doctoralThesis
Estudos clínico-moleculares de três famílias pernambucanas com microcefalia primária
Registro en:
Ferraz Leal, Gabriela; Oliveira da Silva, Elias. Estudos clínico-moleculares de três famílias pernambucanas com microcefalia primária. 2003. Tese (Doutorado). Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2003.
Autor
LEAL, Gabriela Ferraz
Institución
Resumen
Três famílias consangüíneas pernambucanas (famílias 1, 2 e 3) com microcefalia
primária autossômica recessiva foram analisadas nos seus aspectos clínicos e, duas delas,
submetidas a estudos de ligação. A família 1, a mais extensa delas, continha oito afetados
(cinco homens e três mulheres, com idades variando entre 4 e 27 anos) com medidas de
perímetro cefálico entre 7 e 10 desvios-padrões abaixo da média populacional para idade e
sexo. Na família 2 havia cinco afetados (dois homens e três mulheres, com idades variando
de 14 a 25 anos) com medidas de circunferência craniana 4 desvios-padrões abaixo da
média. Todos os pacientes dessas duas famílias tinham saúde geral boa e parâmetros do
crescimento dentro dos limites da normalidade. A microcefalia acompanhava-se de retardo
mental moderado em todos eles, mas nenhuma outra alteração neurológica, dismorfia ou
malformação foi observada. Os pais tinham perímetro cefálico e inteligência normais.
Exame oftalmológico, estudo cromossômico (400 bandas) e eletroencefalograma realizados
em alguns pacientes foram normais e tomografia computadorizada de crânio-encéfalo não
evidenciou malformações cerebrais nem distúrbios de migração neuronal. Após excluir-se
ligação aos cinco locos já sabidamente associados à microcefalia primária autossômica
recessiva, foi realizada, em ambas as famílias, pesquisa genômica ampla com um painel de
365 marcadores microssatélites autossômicos espaçados a intervalos de 10 cM em média.
Na família 1 identificou-se, por meio do método de mapeamento por autozigose, um novo
loco (o sexto, denominado MCPH6 − microcephaly6) associado à microcefalia primária
autossômica recessiva. Na família 2, a análise dos 365 marcadores não revelou nenhuma
região de autozigose. Uma terceira família (a família 3), estudada do ponto de vistaclínico mas não analisada molecularmente, tinha dois afetados (um do sexo feminino e
outro do sexo masculino), com medidas de perímetro cefálico 6 e 8 desvios-padrões abaixo
da média, respectivamente. O rapaz tinha retardo mental moderado e a moça, atraso
profundo do desenvolvimento neuropsicomotor, o que sugeria que outra patologia pudesse
estar associada à microcefalia primária. Os três irmãos desses dois afetados tinham medida
de perímetro cefálico 2-3 desvios-padrões abaixo da média (limítrofe para microcefalia) e
nível intelectual variável: um deles apresentava inteligência normal e os outros dois, retardo
leve a moderado. O estudo dessas três famílias pernambucanas levou ao mapeamento de
um novo loco (o sexto) associado à microcefalia primária autossômica recessiva e revelou
que pelo menos mais um outro existe e aguarda identificação