dc.identifier | Danielli Avelino de Sousa, Luci; Alves de Oliveira, Cláudia. Os grupos pré-históricos ceramistas da praia de Sabiaguaba, Fortaleza/CE-Brasil. 2011. Dissertação (Mestrado). Programa de Pós-Graduação em Arqueologia, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2011. | |
dc.description | Os estudos sobre a cultura material de grupos ceramistas, não filiados à Tradição
Tupiguarani, que ocuparam o ambiente dunar, no nordeste do Brasil, são incipientes.
Estes denotam grupos humanos que exploravam recursos marinhos, como coleta de
conchas e gastrópodes, mas que não construíam sambaquis. Os poucos estudos
sistemáticos classificaram essa cultura como fase Papeba caracterizada por uma
cerâmica simples, de paredes finas, antiplástico de areia, destacando-se o tratamento de
superfície pintado em vermelho, furos e alças no bojo, além da forma arredondada das
vasilhas. O material lítico corresponde a lascas de sílex, com e sem retoque, facas,
raspadores, buris e furadores, além de machado polido, percutores e alisadores em
quartzo. Denota-se também a existência de raspadores e furadores confeccionados em
conchas. No município de Fortaleza/CE, foram encontrados sítios com características
similares, na Praia de Sabiaguaba, localizada no litoral semiárido do nordeste brasileiro.
De outra forma, a presença de cerâmicas pré-históricas nesse ambiente resulta da
existência de grupos humanos com assentamentos estáveis devido à disponibilidade
regular de recursos alimentares do ambiente marinho e flúvio-marinho. Diante dessa
conjuntura, indagou-se acerca da tecnologia desenvolvida por esses grupos e da
existência de semelhanças entre as escolhas técnicas realizadas entre os grupo
pescadores-coletores-caçadores-ceramistas da costa brasileira. Este estudo define, a
partir do perfil cerâmico e lítico, as características tecnológicas desses grupos, e analisa
os recursos naturais disponíveis na exploração do ecossistema marinho e fluvio-marinho
na praia de Sabiaguaba. Constataram-se semelhanças entre os perfis cerâmicos e líticos
nos sítios SA I e SA II, havendo diferenças nos tipos de artefatos líticos. Verificou-se
também a distinção na tecnologia entre esses grupos e os grupos sambaquieiros | |