doctoralThesis
Cefaleia pós-traumática crônica secundária a traumatismo cranioencefálico leve
Registro en:
André de Lira Martins, Hugo; Moraes Valença, Marcelo. Cefaleia pós-traumática crônica secundária a traumatismo cranioencefálico leve. 2010. Tese (Doutorado). Programa de Pós-Graduação em Neuropsiquiatria e Ciência do Comportamento, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2010.
Autor
MARTINS, Hugo André de Lima
Institución
Resumen
Introdução: a cefaleia (cefaleia pós-traumática - CPT) é usualmente o sintoma mais
encontrado na síndrome pós-traumática, se iniciando dentro de sete dias após o trauma, sendo a
forma aguda a que dura até três meses e a forma crônica a que persiste após este período. A
avaliação do paciente com CPT permanece como um grande desafio para o clínico devido à
ausência de achados objetivos, havendo sempre a controvérsia se os sintomas são reais,
psicogênicos ou fabricados . Objetivou-se com este estudo, determinar as características clínicas
da cefaleia pós-traumática crônica (CPTc), bem como a ocorrência de eventos associados a esse
grupo de pacientes, como depressão, ansiedade, nível de qualidade de vida e alodínia cutânea
(AC). Metodologia: os sujeitos foram divididos em três grupos, compostos apenas por mulheres:
(a) grupo sem cefaleia (CONTROLE, n=25), com idade entre 14 e 84 anos, média de 35 anos (b)
grupo com CPTc (n=19), com idades entre 11 e 70 anos, média de 34 anos, e (c) migrânea
(MIGRÂNEA, n=29), com idades entre 13 e 59 anos, média de 36 anos, não havendo diferença
estatisticamente significativa entre os grupos com relação a idade. Os sintomas de ansiedade e
depressão foram avaliados por meio do inventário de ansiedade de Beck (BAI) e do inventário de
depressão de Beck (BDI), respectivamente. A qualidade de vida foi avaliada através do inventário
de qualidade de vida (LIPP e ROCHA), que analisou quatro quadrantes funcionais (afetivo,
social, saúde e profissional). Na avaliação quantitativa da AC, foi utilizado o estesiômetro de
SEMMENS-WEINSTEIN para determinação dos limiares de pressão, e os tubos de ensaio de
vidro para avaliação da sensibilidade térmica. Em relação à avaliação qualitativa da AC, foi
utilizado um questionário simplificado. Resultados: Os pacientes com CPTc apresentaram na sua
maioria, cefaleia com características semelhantes as encontradas na migrânea. A CPTc esteve
associada a níveis de sintomas de ansiedade e depressão similares ao grupo com migrânea e
superior ao grupo controle (p<0,001). Os níveis de qualidade de vida dos pacientes com CPTc
mostrou-se semelhante ao da migrânea e inferior ao grupo controle em todos os quadrantes
(p<0,05). Os limiares de sensibilidade mecânica e térmica foram menores no grupo com CPTc
com relação ao grupo controle (p<0,05). Os pacientes com CPTc apresentaram uma quantidade
de sintomas alodínicos cefálicos e extra-cefálicos superior ao grupo controle na avaliação por
meio do questionário simplificado (p<0,05). Conclusão: A CPTc apresenta características
clínicas semelhantes a migrânea. Os pacientes com CPTc apresentam elevado nível de sintomas
de ansiedade e depressão e nível de qualidade de vida reduzida. Os pacientes com CPTc
mostraram limiares de sensibilidade térmica e mecânica reduzidas e maior quantidade de
sintomas alodínicos em relação ao grupo controle e similares aos migranosos