Tesis
Sistematização do uso de rocurônio e neostigmine e o impacto na incidência de bloqueio residual na sala de recuperação pós-anestésica : ensaio clínico randomizado
Systematization of the use of rocuronium and neostigmine and its impact in the incidence of residual block in the postanesthesia care unit : randomized clinical trial
Registro en:
SANTOS, Filipe Nadir Caparica. Sistematização do uso de rocurônio e neostigmine e o impacto na incidência de bloqueio residual na sala de recuperação pós-anestésica: ensaio clínico randomizado. 2017. 1 recurso online ( 122 p.). Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciências Médicas, Campinas, SP.
Autor
Santos, Filipe Nadir Caparica, 1985-
Institución
Resumen
Orientador: Angélica de Fátima de Assunção Braga Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciências Médicas Resumo: A paralisia residual na sala de recuperação pós-anestésica (SRPA) pode contribuir para aumentar a morbidade e risco de eventos adversos em pacientes submetidos à anestesia geral. Dada a crescente relevância do tema, inúmeros estudos têm documentado os efeitos adversos do bloqueio residual. Entre eles, pode-se citar a alteração da função faríngea, fraqueza dos músculos da via aérea superior e redução da resposta ventilatória à hipoxemia. Além disso, esses pacientes têm risco aumentado para aspiração, atelectasia, hipercarbia, hipoxemia, obstrução de via aérea, necessidade de reintubação e outras complicações pulmonares. No entanto, o uso adequado de bloqueadores neuromusculares e reversores pode reduzir a curarização residual pós-operatória (CRPO). Este ensaio clínico, prospectivo, controlado, randomizado e simples-cego realizado em 122 pacientes submetidos à anestesia geral, avaliou a prevalência de CRPO na SRPA após emprego de protocolo e ausência de aceleromiografia (AMG) intraoperatória. Os pacientes foram distribuídos em dois grupos de acordo com a aplicação ou não do protocolo - Grupo Protocolo: dose inicial e adicionais de rocurônio foi de 0,6 mg/kg e 10mg, respectivamente; evitou-se o uso de rocurônio nos 45 minutos finais; reversão do bloqueio com neostigmine (50 µg/kg); tempo ?15 minutos entre reversão e extubação; Grupo Controle: doses inicial e adicional de rocurônio, reversão ou não do bloqueio, dose de neostigmine e momento da extubação decididos pelo anestesiologista. Foi utilizada AMG na SRPA e considerado CRPO razão T4/T1 <1,0. Foram analisados os seguintes parâmetros: incidência de CRPO na SRPA; dose inicial (mg/kg) e dose total (mg e mg/kg/h) de rocurônio; dose de neostigmine no momento da reversão do bloqueio neuromuscular (µg/kg); intervalo entre a dose inicial de rocurônio e a extubação (duração da anestesia); intervalo entre a dose inicial de rocurônio e o momento da reversão do bloqueio neuromuscular com neostigmine; intervalo entre a última dose de rocurônio e o momento da reversão do bloqueio neuromuscular com neostigmine; intervalo entre o momento da reversão do bloqueio neuromuscular e a extubação; intervalo entre a extubação e a monitorização neuromuscular (AMG). Os parâmetros foram analisados utilizando-se os testes qui-quadrado, t de Student, U de Mann-Whitney ou teste de Wilcoxon. Um valor p<0,05 foi considerado como estatisticamente significativo. A prevalência de CRPO foi maior (p=0,02) no grupo controle em relação ao grupo protocolo (45,2% e 25%). Analisando a presença de CRPO em cada grupo, a dose total de rocurônio foi maior (p=0,03) e o intervalo entre a última administração de rocurônio e a neostigmine foi menor (p<0,01) nos pacientes com CRPO do grupo controle. No grupo protocolo não houve diferença dos parâmetros analisados (com CRPO vs sem CRPO). Considerando toda a população de estudo e a presença ou não de CRPO, a dose total de rocurônio foi maior e o intervalo entre a última administração de rocurônio e a neostigmine foi menor nos pacientes com CRPO (p?0,01). A sistematização proposta reduziu a incidência de CRPO na SRPA na ausência de AMG intra-operatória Abstract: Residual paralysis in the postanesthesia care unit (PACU) may contribute to increased morbidity and risk of adverse events in patients undergoing general anesthesia. Due to the growing importance of the topic, a number of studies have documented the adverse effects of residual blockade, including pharyngeal dysfunction, weakness of upper airway muscles and reduction in respiratory response to hypoxemia. Furthermore, these patients are at increased risk of aspiration, atelectasis, hypercarbia, hypoxemia, airway obstruction, unexpected reintubation, as well as other pulmonary complications. However, adequate use of neuromuscular blockers and reversal agents may reduce postoperative residual curarization (PORC). This prospective, single-blind, randomized controlled clinical trial aimed at 122 patients undergoing general anesthesia, evaluated the prevalence of PORC in the PACU after implementation of a protocol in the absence of intraoperative acceleromyography (AMG). Patients were distributed into two groups according to application or non-application of protocol ¿ Protocol Group: initial and additional doses of rocuronium were 0.6 mg/kg and 10mg, respectively; use of rocuronium in the final 45 minutes was avoided; reversal of neuromuscular blockade using neostigmine (50 µg/kg); time ?15 minutes between reversal and extubation; Control group: initial and additional doses of rocuronium, reversal or nonreversal of blockade, dose of neostigmine and extubation time as determined by the Anesthesiologist. AMG was used in the PACU, considering PORC a T4/T1 ratio <1.0. The following parameters were analyzed: incidence of PORC in the PACU; initial dose (mg/kg) and total dose (mg and mg/kg/h) of rocuronium; dose of neostigmine at the time of reversal of neuromuscular blockade (µg/kg); interval between the initial dose of rocuronium and extubation (duration of anesthesia); interval between the initial dose of rocuronium and time of neostigmine reversal of neuromuscular blockade; interval between the last dose of rocuronium and time of neostigmine reversal of neuromuscular blockade; interval between the time of reversal of neuromuscular blockade and extubation; interval between extubation and neuromuscular monitoring (AMG). Parameters were analyzed by using the chi-square tests, Student's t-test, Mann-Whitney's U-test or Wilcoxon test. A p<0.05 was considered a statistically significant value. The prevalence of PORC was higher (p=0.02) in the control group in comparison to the protocol group (45.2% and 25%). Analyzing the presence of PORC in each group, the total dose of rocuronium was higher (p=0.03) and the interval between the last administration of rocuronium and neostigmine was shorter (p<0.01) in control group patients with PORC. In the protocol group, there was no difference in parameters analyzed (with PORC vs without PORC). Considering the whole study population and the presence or absence of PORC, the total dose of rocuronium was higher and the interval between the last administration of rocuronium and neostigmine was shorter in patients with PORC (p?0.01). The proposed systematization reduced the incidence of PORC in the PACU in the absence of intraoperative AMG Doutorado Farmacologia Doutor em Farmacologia