Brasil
| masterThesis
Ecologia trófica das anêmonas-do-mar Anthopleura cascaia e Anthopleura krebsi (cnidaria: anthozoa) em duas praias de Pernambuco, Brasil
Registro en:
Farias da Silva, Janine; Daniel Pérez, Carlos. Ecologia trófica das anêmonas-do-mar Anthopleura cascaia e Anthopleura krebsi (cnidaria: anthozoa) em duas praias de Pernambuco, Brasil. 2009. Dissertação (Mestrado). Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2009.
Autor
SILVA, Janine Farias da
Institución
Resumen
Estudos sobre ecologia trófica são fundamentais para a compreensão do papel
que as espécies representam no ecossistema. As anêmonas-do-mar são
importantes componentes dos ambientes recifais, porém poucos estudos
abordam a relação entre a anêmona e sua presa. Assim, foram estudadas as
espécies Anthopleura cascaia e Anthopleura krebsi ao largo da praia dos
Carneiros e em Piedade, litoral sul de Pernambuco, para avaliar a dieta, grau de
seletividade alimentar e sobreposição de nicho. Foram realizadas coletas
bimestrais entre os meses de março de 2007 e fevereiro de 2008. O conteúdo
gástrico encontrado foi triado, contabilizado, medido e identificado. A partir dessa
análise, foram obtidos valores da abundância absoluta e relativa, riqueza,
diversidade e freqüência de ocorrência de presas. As abundância e riqueza foram
comparadas pelo teste Log linear. A correlação de Spearman foi usada para
verificar a relação entre (a) o tamanho das anêmonas e de suas presas e (b) a
abundância das presas no ambiente e na cavidade gástrica. O teste GLM ANOVA
foi aplicado para testar a seletividade pelo tamanho das presas. O tamanho médio
das anêmonas e o de suas presas foi comparado pelo teste t. A sobreposição de
nicho foi estimada através dos índices de similaridade qualitativa (Jaccard) e
quantitativa (Morisita). A. cascaia mostrou-se com um maior tamanho que a A.
krebsi, e uma maior riqueza de itens de presa, 26 em Piedade e 16 em Carneiros.
Na praia dos Carneiros as principais presas de A. cascaia foram juvenis do
bivalve Brachidontes solisianus e o cirripédio Chthamalus bisinuatus. Em Piedade
o padrão se repetiu, no entanto, o cirripédio teve abundância menor. Houve
diferença significativa na diversidade das presas encontradas nas cavidades
gástricas entre as praias e também entre os períodos seco e chuvoso. A. krebsi
utilizou 12 itens de presas na praia dos Carneiros e 10 em Piedade. B. solisianus
foi o mais abundante e também o mais frequente entre as presas de A. krebsi
tanto na Praia dos Carneiros quanto em Piedade. A análise qualitativa da
sobreposição dos nichos mostrou uma baixa similaridade entre as praias e entre
as espécies. No entanto, em uma análise quantitativa foi observada uma elevada
similaridade entre as situações. A. krebsi teve um espectro menor de presas, se
alimentando com predomínio de Brachidontes spp. em ambas as praias. Apesar
da sobreposição parcial no nicho alimentar das espécies com predomínio das
mesmas presas na alimentação de A. cascaia e A. krebsi, é possível que isto não
represente uma competição forte pelos recursos alimentares já que as presas são
abundantes no meio. Tanto a A. cascaia quanto a A. krebsi seriam polífagas, com
predomínio de moluscos e crustáceos em sua dieta. Apesar dos resultados
mostrarem que as espécies seriam seletivas, a pouca mobilidade das mesmas e o
aproveitamento de juvenis de espécies bentônicas parece indicar que as
anêmonas em estudo seriam passivas dependendo da ação de ondas ou outros
invertebrados para tornarem suas presas disponíveis Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior