Tesis
Prevalência das alterações do sistema nervoso central em pacientes com esclerose sistêmica
Central nervous system findings in patients with systemic sclerosis
Registro en:
Autor
Dertkigil, Sergio San Juan, 1975-
Institución
Resumen
Orientador: Simone Appenzeller Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciências Médicas Resumo: Introdução: A esclerose sistêmica (ES) é uma doença sistêmica caracterizada por fibrose cutânea e visceral, presença de auto-anticorpos e vasculopatia. O sistema nervoso central, tem sido pouco estudado. O objetivo deste estudo é determinar anormalidades cerebrais na ES e determinar a possível relação entre atrofia e lesões de substancia branca e características clinicas e de tratamento da ES. Métodos: Foram incluidos 41 pacientes com ES (37 do sexo feminino, com média de idade = 50,8 anos, DP ± 13,2) seguidos na Universidade Estadual de Campinas e sessenta e seis voluntários pareados por idade e sexo (57 do sexo feminino, com idade média= 51,4 anos, DP ± 12,3), . Uma Avaliação clínica completa, laboratorial e neurológica foram realizadas em pacientes e voluntários. A avaliação cognitiva foi realizada nos participantes usando o Avaliação Cognitiva Montreal (MoCA). Pontuação individual ? 26 foi considerada como alterada. Transtornos do humor foram determinados pelo índice de Depressão e Ansiedade de Beck nos participantes. Pacientes com ES foram ainda avaliados para manifestações clínicas e laboratoriais. A dose total de corticosteróides e outros medicamentos imunossupressores utilizados desde o início da doença foi calculada. Exames de ressonância magnética foram realizados em um scanner 3T Phillips ® usando um protocolo padronizado. Imagens sagitais em T1 e coronais em T2 foram usadas para medições volumétricas manuais. Volumes ? 2 desvios-padrão dos voluntários de controles foram considerados anormais. Testes não-paramétricos e de correlação foram utilizados para análise estatística. Resultados: Foram incluídos 27 (65,9%) pacientes com ES limitada (ESL) e 14 (34,1%) com ES difusa (ESd) com tempo médio de doença de 10,4 (DP ±6,9) anos. Doença ativa foi identificada em 12 (29,3%) pacientes. Exame neurológico anormal foi observado em 27 (65,8%) e comprometimento cognitivo em 36 (87,8%) pacientes com ES. Transtornos do humor foram identificados em 25 (60,9%) pacientes do ES. Todos os controles tinham exames neurológicos normais. No grupo ES, volume cerebral (volume médio = 8975,4 cm3; DP ± 165,1) e do corpo caloso (volume médio = 96,2 cm3; DP ± 8,7) foram significativamente menores quando comparados aos volume cerebral (volume médio = 9514,2 cm3; DP ± 176,1, p = 0,03) e do corpo caloso (volume médio = 114,3 cm3;, DP ± 8,4, p = 0,02) de voluntários saudáveis. Quando analisados separadamente ESd apresentavam volume cerebral (volume médio = 8726,8 cm3; DP ± 182,4) e corpo caloso (volume médio = 93,1 cm3; DP ± 8,1) significativamente menores do que o volume cerebral do grupo ESL (volume médio = 9378,5 cm3; DP = 148,3, p = 0,02) e corpo caloso (volume médio = 97,8 cm3; DP ± 9,7, p = 0,03). Depressão foi correlacionada com o volume cerebral em ESd (r = -0,31, p = 0,03) e o volume do corpo caloso em ambos ESd e ESL (r = -0,34, p = 0,03 e r = -0,30, p = 0,04, respectivamente). Ansiedade foi correlacionada com o volume cerebral em ESd (r = -0,30, p = 0,02) e o volume do corpo caloso e em ambos ESd e ESL (r = -0,35, p = 0,02 e r = -0,26, p = 0,04). Pontuação do MoCA foi correlacionado com o volume do corpo caloso em ESd (r = 0,57, p = 0,002) e ESL (r = 0,29, p = 0,04). Não foi observada correlação entre o MoCA e volume cerebral. Não houve correlação entre a atividade da doença e do volume cerebral (r = -0,05, p = 0,14) ou volume do corpo caloso (r = -0,06, p = 0,14). Não foi encontrada associação entre o comprometimento orgânico e o volume cerebral (r = -0,13, p = 0,08) ou o volume do corpo caloso (r = -0,09, p = 0,10). Conclusão: ESd têm volumes cerebral e corpo caloso significativamente menores quando comparado com ESL e controles saudáveis. Anormalidades estruturais foram observadas