Tesis
Quantificação do quimerismo após transplante alogênico de células-tronco hematopoiéticas usando amplificação por PCR em tempo real de polimorfismos de inserção/deleção dialélicos
Chimerism quantification after allogeneic stem cells transplantation using real time PCR amplification of insertion/deletion diallelic polimorphisms
Registro en:
VICENTE, Danielly Côrtes. Quantificação do quimerismo após transplante alogênico de células-tronco hematopoiéticas usando amplificação por PCR em tempo real de polimorfismos de inserção/deleção dialélicos . 2016. 1 recurso online (76 p.). Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciências Médicas, Campinas, SP.
Autor
Vicente, Danielly Côrtes, 1976-
Institución
Resumen
Orientadores: Cármino Antonio de Souza, José Andres Yunes Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciências Médicas Resumo: Apesar dos melhores resultados obtidos com o transplante de células-tronco hematopoiéticas ao longo dos anos, as altas taxas de recidiva da doença, que em pacientes com leucemias agudas pode variar de 30 a 70% dos casos, permanece um dos maiores desafios. O tratamento das recidivas tem melhores resultados se realizado precocemente. Estudos mostram que a detecção de quimera mista pós-transplante é capaz de prever a recaída na maioria dos casos e pode permitir o tratamento precoce e adequado, com probabilidade de sucesso maior do que se feito após a recaída hematológica da doença. A técnica atualmente utilizada para avaliação do quimerismo em pacientes transplantados na Unidade de Transplante de Células-Tronco Hematopoiéticas (TCTH) do Hospital das Clínicas da UNICAMP é o VNTR (variable number tandem repeats), cuja sensibilidade permite detectar quimera mista com tempo curto antes da recaída, o que não possibilita tempo hábil para o tratamento. Com o objetivo de antecipar a detecção da quimera mista, avaliamos neste estudo um método de quimerismo que utiliza a reação em cadeia da polimerase em tempo real (RQ-PCR) de polimorfismos de inserção/deleção (indels) dialélicos, que tem maior sensibilidade do que o VNTR. Foram analisadas amostras de 41 pacientes adultos transplantados na Unidade de TCTH da UNICAMP entre 2005 e 2010 com os diagnósticos de leucemia aguda, leucemia crônica e síndrome mielodisplásica. Todos os transplantes foram de doadores aparentados e totalmente compatíveis e 80% foram realizados com condicionamentos mieloablativos. Quase metade (46,9%) dos pacientes recidivou, a maioria (73,3%) nos primeiros 6 meses. A sobrevida global mediana no grupo que recaiu foi de 9 (2-28) meses e, ao final do período de observação, somente um paciente (6,6%) estava vivo. Entre os 17 pacientes não recidivados, 5 (29,4%) faleceram, 4 (23,5%) em 9 meses pós-transplante, principalmente por complicações infecciosas. O método de RQ-PCR foi capaz de quantificar o quimerismo pós-transplante em quase todas as amostras com alta sensibilidade e nível mínimo de detecção de 0,01%. A técnica ainda demonstrou que a cinética do quimerismo é bastante diferente entre os grupos de pacientes recidivados e não recidivados. O grupo de não recidivados mostrou, inicialmente, uma queda menos intensa e mais progressiva na porcentagem de células do receptor, seguida por queda contínua e progressiva, com a mediana de 6 meses para atingir níveis de quimerismo abaixo de 0,1%. Por outro lado, os pacientes no grupo de recidivados demonstraram uma queda intensa inicial e então um aumento rápido e precoce no quimerismo antes da recidiva hematológica. A técnica de quimerismo por PCR quantitativo em tempo real de polimorfismos indels foi reprodutível no grupo de pacientes transplantados em nossa instituição e demonstrou que a cinética do quimerismo é bastante diferente entre os grupos de pacientes recidivados e não recidivados. Devido à alta sensibilidade do método, a avaliação do quimerismo em níveis tão baixos poderia nos ajudar a compreender este complexo mecanismo onde células geneticamente distintas interagem em diversas situações pós-transplante e auxiliar a otimização dos regimes de condicionamento para obter melhores respostas com menores efeitos colaterais Abstract: Despite better results with hematopoietic stem cell transplantation over the years, high rates of relapse, which in acute leukemia patients can reach 30 to 70% of cases, remains a major challenge. The treatment of relapse has better outcomes if performed early. Studies show that the detection of mixed chimera after transplantation can predict for relapse in most cases and it may allow for earlier appropriate treatment, with higher chances of success than if done after hematologic relapse. The technique currently used for patients transplanted at the Stem Cell Transplantation (SCT) Unit of the University of Campinas is VNTR (variable number tandem repeats), which sensitivity permits the detection of mixed chimera shortly before relapse and doesn¿t allow enough time for treatment. In order to anticipate the detection of mixed chimera, in this study we tested a method of quantitative PCR of insertions¿deletions (indels) diallelic polymorphisms, which has higher sensitivity compared to VNTR. We analyzed samples from 41 adult patients submitted to HSCT at the SCT Unit of the University of Campinas between 2005 and 2010. Patients were diagnosed with acute leukemia, chronic leukemia or myelodisplastic syndrome. All transplants were performed with fully matched related donors and 80% used myeloablative conditionings. Almost half (46.9%) of the patients relapsed, most of them (73.3%) in the first 6 months. The median overall survival for relapsed patients was 9 (2¿98) months and, at the end of the observation period, only one patient (6.6%) was alive. Among 17 non-relapsed patients, five (29.4%) died, 4 four (23,5%) in 9 months post HSCT, mostly from infectious complications. The RQ-PCR method was able to quantify the chimerism in almost all samples and it was highly sensitive, with a minimum level of detection reaching 0.01%. This technique showed that the chimerism kinetics was very different between groups of relapsed and non-relapsed patients. The non-relapsed group showed, initially, a less deep and more progressive fall in the percentage of recipient cells, followed by a continuous and slow fall along the time, with a median period of about 6 months before chimerism clearance reached levels below 0.1%. Patients in the relapsed group, on the other hand, showed a steep initial drop and then a very early and fast rise in chimerism previous to hematologic relapse. The method of RQ-PCR of indels polimorphisms could be reproduced in this group of patients transplanted in our Institution and showed that the chimerism kinetics is very different between relapsed and non relapsed patients. Due to the high sensitivity of the method, the evaluation of chimerism in such low levels could help us understand the complex mechanism of genetically distinct cells interacting in different post-transplantation settings and lead to a better optimization of the current conditioning regimens for better outcomes with lower adverse effects Doutorado Clinica Medica Doutora em Clínica Médica 2010/50105-5 FAPESP