dc.description | A ocorrência de distúrbios nutricionais tem sido descrita como evento nosológico
comumente encontrado em pacientes hospitalizados, elevando significativamente o
risco de morbidade e mortalidade. Este estudo teve como objetivo avaliar o estado
nutricional de crianças e adolescentes admitidos na enfermaria pediátrica do Hospital
das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco, no período de janeiro de 2009 a
janeiro de 2010, sendo os resultados apresentados na forma de dois artigos de
divulgação científica (um artigo de revisão da literatura e um artigo original). O artigo
de revisão teve delineamento metodológico do tipo descritivo, de base documental. Para
o artigo original, foi utilizado estudo de corte transversal, onde foi acoplado uma
variável de análise prospectiva (tempo de hospitalização). O artigo de revisão abordou a
epidemiologia da desnutrição hospitalar além da definição, fisiopatologia, diagnóstico e
formas de tratamento dos distúrbios nutricionais mais freqüentes nesse subgrupo
populacional. O artigo original intitulado: Estado nutricional de crianças e adolescentes
admitidos em clínica pediátrica de um hospital universitário brasileiro , foi baseado em
um estudo com 740 pacientes acima de 1 mês de vida e menor que 20 anos de idade,
com o período de internamento superior a 24 horas. Os dados clínicos, antropométricos
e dietéticos foram transcritos das fichas de avaliação nutricional do serviço de nutrição.
A avaliação do estado nutricional foi realizada por meio dos índices altura/idade, e IMC
para idade em Escore-z, segundo os pontos de corte estabelecidos pela Organização
Mundial da Saúde em 2007. Os resultados evidenciaram que as maiores causas de
internamento foram as doenças respiratórias (28,0%), seguidas das do sistema
ortopédico (12,0%) e urinário (11,9%). O déficit estatural apresentou-se elevado
(20,2%), assim como o excesso de peso (21,7%). De acordo com o IMC/Idade, o baixo
peso predominou na faixa etária de 10 a 19 anos (21,0%) enquanto que o excesso foi
mais freqüente nas crianças de 0 a 4 anos (28,0%). Não foi verificada associação entre o
estado nutricional no momento da admissão e tempo de permanência hospitalar. A
prevalência de distúrbios nutricionais foi bastante preocupante nesta população, não
exercendo influencia sobre o período de internamento | |