em pacientes com ES com comprometimento cognitivo e distúrbios de humor. A atividade da doença e lesão de órgãos não mostrou correlação com o volume cerebral e do volume do corpo caloso nesta população Abstract: Background: Systemic sclerosis (SSc) is a systemic disease characterized by cutaneous and visceral fibrosis, presence of autoantibodies and vasculopathy. The central nervous system has, however, been rarely studied. Therefore the aim of this study is to determine cerebral and corpus callosum abnormalities in SSc and to determine the possible relationship between atrophy and SSc subtype, clinical, laboratory and treatment features of the disease. Methods: A total of 41 SSc patients (37 female; mean age = 50.8; SD = 13.2) and sixty-six health age and sex matched volunteers (57 female; mean age = 51.4; SD = 12.3), followed at State University of Campinas were enrolled in this study. A complete clinical, laboratory and neurological evaluation was performed in all subjects. Cognitive evaluation was performed in all participants using the Montreal Cognitive Assessment (MoCA). Individual with scores ? 26 were considered impaired. Mood disorders were determined through Beck's Depression and Beck's Anxiety Inventories in all participants. SSc patients were further assessed for clinical and laboratory SSc manifestations, disease activity (Valentini Activity Index), severity activity (Medsger Severity Index) and current drug exposure. Total dose of corticosteroids and other immunosuppressant medications used since the onset of the disease were calculated. MRI scans were performed in a 3T Phillips® scanner using a standardized protocol. Sagittal T1 weighted were used for manual volumetric measurements. Volumes ? 2 standard deviations from the means of controls were considered abnormal. Non-parametric tests and correlation were used for statistical analysis. Results: We included 27 (65.9%) limited SSc (lSSc) and 14 (34.1%) diffuse SSc (dSSc) with mean disease duration of 10.4 (SD 6.9) years. Active disease was identified in 12 (29.3%) SSc patients. Abnormal neurological examination was observed in 27 (65.8%) and cognitive impairment in 36 (87.8%) SSc patients. Mood disorders were identified in 25 (60.9%) SSC patients. All controls had normal neurological examinations. In SSc, cerebral (mean volume = 8975.4 cm3;; SD= 165.1) and corpus callosum (mean volume = 96.2 cm3;; SD= 8,7) were significantly smaller when compared to cerebral (mean volume = 9514.2 cm3;; SD= 176.1; p= 0.03) and corpus callosum (mean volume=114.3 cm3;; SD=8,4 ; p=0.02) volumes of healthy volunteers. When analyzed separately dSSc had significantly smaller cerebral (mean volume = 8726.8 cm3;; SD= 182.4) and corpus callosum (mean volume = 93.1 cm3;; SD= 8.1) volumes than lSSc [cerebral (mean volume = 9378.5 cm3;; SD= 148.3; p=0.02); corpus callosum (mean volume = 97.8 cm3;; SD= 9.7; p=0.03). Depression correlated with cerebral volume in dSSc (r=-0.31, p=0.03) and corpus callosum volume in both dSSc and lSSc (r=-0.34, p=0.03 and r=-0.30, p=0.04, retrospectively). Anxiety correlated with cerebral volume in dSSc (r=-0.30, p=0.02) and corpus callosum volume in both dSSc and lSSc (r=-0.35, p=0.02 and r=-0.26, p=0.04, retrospectively). MoCA scores correlated with corpus callosum volume in dSSc (r=0.57; p=0.002) and lSSc (r=0.29; p=0.04). No correlation was observed between MoCA scores and cerebral volume. No correlation was found between disease activity and cerebral volume (r=-0.05; p=0.14) or corpus callusum volume (r=-0.06; p=0.14). No association was found between organic commitment and cerebral volume (r=-0.13; p=0.08) or corpus callosum volume (r=-0.09; p=0.10). Conclusion: dSSc have significant smaller cerebral and corpus callosum volumes when compared to lSSc and healthy controls. Structural abnormalities are observed in SSc patients with cognitive impairment and mood disorders. Disease activity and organ damage showed no correlation with cerebral volume and corpus callosum volume in this population Doutorado Clinica Medica Doutor em Ciências