Tesis
Teorias da carga cognitiva e da auto determinação como modelos conceituais para o desenvolvimento de uma plataforma de ensino virtual de emergências clínicas
Cognitive load and self-determination theories as a conceptual frameworks to development of virtual learning environment for emergency medicine
Registro en:
GRANGEIA, Tiago de Araujo Guerra. Teorias da carga cognitiva e da auto determinação como modelos conceituais para o desenvolvimento de uma plataforma de ensino virtual de emergências clínicas. 2016. 1 recurso online (124 p.). Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciências Médicas, Campinas, SP.
Autor
Grangeia, Tiago de Araujo Guerra, 1977-
Institución
Resumen
Orientador: Marco Antonio de Carvalho Filho Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciências Médicas Resumo: Introdução: O ensino de Emergências Clínicas é realizado essencialmente dentro do ambiente hospitalar, onde a técnica, o profissionalismo, a comunicação e a empatia são abordados simultaneamente. Os alunos são expostos a um ambiente estressante e estimulados a abordar doenças diferentes, tomar decisões rápidas, lidar com a equipe multiprofissional, desenvolver habilidades de comunicação e a entrar em contato com suas emoções. Esta complexidade pode ter um impacto direto e negativo na carga cognitiva e na motivação para a aprendizagem. Nos últimos anos várias metodologias ativas de ensino estão sendo utilizadas para aumentar a eficácia dos processos de aprendizado. O uso de modelos conceituais, como as Teorias da Carga Cognitiva e da Autodeterminação, pode auxiliar na elaboração de estratégias didáticas que nos permitam minimizar esses desafios. Materiais e Métodos: Desenvolvemos um curso de ensino à distância de Emergências Clínicas, em plataforma Moodle, inspirado por casos clínicos reais. Três classes consecutivas do sexto ano de Graduação em Medicina (n = 263) participaram do curso entre 2013 e 2015, durante o estágio de Emergências Clínicas, que é essencialmente prático e obrigatório. O curso online ofereceu diversas atividades, complementando o estágio prático, e a participação dos alunos foi voluntária. A Visita Virtual, principal atividade do curso, simulou visitas médicas reais. Os casos clínicos apresentados foram inspirados em pacientes atendidos no nosso serviço de emergência e foram apresentados em cinco partes (segunda a sexta), em formato narrativo, permitindo a interação diária entre os alunos e entre os alunos e o professor. Para cada queixa (cefaléia, coma, dor torácica e outras), foi criado um esquema de raciocínio clínico que foi utilizado em todo caso que tivesse a mesma queixa principal. Atividades adicionais como Decisões extremas, Quiz de emergência, Desafios Radiológicos e Desafio de Eletrocardiograma ofereceram diferentes pontos de vista dos cuidados de Emergência. Correlacionamos a participação no curso com o desempenho acadêmico e medimos a carga cognitiva e a motivação. Resultados: Cada aluno visualizou, em média, 1965 páginas e passou 72 horas conectado à plataforma. Embora o Estágio de Emergências Clínicas tenha dois meses de duração, os alunos acessaram o curso online durante uma média de 5,3 meses. A Visita Virtual foi a categoria mais acessada, e houve uma correlação positiva entre o número de horas conectadas à plataforma e as notas finais do Estágio. Os alunos que dedicaram mais tempo para o curso online tiveram uma chance maior de estarem em quartis de notas maiores. Mais de 90% dos alunos identificaram melhora em seu raciocínio clínico e sentiram-se melhor preparados para atendimentos de emergência. A carga cognitiva associada à Visita Virtual foi significativamente menor que a carga cognitiva relacionada a Visita Médica Real. Os alunos mostraram alta motivação para participação no curso. Conclusão: Um curso virtual inspirado no mundo real, baseado em modelos conceituais cognitivos e motivacionais, pode ser uma ferramenta potente para envolver os alunos no processo de ensino-aprendizagem. Neste contexto, o ensino à distância pode apoiar o aluno no gerenciamento dos desafios cognitivos envolvidos nos cuidados clínicos e aumentar a sua motivação para o aprendizado Abstract: Introduction: Teaching Emergency Medicine is highly challenging. Medical Students must interact with patients and multi-professional teams directly in the real clinical environment. Along this process, they must develop cognitive skills while improving professionalism, communication and empathy skills. Emergency clerkships expose medical students to a stressful environment, where they have to deal with different patients, multiple diseases, time constrains and emotional pressure. In this context, cognitive load could be high and motivation for learning impaired. In recent years, e-learning is being used as an active methodology which could improve efficiency on learning. In addition, conceptual frameworks such as Cognitive Load Theory and Self Determination Theory may help to overcome the challenges related to Emergency Medicine teaching. Methods: We have developed a Moodle-based online Emergency Medicine course, inspired by real clinical cases. Three consecutive classes of sixth-year medical students (n=263) participated in the course (2013-2015), during a curricular and essentially practical Emergency Medicine rotation. In a "blended-learning" strategy, the course was additional and complementary to the daily activities of rotation. Participation in the course was voluntary and students did not receive any grade for it. "Virtual Rounds" provided weekly virtual patients in narrative format, divided in five parts (Monday through Friday), in order to simulate real rounds at an Emergency Unit. For each initial complaint, we have created meaningful schemata that would be repeated in every case with the same complaint. Additional activities such as Extreme Decisions, Emergency Quiz, Radiology Challenge and Electrocardiographic Challenge offered different views of the emergency care. Results: Each student produced 1965 pageviews and spent 72 hours logged on. Although the curricular Clinical Emergency rotation is two months long, students accessed the online course during an average of 5.3 months. Virtual Rounds was the most accessed activity, and there was a positive correlation between the number of hours logged on the platform and final grades on Emergency Medicine. Students that dedicated more time to the online course had a higher chance to be in better grades¿ quartiles. Over 90% of students felt an improvement in their clinical reasoning and considered themselves better prepared for rendering Emergency care. Cognitive load related to Virtual Rounds received smaller grades in comparison to Real Medical Rounds. Students provided high grades for their motivation. Conclusion: A real-world inspired online course, based on cognitive and motivational conceptual frameworks, seems to be a strong tool to engage students in learning. It may support them to manage the cognitive challenges involved in clinical care and increase their motivation for learning Mestrado Ensino em Saúde Mestre em Ciências