masterThesis
Uma Lectina do líquen Cladonia verticillaris : purificação e caracterização parcial
Registro en:
Dalvina Correia da Silva, Michele; Cassandra Breitenbach Barroso Coelho, Luana. Uma Lectina do líquen Cladonia verticillaris : purificação e caracterização parcial. 2004. Dissertação (Mestrado). Programa de Pós-Graduação em Bioquímica, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2004.
Autor
Dalvina Correia da Silva, Michele
Institución
Resumen
Lectinas são proteínas ou glicoproteínas de origem não imunológica que possuem sítios de
ligação para carboidratos e/ou glicoconjugados. Uma lectina do líquen Cladonia verticillaris
foi purificada através de cromatografia de exclusão molecular. O líquen triturado foi
submetido à extração e uma purificação parcial por fracionamentos utilizando sulfato de
amônio. As amostras foram submetidas a ensaios de atividade hemaglutinante (AH) e suas
concentrações protéicas foram estimadas. A fração mais ativa, F1 (0-30 %), foi submetida a
ensaios de inibição, a ensaios de estabilidade térmica e de dependência de íons divalentes,
assim como a ensaios cromatográficos para a purificação e caracterização lectínica. ClaveLL
foi isolada através de cromatografia de exclusão molecular de F1, e submetida aos mesmos
ensaios; foi também avaliada quanto à estabilidade da AH em valores de pH compreendidos
de 2 a 12. F1 e ClaveLL foram analisadas em eletroforeses em gel de poliacrilamida (PAGE)
para proteínas nativas ácidas e básicas, assim como para proteínas desnaturadas. F1 foi inibida
parcialmente por carboidratos (N-acetil-D-glicosamina, xilose, arabinose, ramnose e manose)
e glicoproteínas (fetuína, caseína, ovalbumina e peroxidase) ou totalmente (glicoproteínas
presentes em soro fetal bovino e em soro de coelho). ClaveLL foi inibida parcialmente por
carboidratos (N-acetil-D-glicosamina, galactose, ramnose, manose, glicose e trealose) e
ovalbumina, e inibida totalmente por fetuína, asialo-fetuína, caseína, asocaseína e
glicoproteínas presentes em colostro, soro de coelho e soro fetal bovino. F1 foi termoestável,
mantendo sua AH a 80°C, enquanto ClaveLL foi sensível ao aumento de temperatura. F1 e
ClaveLL não foram dependentes de íons, mas MnCl2, BaCl2, CaCl2 e MgCl2 estimularam sua
AH. ClaveLL foi mais ativa nos valores de pH ácido (5,5) ou básico (11,0). PAGE contendo
SDS resolveu F1 e ClaveLL como única banda polipeptídica (glicosilada) com peso molecular
menor que 14 kDa. F1 glicosilada pode ter resíduos glicose/manose uma vez que se ligou à
Cramoll 1,4-Sepharose, uma matriz de afinidade com a lectina de semente de Cratylia mollis,
isoformas 1 e 4 glicose/manose específica, imobilizada à Sepharose CL-4B. PAGE para
proteínas nativas ácidas detectou em ClaveLL uma única banda que migrou junto com a
frente de corrida; o mesmo foi observado em PAGE para proteínas nativas básicas.
Cromatografia de ClaveLL através de filtração em gel em sistema ÄKTA-FPLC, resolveu três
picos distintos com AH, que sugeriram formas de agregados moleculares para a lectina nativa,
com pesos moleculares estimados em 170, 110 (pico principal) e 82 kDa. Concluindo,
ClaveLL glicosilada altamente purificada é estável a pH e principalmente inibida por
glicoproteínas