masterThesis
Urbanismo paramétrico: parametrizando urbanidade
Registro en:
Canuto da Silva, Robson; Manuel do Eirado Amorim, Luiz. Urbanismo paramétrico: parametrizando urbanidade. 2009. Dissertação (Mestrado). Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Urbano, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2009.
Autor
SILVA, Robson Canuto da
Institución
Resumen
A dissertação trata de uma nova corrente de desenho urbano - o urbanismo paramétrico - que surgiu no âmbito da
prática do escritório Zaha Hadid Architects e no ambiente acadêmico da Architectural Association School. O urbanismo
paramétrico se fundamenta essencialmente nos sistemas de desenho paramétrico, nos quais os parâmetros do modelo
digital é que são declarados e não a sua forma, ou seja, o foco de interesse não é a forma em si, mas os parâmetros
que a geram. Essas ferramentas, desenvolvidas originalmente, na indústria aeroespacial e automotiva, vêm
apresentando um forte impacto nos processos de projeto arquitetônico, especialmente por aprimorar o desenho de
componentes do edifício. Nos últimos anos, técnicas e tecnologias de desenho paramétrico vêm sendo, paulatina e
deliberadamente, transladadas para o urbanismo, isto é, para o desenho urbano de larga escala, sob o argumento de
que os sistemas paramétricos possibilitam gerar, rapidamente, diferentes alternativas de desenho a partir da simples
alteração de valores de um parâmetro particular, permitindo a geração de diferentes modelos para serem
posteriormente avaliados, facilitando, assim, a tomada de decisão durante o processo de criação. Todavia, verifica-se
que, apesar das potencialidades oferecidas para aumentar a eficiência e qualidade das propostas de projeto urbano, o
urbanismo paramétrico emprega apenas estratégias de morfogênese digital, de mistura de usos e de densidade para
criar vida urbana. Este novo modelo de urbanismo explora apenas parâmetros de natureza formal, ambiental e funcional
para constituir espaços urbanos vibrantes. Embora densidade e mistura de atividades sejam importantes atributos da
vida urbana, não são os primordiais. Teorias urbanas recentes, propostas por Bill Hillier e Julienne Hanson, têm
argumentado que a configuração espacial dos grids urbanos determina padrões de movimento (movimento natural)
através do espaço, independente de atratores. Parâmetros de configuração do espaço, ignorados pelo urbanismo
paramétrico, são fundamentais para o entendimento das dinâmicas urbanas, bem como para a proposição de novas
formas urbanas. Assim sendo, são propostas alternativas de aperfeiçoamento do modelo a partir da introdução de
parâmetros de configuração espacial, fundamentados nos paradigmas de urbanidade e de formalidade, formulados por
Frederico de Holanda. Holanda desenvolveu uma metodologia para aferição do grau de urbanidade das porções
urbanas, a Medida de Urbanidade (URB), que varia entre 1 (nível de máxima formalidade) e 5 (nível de máxima
urbanidade). As variáveis espaciais empregadas por Holanda podem ser facilmente convertidas em parâmetros
manipuláveis computacionalmente de modo a facilitar sua introdução em uma metodologia de projeto urbano
paramétrico, visando à proposição de layouts urbanos mais eficientes, no sentido de poder melhor suportar uma
relação integral entre a ocupação (a partir da definição de locais ideais para diferentes atividades) e os movimentos de
pedestres, a fim de garantir a animação de áreas urbanas. Entende-se que, criar vida urbana é um problema especial
de desenho da configuração espacial e argumenta-se: urbanidade é parametrizável e pode ser utilizada como critério
de desempenho desde a fase inicial do processo de desenho urbano, a fim de criar um campo potencial para
estabelecer espaços urbanos ativos. O método desenvolvido por Frederico de Holanda foi parametrizado e, com isso,
construiu-se um novo modelo de desenho urbano paramétrico em função da vida urbana Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico