Tesis
Avaliação do estado nutricional, do perfil inflamatório e da prescrição de nutrição parenteral de pacientes em um hospital terciário
Assessment of nutritional status, inflammatory profile and parenteral nutrition prescription in patients in a tertiary hospital
Registro en:
Autor
Freitas, Renata Germano Borges de Oliveira Nascimento, 1989-
Institución
Resumen
Orientador: Gabriel Hessel Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciências Médicas Resumo: O objetivo geral do estudo foi avaliar o estado nutricional e suas relações com a atividade inflamatória e a prescrição da nutrição parenteral (NP) de pacientes internados em um hospital terciário em uso de NP. Métodos: A pesquisa foi longitudinal e desenvolvida em 3 capítulos. A coleta de dados foi realizada durante as primeiras 72 horas, no 7º e 14º dia de uso da NP entre os adultos (2 primeiros capítulos). Entre os pacientes pediátricos, foram computados os dados de 24 horas anteriores às individualizações da NP (capítulo 3). Os exames laboratoriais realizados foram: albumina, proteína C reativa (PCR), pré-albumina, colesterol total, HDL, triglicerídeos (TGL) e creatinina, glutationa peroxidase (GPx), sódio, potássio, cálcio iônico, cloreto, magnésio e fósforo inorgânico. A avaliação da gravidade foi determinada pelo cálculo do escore de Acute Physiologic and Chronic Health Evaluation (APACHE II) e Sequential Organ Failure Assessment (SOFA). Com os dados do peso e da altura, foi calculado o Índice de Massa Corporal (IMC) e com a circunferência braquial (CB) e a prega cutânea tricipital (PCT), foram calculados as medidas derivadas: circunferência muscular do braço (CMB), área muscular braquial corrigida (AMBc) e área adiposa braquial (AAB). A prescrição energética dos pacientes foi realizada de acordo com a ESPEN (2009), e ASPEN (2002) para adultos e segundo a ASPEN (2010) e a ESPGHAN (2005) para os pediátricos. Foi comparada a recomendação calórica das fórmulas Harris Benedict (HB) e ESPEN 2009. Resultados: Entres os 88 pacientes avaliados, apesar da maioria ter sido classificada como normoponderal pelo IMC (55,36%), a depleção de massa magra foi predominante segundo AMBc (93,33%) e CMB (62,5%). Os níveis da PCR estavam elevados e albumina, pré-albumina e GPx, baixos. Ao longo do estudo a pré-albumina aumentou (p=0.0261). Houve diferença entre as fórmulas (25kcal/kg/dia) e HB (p?0,0001). Entre os 53 pacientes da unidade de terapia intensiva (UTI), 20 (37,74%) foram a óbito. Foi encontrada diferença significativa do SOFA com o desfecho e uma tendência inversamente proporcional do IMC com o óbito. Foi encontrada correlação negativa e forte entre o SOFA e a pré-albumina (r = -0.64; p = 0.05). Com relação aos 12 pacientes pediátricos (49 individualizações), a maioria foi classificada com desnutrição. Observou-se que 74/254 (29,2%) dos exames bioquímicos demandaram NP individualizada por motivos indubitáveis. Conclusões: O IMC parece estar relacionado com a inflamação. Os valores baixos de pré-albumina e albumina indicam desnutrição e/ou processo inflamatório. A aplicação da fórmula (25kcal/kg/dia), já padronizada, contribuiu com a melhora do estado nutricional, evidenciado pelos valores de pré-albumina. Entre os pacientes da UTI, o SOFA foi um bom instrumento para avaliação prognóstica. A albumina foi um marcador para desnutrição. É possível que o IMC seja um parâmetro para avaliação prognóstica do paciente. Entre os pediátricos, o estado nutricional dos pacientes foi considerado crítico, na maioria dos casos. Desta forma, a individualização realizada no início da NP para a adequação energética proteica é essencial. Além disto, a NP individualizada foi indispensável em, no mínimo, 29,2% das NP, para correção das alterações dos exames bioquímicos Abstract: This study aimed to evaluate the nutritional state and its relationships with inflammatory activity and parenteral nutrition (PN) prescription of patients using PN hospitalized in a tertiary hospital. Methods: The research was longitudinal and developed in three chapters. The data collection was performed during the first 72 hours, on the 7th and 14th days using PN in adults (two first chapters). The data from pediatric patients were computed 24 hours before PN individualizations (chapter 3). The following laboratory examinations were performed: albumin, reactive C-protein (RCP), prealbumin, total cholesterol, HDL, triglycerides (TGL) and creatinine, glutathione peroxidase (GPx), sodium, potassium, ionized calcium, chloride, magnesium, inorganic phosphorus. The evaluation of severity was determined by the calculation of the score of Acute Physiologic and Chronic Health Evaluation (APACHE II) and Sequential Organ Failure Assessment (SOFA). The body mass index (BMI) was calculated using weight and height, and using brachial circumference (BC) and triceps skinfold thickeness (TST), the following derived measurements were calculated: mid arm muscle circumference (MAMC), corrected arm muscle area (CAMA) and arm fat area (AFA). The energy requirement of patients was performed according to the ESPEN (2009) and ASPEN (2002) for adults, and the ASPEN (2010) and ESPGHAN (2005) for pediatric patients. The calorie recommendation of the formulas Harris Benedict (HB) and ESPEN 2009 were compared. Results: Among the 88 evaluated patients, although most of them has been classified as normoponderal by the BMI (55.36%), malnutrition was prevalent according to AMBc (93.33%) and CMB (62.5%). While the PCR levels were elevated, albumin, prealbumin and GPx levels were low. During the study, prealbumin increased (p=0.0261). There was difference between the formulas (25kcal/kg/day) and HB (p?0.0001). Amont the 53 patients in the intensive therapy unit (ITU), 20 (37.74%) died. It was found a significant difference of SOFA with outcome, and a inversely proportional trend of BMI with death. There was a negative and strong correlation between SOFA and prealbumin (r = -0.64; p = 0.05). