doctoralThesis
Morfotipagem, caracterização fisiológica de leveduras isoladas de secreção vaginal e sensibilidade a própolis e lectinas
Registro en:
Severo Gomes, Bruno; Lúcia Figueiredo Porto, Ana. Morfotipagem, caracterização fisiológica de leveduras isoladas de secreção vaginal e sensibilidade a própolis e lectinas. 2009. Tese (Doutorado). Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2009.
Autor
Severo Gomes, Bruno
Institución
Resumen
As leveduroses, em especial as candidoses, vêm assumindo papel de grande relevância na patologia
humana. O trato genital feminino pode ser acometido por processos inflamatórios e infecciosos, os
quais são diagnosticados pela análise da secreção vaginal. Diversas espécies de leveduras têm sido
isoladas da vulva e da vagina, em casos normais e de vulvovaginite. Com o objetivo de
caracterizar fisiologicamente, realizar a morfotipagem e analisar o perfil enzimático desses
fungos e avaliar atividade antifúngica de própolis brasileiras (verde e vermelha), como
também de lectinas de sementes de leguminosas do Brasil (Dviol, DRL, ConBr e LSL),
foram utilizadas trinta amostras de vinte e três espécies de leveduras isoladas de secreção
vaginal de mulheres grávidas e não grávidas. Todas as culturas estão depositadas na Micoteca -
URM, Departamento de Micologia da Universidade Federal de Pernambuco e foram submetidas a
confirmação taxonômica de acordo critérios clássicos os quais se baseiam em provas morfológicas e
fisiológicas. A morfotipagem foi utilizada como método de diferenciação entre espécies. Foi
verificado que dos 30 isolados, todos (100%) apresentaram crescimento a temperatura ambiente (TA
= 28°C ± 1° C) e a 37°C e 17 (57%) cresceram a 42°C. Os morfotipos apresentaram diferenças
significativas independente da espécie, presença ou ausência sintomática. Em relação à detecção da
atividade enzimática, foi observada atividade proteásica em dois isolados (6,6%) Candida maritima
URM 4976 e C. obtusa URM 4982. A atividade fosfolipásica foi detectada em 20 isolados (66,7%),
utilizando como substrato à lecitina de soja, em diferentes temperaturas. Das 30 amostras de
leveduras testadas, todas foram sensíveis à anfotericina B com CIMs variando de 0,06mg/mL a
1mg/mL. Em relação ao fluconazol, seis amostras apresentaram resistência com CIMs, acima de
64mg/mL. Das amostras de leveduras analisadas apenas três isolados foram susceptíveis ao extrato
aquoso da própolis verde. O extrato alcoólico da própolis verde apresentou atividade antifúngica
entre 2-1,024μg/mL. A atividade fungicida do extrato alcoólico da própolis vermelha foi verificada
em todas as amostras analisadas, cuja média geométrica ficou entre 8-161,1μg/mL. Os dados
obtidos demonstram que todas as amostras de leveduras isoladas de secreção vaginal foram
sensíveis ao extrato alcoólico da própolis vermelha. O potencial antifúngico da própolis vermelha
para essas espécies sugerem aplicações futuras como tratamento alternativo para leveduroses
vaginais. As lectinas DRL, ConBr e DvioL, apresentam potencial antifúngico, frente a leveduras
isoladas de secreção vaginal, formando assim, um campo promissor para elaboração de novas
estratégias terapêuticas em relação as leveduroses vaginais e consequente promoção da saúde da
mulher. Assim a caracterização de leveduras isoladas de secreção vaginal, bem como a
determinação de sua atividade enzimática, pode contribuir para o entendimento da epidemiologia
das vulvovaginites e auxiliar no tratamento das pacientes Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico