doctoralThesis
Complicações imediatas de pacientes puérperas histerectomizadas por sepse estudo controle : experiência de 17 anos
Registro en:
Remígio Neto, José; Augusto Mathias, Carlos. Complicações imediatas de pacientes puérperas histerectomizadas por sepse estudo controle : experiência de 17 anos. 2004. Tese (Doutorado). Programa de Pós-Graduação em Cirurgia, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2004.
Autor
REMÍGIO NETO, José
Institución
Resumen
Introdução: Nos países desenvolvidos, a hemorragia é apontada como causa principal de
indicação de histerectomia no ciclo grávido-puerperal. Já nos países em desenvolvimento,
verifica-se que a sepse puerperal e a hemorragia são as principais causas. O objetivo do
presente estudo foi analisar as complicações imediatas de pacientes histerectomizadas por
sepse num Hospital Universitário. Métodos: Através de um estudo de observação, analítico
do tipo coorte retrospectivo, foram avaliados dados obtidos em prontuários de 139 pacientes
submetidas à histerectomia na maternidade do Hospital das Clínicas da UFPE, entre abril de
1985 e junho de 2002. De acordo com o evento desencadeador, dividiu-se em dois grupos:
grupo de infecção e grupo de síndromes hemorrágicas (grupo controle). Resultados: Das
139 histerectomias realizadas, 86 (61,8%) foram por sepse (SE) e 53 (38,1%) por síndromes
hemorrágicas (SH). Em ambos os grupos, predominaram as pacientes multigestas, ou seja:
87,2% no grupo por SE e 96,2% no grupo por SH; 66,3% das histerectomias em pacientes
com SE e 92,5% das pacientes com SH tinham sido submetidas a parto cesariano (p=0,003
e p<0,001, respectivamente). No grupo de histerectomias por SH, houve predominância de
DPPNI (p<0,001). A histerectomia total foi realizada em 97,7% das portadoras de sepse
(p<0,001), enquanto apenas 45,3% das histerectomias nas SH foram totais (p<0,001). As
pacientes submetidas à histerectomia por SE receberam mais transfusão sangüínea do que o
grupo controle (60,5% X 45,3%), sem diferença estatística significante. Nenhuma paciente
histerectomizada por SH apresentou complicações transoperatórias, entretanto 9,3% das
histerectomias por sepse complicaram durante o ato cirúrgico (lesão do trato digestivo, trato
urinário e distúrbio da coagulação). Em relação às complicações pós-operatórias foi observado
que 31,4% das pacientes do grupo de SE apresentaram complicações decorrentes de infecção
(fasciite necrotizante, insuficiência renal, choque séptico e insuficiência respiratória), não se
observando estas complicações nas pacientes com síndrome hemorrágica. Conclusões: As
portadoras do grupo sepse apresentaram maior incidência de abscesso (intra-abdominal e de
sítio cirúrgico) em relação ao grupo controle. As histerectomias, com infecções puerperais
aumentam a morbimortalidade materna no ciclo gravídico-puerperal, em relação às
histerectomias por síndromes hemorrágicas