sensorial apresentaram velocidades da DAC mais
altas no hemisfério contralateral à remoção das vibrissas, quando comparadas com o
hemisfério ipsilateral, no entanto, aqueles que foram submetidos à desnutrição apresentaram
uma redução significativa da velocidade da DAC no hemisfério ipsilateral à remoção das
vibrissas, quando comparados com os hemisférios correspondentes dos desnutridos que
permaneceram com as vibrissas intactas. Nos animais controles (mantidos com as vibrissas
intactas), nenhuma diferença inter-hemisférica foi encontrada. Os resultados sugerem que (1)
a privação sensorial originada nas vibrissas durante o desenvolvimento cerebral facilita a
propagação da DAC e (2) a desnutrição pode influenciar esse efeito, o qual (3) parece ser
permanente, uma vez que persistiu até a idade adulta