doctoralThesis
Investigação farmacognóstica e biológica de folhas de Indigofera suffruticosa Mill sobre Aedes aegypti
Registro en:
Raphael Cardoso Vieira, Jeymesson; Teresa Jansem de Almeida Catanho, Maria. Investigação farmacognóstica e biológica de folhas de Indigofera suffruticosa Mill sobre Aedes aegypti. 2011. Tese (Doutorado). Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2011.
Autor
Raphael Cardoso Vieira, Jeymesson
Institución
Resumen
Indigofera suffruticosa Mill (Fabaceae), popularmente conhecida como anil, ocorre em abundância no nordeste brasileiro e tem intenso uso popular no tratamento de infecções, inflamações e outros processos, sem relatos de efeitos colaterais nocivos ao ser humano. Para explorar o potencial desta planta e dar um embasamento científico a sua utilização, desenvolveu-se este trabalho experimental realizando estudos farmacognóstico e biológico de folhas de I. suffruticosa sobre ovos, larvas e mosquitos de Aedes aegypti. O material da pesquisa foi obtido a partir de um screening fitoquímico de folhas onde foram evidenciados os protocolos extrativos para identificar e isolar moléculas majoritárias presentes na espécie. Os derivados indigóides índigo e indirubina foram caracterizados pelo índice de retenção (RF), Ressonância Magnética Nuclear de prótons (RMN-1H) e espectroscopia na região do Ultravioleta/Visível (UV-Vis). No teste embriotóxico com ovos tratados com extrato aquoso de folhas de I. suffruticosa nas concentrações de 250, 500, 750, 1000g/mL a ecdise foi observada durante 7 dias (24/24h). O desenvolvimento embrionário de larvas de A. aegypti no primeiro estádio (L1) foi observado de 0 à 72h utilizando concentrações de 250 a 1000g/mL do extrato aquoso e metanólico de folhas de I. suffruticosa. O estudo morfológico foi realizado ao microscópio óptico (200x) e foi analisada a região anterior do intestino médio de larvas de A. aegypti tratadas com extrato aquoso de folhas de I. suffruticosa (250g/mL). O extrato aquoso (4,2%) mostrou a presença de derivados cinâmicos, iridóides, leucoantocianidina e indigóides. No metanólico (3,9%) foi detectada a presença de iridóides, β-sitosterol, β-amilina, leucoantocianidina, flavonóides, açúcares redutores, derivados cinâmicos e indigóides. A Cinética de Hidrólise do extrato aquoso revelou uma menor banda do indican em 10min, em 20min maior concentração e em 30min ausência de indican. Do extrato metanólico foram obtidas duas frações: metanólica (MeOH) e diclorometano (CH2Cl2). Da MeOH foi isolado o composto químico indican. Da CH2Cl2 foram isolados os compostos índigo e indirubina. Estes compostos foram caracterizados confirmando a fórmula molecular C16H10N2O2. Na atividade embriotóxica com ovos tratados com extrato aquoso de folhas de I. suffruticosa nenhuma eclosão foi observada, porém o grupo controle apresentou um percentual de eclosão de 35%. Aproximadamente 93,3% das larvas (L1) tratadas com extrato aquoso (250μg/ml) apresentaram desenvolvimento até o segundo estádio (L2), por outro lado, nas outras concentrações (500, 750 e 1000g/mL) o efeito inibitório foi mais baixo com percentuais de 20%, 53,3%, 46,6% respectivamente. No grupo controle 93,3% das larvas passaram para o estádio L4. Com o extrato metanólico a atividade embriotóxica sobre larvas não foi significativa. A observação morfológica do intestino anterior das larvas tratadas com extrato aquoso (250μg/ml) mostrou alterações na estrutura do envelope peritrófico, apresentando uma descontinuidade do epitélio subjacente, aumento do lúmen intestinal e segmentos com aspectos hipertróficos em comparação com as larvas controle. O extrato aquoso apresentou atividade deterrente sobre fêmeas de mosquitos A. aegypti, reduzindo significativamente a postura de ovos. Esta pesquisa demonstrou que a espécie I. suffruticosa é eficaz no controle do vetor da dengue e na sequência dos estudos, poderá ser utilizada nas áreas médica e farmacêutica Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior