masterThesis
Estudo da poluição de águas superficiais causadas pelo lançamento de percolado, provenientes do aterro controlado da Muribeca
Registro en:
Batista Almeida, Rosana; Fernando Thomé Jucá, José. Estudo da poluição de águas superficiais causadas pelo lançamento de percolado, provenientes do aterro controlado da Muribeca. 2008. Dissertação (Mestrado). Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2008.
Autor
ALMEIDA, Rosana Batista
Institución
Resumen
A disposição inadequada dos resíduos sólidos urbanos, em lixões e aterros
controlados, vem acarretando impactos à qualidade dos recursos hídricos superficiais. O
percolado, proveniente dos Aterros de Resíduos Sólidos, quando lançado em corpos
hídricos na bacia hidrográfica de influência, ocasiona alterações físicas, químicas e
biológicas na qualidade da água. A implementação de Programa de monitoramento de
percolado nos Aterros e nas águas superficiais é imprescindível à caracterização e
avaliação dos diversos tipos de poluição hídrica, bem como na proposição de ações
preventivas, corretivas e mitigadoras.
O Aterro da Muribeca, localizado no município de Jaboatão dos Guararapes, no
estado de Pernambuco, recebe cerca de 2.800T diárias de lixo, provenientes dos
municípios de Jaboatão dos Guararapes, Moreno e Recife. O objetivo desta pesquisa é
estudar o comportamento de parâmetros químicos (DBO, DQO, pH, nitritos, nitratos,
sulfatos, cloretos, e metais Fe, Co, Cd, Cr, Cu, Mn e Zn), ao longo do período de 1994
a 2005, da qualidade das águas dos Rios Jaboatão dos Guararapes (Classe 3) e de seu
afluente, Muribequinha (Classe 1), devido à influência do lançamento do chorume sobre
esses corpos hídricos. O período de análise foi subdividido em 1º (primeiro), de agosto
de 1994 a setembro de 2002; e 2º (segundo), de outubro de 2002 a agosto de 2005. Vale
salientar que os dados dos parâmetros apresentam descontinuidades. As coletas de água
e chorume foram distribuídas em cinco pontos: um, no chorume efluente do Aterro;
dois, no Rio Jaboatão dos Guararapes e dois, no Rio Muribequinha. A poluição das
águas dos Rios foi avaliada baseando-se nos padrões exigidos pelas Resoluções Conama
nº 20/86 e Conama nº 357/05. No Rio Muribequinha, à jusante do recebimento do
riacho de chorume, as concentrações dos parâmetros, de maneira geral, assumiram
valores maiores do que as do Rio Jaboatão (em P-14). A partir do momento em que o
chorume bruto deixou de ser lançado nesse Rio, houve um decréscimo nas
concentrações dos parâmetros Potássio, Magnésio, Cloretos, Demanda Bioquímica de
Oxigênio e Demanda Química de Oxigênio. Ao longo do período estudado, foi
observada poluição pelo metal pesado Cádmio. No 2º período de análise, com exceção
do Manganês, foi observada a poluição pelos demais metais. No Rio Jaboatão, a partir
de outubro de 2002, a quantidade de oxigênio, necessária à degradação bioquímica da
matéria orgânica, manteve-se, em quase sua totalidade, acima dos limites de referência
(coleta de água em P-14), contrapondo-se com as concentrações do parâmetro que
estiveram, em sua predominância, abaixo ou iguais a 10mg/L no período em que o
chorume bruto era lançado diretamente no Rio Muribequinha. O percolado póstratamento,
portanto, parecia ainda influenciar na poluição orgânica desse corpo hídrico.
Observaram-se que as altas concentrações de fósforo podem estar relacionadas com as
mais significativas precipitações total mensal e diárias, devido a possibilidade de
lavagem de teores excessivos desse nutriente. Existe uma relação entre os dados de
precipitação e o comportamento dos parâmetros da qualidade da água nos dois corpos
hídricos O Rio Jaboatão dos Guararapes não apresentou poluição pelos metais Zinco,
Ferro e Manganês, a partir dos dados disponíveis Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior