dc.description | O foco deste trabalho é o Recife dos primeiros anos do século XX e as
repercussões da obrigatoriedade da vacina nesta capital, especialmente no
governo do Desembargador Sigismundo Antônio Gonçalves, com suas reformas
urbanas e sanitaristas, que tiveram como exemplo o Rio de Janeiro, então modelo
para as demais cidades do Brasil. O Rio da Belle Époque e, principalmente, das
reformas sanitaristas que levaram ao maior motim urbano da história do país, A
Revolta da Vacina. O estudo procurou respostas para as seguintes indagações:
como chegavam as notícias da Revolta ao Recife e qual a sua recepção entre os
moradores da capital pernambucana? Sendo Nacional, a lei que regulava a
obrigatoriedade da vacina, como os recifenses receberam essa notícia? Qual o
impacto que a lei causou sobre a comunidade dessa capital? Considerando que o
Rio recepcionou esse projeto com um motim urbano, o Recife, por também ser um
centro econômico relevante no país e envolvido politicamente com os
acontecimentos nacionais, teria apresentado resistências à mesma lei? Se
existiram conflitos no Recife, como ocorreram? Que setor ou setores da sociedade
deles tomaram parte? Como a imprensa pernambucana noticiou aos leitores os
acontecimentos locais? Quais as providências tomadas pelas autoridades? Que
modelo de república era defendido no auge do movimento?
Como diria Certeau, O cotidiano se inventa com mil maneiras de caça não
autorizada e é sobre essa ótica, a da invenção do cotidiano, que analiso a
repercussão da Revolta da Vacina no Recife. Faço isso através de um olhar que
se fixa nos atalhos, nos desvios, nas relações sociais, nos discursos para então
estabelecer os sentidos | |