masterThesis
Namoro e violência: um estudo sobre amor, namoro e violência para jovens de grupos populares e camadas médias
Registro en:
Sardelich Nascimento, Fernanda; de Lourdes Meira Cordeiro, Rosineide. Namoro e violência: um estudo sobre amor, namoro e violência para jovens de grupos populares e camadas médias. 2009. Dissertação (Mestrado). Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2009.
Autor
NASCIMENTO, Fernanda Sardelich
Institución
Resumen
jovens namorados entrevistados, e como específicos: 1) compreender o que os jovens
entendiam por relações violentas; 2) identificar os tipos de violência mais comuns nas
relações entre os namorados entrevistados; 3) investigar os contextos em que a
violência era aceita entre namorados. Insere-se no campo da Psicologia Social, tendo
como perspectiva teórica as Práticas Discursivas e Produção de Sentidos filiada ao
Construcionismo. O argumento defendido é o de que a violência não é do namorado ou
da namorada, e sim da relação, apresentando significados para a mesma. Foram
realizadas vinte e duas entrevistas, semi-estruturadas gravadas e transcritas , com
jovens entre 18 e 29 anos, que consideravam seus relacionamentos como namoro,
divididos em dois grupos: onze jovens de grupos populares, sete mulheres e cinco
homens, e onze jovens de camadas médias, sete mulheres e cinco homens. Também
foram utilizadas as anotações realizadas no diário de campo e as reportagens sobre
casos de violência entre namorados, disponíveis na mídia impressa e televisiva. A partir
deste material observamos que a violência entre namorados tem, aparentemente, como
principal motivação, a crença de que o outro é uma posse, sendo assim, existe o direito
de controle sobre esse outro. Embora os jovens tenham apresentado concepções
abrangentes sobre o fenômeno da violência na relação, é como se este não estivesse
presente no cotidiano de seus namoros. Entretanto, a violência evidenciou-se, na
relação dos jovens entrevistados na forma de: insultos; tapas; empurrões; proibições
em relação a sair com os(as) amigos(as), ter amizades com pessoas do sexo oposto;
comprar o outro com presentes; impedir que o outro faça algumas atividades, como,
por exemplo, dançar; controle do outro através de ligações e do orkut. Os jovens
entrevistados não compreendem como violência as vivências de desrespeito, controle,
insultos, agressões físicas, psicológicas, morais, ameaças de término, do namoro. Entre
os motivos para a invisibilidade da violência na relação, destaco: 1) a concepção
amorosa dos jovens; 2) a compreensão de alguns desses jovens de que a violência é
restrita apenas ao âmbito físico; 3) a compreensão sobre as normas presentes no
namoro. Na relação, a violência é exercida por homens e mulheres, sendo utilizada
como forma de: controle do outro; garantia de fidelidade; dar a palavra final