masterThesis
Influência da anestesia sobre a propagação da depressão alastrante cortical em ratos normais e desnutridos
Registro en:
Moreira Barreto, Juerila; Carlos Araújo Guedes, Rubem. Influência da anestesia sobre a propagação da depressão alastrante cortical em ratos normais e desnutridos. 1991. Dissertação (Mestrado). Programa de Pós-Graduação em Biofísica, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 1991.
Autor
BARRETO, Juerila Moreira
Institución
Resumen
A influência da anestesia intraperitoneal com a mistura de uréta na+cloralose (U+C,
1.000 mg/kg + 40 mg/kg, respectivamente) ou com othiopental sódico (TH, 50
mg/kg), sobre a incidência e a propagação da depressão alastrante (DA) foi
investigada no córtex cerebral de ratos Wistar adultos (3 a 6 meses de idade),
divididos em dois grupos, segundo o estado nutricional: controle (dieta com 23% de
proteína) e desnutrido precocemente (da gestação aos 42 dias de idade) pelo uso
da "dieta básica regional" (DBR, com 8% de proteínas) de populações humanas da
zona da mata de Pernambuco. No dia da primeira sessão de registro, eram
implantados três eletrodos (fios de prata recobertos por tubos de polietileno e com
as pontas cloretadas em contacto com a superfície cortical): dois, na religião
parietal de um dos hemisférios (para o registro) e o terceiro, nos ossos nasais
(eletrodo de referência). A atividade elétrica cortical e a variação lenta de voltagem
(VLV) que acompanha a DA foram simultaneamente registradas em dois pontos
da superfície cortical, em sessões de duas a quatro horas por dia. ADA era
deflagrada com KCl a 2%, aplicado por um minuto a um ponto da superfície
cortical, a intervalos de 20 a 30 minutos. A primeira sessão era feita com o animal
anestesiado. Nos dias seguintes, estando os ratos acordados, realizavam-se mais
três sessões. Na última destas, após duas horas, o animal era novamente
anestesiado, prosseguindo-se o registro por mais duas horas. Nos animais controle,
os dois anestésicos causaram redução da velocidade de propagação da DA. O
efeito do TH desaparecia no dia seguinte ao da anestesia inicial, enquanto o da
mistura U+C perdurava por mais um a dois dias. No último registro, as velocidades
obtidas após a anestesia eram significantemente mais baixas do que aquelas
registradas antes da administração dos anestésicos. Nos animais desnutridos pela
DBR os efeitos dos anestésicos sobre a propagação da DA foram menos intensos
do que os observados nos animais submetidos à dieta controle. Os resultados
permitem concluir que: 1 - A anestesia pela mistura U+C ou pelo TH influencia a
propagação da DA, reduzindo a sua velocidade; 2 - A técnica utilizada mostrou-se
valiosa para o registro da DA em animais não anestesiados, possibilitando a
determinação da sua velocidade de propagação nessas condições; 3 - Na
desnutrição precoce pela DBR, os efeitos dos anestésicos sobre a DA são
reduzidos