doctoralThesis
Influência da dieta materna sobre o processo inflamatório, estresse oxidativo e disfunção endotelial em filhotes de camundongos : um estudo ultraestrutural e bioquímico
Registro en:
de Oliveira Cipriano Torres, Dilênia; Alves Peixoto, Christina. Influência da dieta materna sobre o processo inflamatório, estresse oxidativo e disfunção endotelial em filhotes de camundongos : um estudo ultraestrutural e bioquímico. 2010. Tese (Doutorado). Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2010.
Autor
TORRES, Dilênia de Oliveira Cipriano
Institución
Resumen
O estado nutricional tem influências importantes no desenvolvimento fetal e a alteração na
qualidade e/ou quantidade da alimentação materna durante a gravidez tem consequências
sobre a saúde posterior da prole, mudando suas respostas aos desafios ambientais e, portanto,
sua predisposição a doenças. Ácidos graxos ômega-6 e ômega-9 são importantes nutrientes
para o crescimento e desenvolvimento e parecem desempenhar um importante papel na
modulação da doença inflamatória cardiovascular e hepática. O objetivo deste estudo foi
investigar o efeito de dietas hiperlipidêmicas sobre o endotélio e o fígado de matrizes, bem
como, avaliar em matrizes hipercolesterolêmicas o efeito do consumo de ômega-6 e ômega-9
sobre o fígado e o endotélio aórtico da prole. Na primeira etapa, avaliamos, em camundongas
Swiss, o efeito de uma dieta hiperlipidêmica, rica em ômega-6 e colesterol, sobre o endotélio
e o fígado. Análises bioquímicas mostraram que as dietas experimentais causaram
dislipidemia, inflamação e peroxidação lipídica; a análise ultraestrutural, por sua vez,
evidenciou que as dietas hiperlipidêmicas promoveram patogênese endotelial e acúmulo de
lipídeo hepático. Entretanto, a dieta se mostrou mais hepatotóxica quando suplementada com
colesterol. Em uma segunda etapa deste trabalho, com o intuito de se caracterizar a influência
da dieta de matrizes sobre o endotélio e o fígado da prole, camundongas da espécie
C57BL/6J, deficientes de receptor LDL, foram submetidas a uma dieta rica em ômega-6 ou
ômega-9 durante 45 dias antes do acasalamento até o nascimento da prole. Matrizes
alimentadas com dieta rica em ômega-6 apresentaram aumento sérico de colesterol total (CT)
e seus filhotes, por sua vez, apresentaram elevação sérica de CT, triglicérides (TG) e proteína
quimiotática de monócito-1 (MCP-1) circulante e diminuição de lipoproteína de alta
densidade (HDL). Por outro lado, filhotes de matrizes alimentadas com dieta rica em ômega-9
apresentaram diminuição de TG e aumento de lipoproteína de baixa densidade (LDL). A
análise morfológica do fígado de filhotes de matrizes alimentadas com dieta rica em ômega-6
mostrou esteatose, infiltrado leucocitário e aumento da expressão de MCP-1, enquanto que na
análise ultraestrutural foram observadas gotículas de lipídeos e miofibroblastos. Tais
alterações não foram observadas nos filhotes de matrizes alimentadas com ômega-9. Em
análises morfológicas da aorta ascendente, filhotes de matrizes alimentadas com dieta rica em
ômega-6 apresentaram um aumento da expressão de VCAM-1 e MCP-1 e alterações
ultraestruturais severas como lâmina elástica descontínua, desprendimento de células
endoteliais e presença de mitocôndrias degeneradas. De forma semelhante, estas alterações
não foram observadas nos filhotes de matrizes alimentadas com dieta rica em ômega-9. Nosso
estudo sugere que dietas hiperlipidêmicas promovem dano endotelial e hepático em matrizes.
E que matrizes hipercolesterolêmicas alimentadas com dieta rica em ômega-6 predispõem
seus filhotes à disfunção endotelial e hepática. Por outro lado, uma dieta rica em ômega-9 tem
um efeito não lesivo