Tesis
O depósito de óxido de ferro cobre-ouro (IOCG) Grota Funda, Domínio Carajás (PA) : alteração hidrotermal, regime de fluidos e idade da mineralização
The Grota Funda iron oxide copper-gold (IOCG) deposit, Carajás Domain (PA) : hydrothermal alteration, fluid evolution and mineralization age
Registro en:
Autor
Hunger, Raphael Bianchi, 1990-
Institución
Resumen
Orientadores: Roberto Perez Xavier, Carolina Penteado Natividade Moreto Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Geociências Resumo: O depósito de óxido de ferro cobre-ouro (IOCG) Grota Funda está localizado na porção noroeste do Domínio Carajás, um segmento Arqueano (3,0 - 2,55 Ga) da Província Carajás, no sudeste do Cráton Amazônico. Situado em uma zona de cisalhamento regional de direção WNW-ESE (Sistema Transcorrente Pojuca), onde também se encontram os depósitos de Cu-Au Gameleira e Cu-Zn Pojuca, o depósito insere-se em sequências vulcano-sedimentares do Grupo Igarapé-Pojuca, compreendendo basalto, diabásio, gabro e dacito subordinado, além de formações ferríferas bandadas. Nesta sequência, as rochas metavulcânicas máficas correspondem às principais hospedeiras das mineralizações cupro-auríferas. A evolução paragenética do sistema hidrotermal do depósito Grota Funda engloba uma alteração hidrotermal cálcica-sódica de alta temperatura (albita-hastingsita-escapolita), seguida por intenso metassomatismo rico em Fe (magnetita-grunerita-almandina), alteração potássica com biotita, precipitação de clorita-quartzo-turmalina e veios de carbonato-quartzo tardios. Episódios de mineralizações de cobre (-ouro) associam-se espacialmente às zonas enriquecidas em ferro, de alteração potássica e cloritizas. A idade de 2530 ± 60 Ma, obtida através da datação Re-Os em molidenita associado a veios de grunerita-magnetita, é interpretada como a idade de formação do primeiro estágio de mineralização no depósito. A principal zona de minério está espacialmente associada às zonas de alteração potássica com brechas constituídas por calcopirita-magnetita-esfalerita-pirrotita-pentlandita. A paragênese do minério sugere condições de baixa ¿S2 e ¿O2 para os fluidos mineralizantes. O desenvolvimento da assembléia de alteração cálcica-sódica é atribuído à circulação regional de fluidos hipersalinos e metalíferos de alta temperatura (> 500°C). A mistura desses fluidos hipersalinos com fluidos mais frios e de salinidade moderada à elevada (24 a 29 wt% NaCl + CaCl2 equiv.), resultando em uma diminuição da temperatura e da atividade de Cl- do sistema, é interpretado como o principal processo desencadeador da precipitação de metais na zona de minério principal. As associações de alteração pós-mineralização (clorita-quartzo-turmalina e carbonato-quartzo) refletem decréscimos graduais de temperatura, salinidade e pH dos fluidos. Além disso, as composições isotópicas de boro (ð11B = +8,2¿ a + 13,6¿) em turmalina associada às zonas de alteração clorítica são atribuídas a fontes mistas, incluindo boro proveniente de salmouras marinhas (e.g. água do mar evoluída ou fluidos do tipo bittern) e boro lixiviado das rochas hospedeiras (e.g. metavulcânicas máficas) Abstract: The Grota Funda iron oxide copper-gold deposit (IOCG) is located at the northwestern portion of the Carajás Domain, an Archean (3.0 - 2.55 Ga) segment of the Carajás Province, in the southeastern sector of the Amazonian Cráton. Within the same regional WNW-ESE-striking shear zone (Pojuca Fault System) in which lie the Gameleira (Cu-Au) and Pojuca (Cu-Zn) deposits, volcano-sedimentary sequences of the Igarapé-Pojuca Group, comprising basalt, diabase, gabbro and dacitic rocks and banded iron formations, are the main lithotypes recognized in the deposit area. In this sequence, mafic metavolcanic rocks represent the main hosts to the copper(-gold) mineralizations. The paragenetic evolution of the Grota Funda hydrothermal system encompasses an early high-temperature calcic-sodic hydrothermal alteration (albite-hastingsite-scapolite), ensued by intense Fe-metasomatism (magnetite-grunerite-almandine), potassic alteration with biotite, chlorite-quartz-tourmaline precipitation, and late carbonate-quartz veining. Copper (-gold) mineralizations are spatially and temporally associated with iron-enriched, potassically-altered and chlorite-altered zones. Molybdenite from grunerite-magnetite veins yielded a Re-Os model age of 2,530 ± 60 Ma, which is interpreted as a mineralization age coeval with the Fe-metasomatism. The main sulfide ore is spatially associated with potassically-altered zones, and predominantly forms breccia bodies characterized by a chalcopyrite-magnetite-sphalerite-pyrrhotite-pentlandite assemblage. The ore paragenesis suggests a mineralizing fluid at low ¿S2 e ¿O2 conditions. Development of early and high temperature (> 500°C) alteration assemblages (albite, scapolite-hastingsite) is attributed to regional circulation of deep-seated hypersaline and metalliferous fluids. Mixing with moderate to high salinity (24 to 29 wt% NaCl + CaCl2 equiv.) and cooler fluids, may have triggered ore precipitation in the main ore zone, due to a decrease in temperature and Cl¿ activity. Post-ore alteration assemblages (chlorite-quartz-tourmaline, carbonate-quartz) resulted from considerable temperature, salinity and pH decrease. In addition, boron isotopic compositions (ð11B = +8,2¿¿a + 13,6¿) of tourmaline from the chlorite alteration zone are attributed to mixed sources, including isotopically heavier boron sourced fluids, possibly represented by highly saline brines (e.g., evolved seawater, formation water or bittern fluids) and light boron leached from the host rocks (e.g mafic metavolcanic rocks) Mestrado Geologia e Recursos Naturais Mestre em Geociências CAPES