masterThesis
Aspectos epidemiológicos da esquistossomose mansônica hepatoesplênica em Pernambuco
Registro en:
Carolina Valença Silva, Paula; Lúcia Coutinho Domingues, Ana. Aspectos epidemiológicos da esquistossomose mansônica hepatoesplênica em Pernambuco. 2009. Dissertação (Mestrado). Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2009.
Autor
SILVA, Paula Carolina Valença
Institución
Resumen
Compreendida como uma das mais importantes infecções helmínticas em saúde pública,
a esquistossomose mansônica largamente distribuída em países em desenvolvimento, é
considerada a segunda doença parasitária humana mais prevalente, perdendo apenas
para malária. No Brasil, a esquistossomose representa um sério problema médico-social,
sendo o Nordeste região hiperendêmica e sede de vários casos de formas graves da
doença, destacando Pernambuco como um dos estados de maior ocorrência e alta
morbimortalidade. A forma hepatoesplênica é considerada como indicador de gravidade
da doença caracterizada por alterações clínicas, hematológicas, bioquímicas e
ultrassonográficas. Dois trabalhos foram elaborados abordando a doença nesta forma
clínica. No primeiro estudo realizou-se uma revisão bibliográfica acerca dos aspectos
sóciodemográficos e clínicos da Esquistossomose na forma Hepatoesplênica no estado
de Pernambuco, mediante a busca dos mais importantes artigos científicos indexados
nos bancos de dados Lilacs, PubMed-MEDLINE e SciELO. Ao total foram analisadas
66 publicações. No segundo estudo, o propósito foi descrever os principais aspectos
sóciodemográficos e antecedentes clínicos de portadores de esquistossomose na forma
hepatoesplênica(HE).Foram estudados 159 pacientes atendidos no Ambulatório de
Esquistossomose do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco
(HC-UFPE), no período de Setembro/08 a Março/09, referência no estado, que recebe
pacientes de todo estado, principalmente, oriundos da Zona da Mata e litoral. Os
pacientes foram submetidos à entrevista com aplicação do protocolo de pesquisa
padronizado seguido da revisão sistemática de prontuários, obedecendo aos seguinte
critério de inclusão: todos os pacientes com esquistossomose hepatoesplênica
confirmada.. Os casos foram diagnosticados por ultrassonografia de abdome que
confirmou fibrose periportal e esplenomegalia. Comprovou-se maior ocorrência da
forma HE na faixa etária de 31 a 60 anos e no sexo feminino 61% (97/159). A ocupação
que mais predominou foi a de doméstica 23,9% (38/159), 44 pacientes (27,7%) eram
analfabetos, 31 pacientes (19,5%) vivem com renda familiar inferior a um salário
mínimo. Quando comparado a estudos anteriores, o estudo sugere um aumento do
número de casos graves oriundos da cidade de Recife 20,1% (32/159) e região
metropolitana, principalmente do município de Jaboatão dos Guararapes 11,9%
(19/159). Quanto aos antecedentes clínicos, a hemorragia digestiva alta esteve presente
em 61,6% (98/159) dos casos, 47,8% dos casos (76/159) revelaram último contato com
rios há mais de vinte anos, 16 pacientes (10,1%) não realizaram tratamento prévio para
Esquistossomose. Os estudos demonstraram a expansão da forma grave da doença em
Pernambuco para áreas urbanas, sobretudo litoral e região metropolitana de Recife,
mostrando a necessidade de vigilância contínua dos Programas de Controle, sugerindo
um processo de adequação das estratégias dos serviços de saúde, na tentativa de evitar
que este problema continue representando situação de difícil controle no Estado. Além
disso, a elevada freqüência de hemorragia digestiva alta nestes pacientes, bem como,
relativo índice de pacientes sem tratamento prévio para esquistossomose, observados no
Artigo 2, fortalecem a necessidade de uma abordagem sistematizada em todos os casos
com epidemiologia presente e diagnóstico da forma hepatoesplênica Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior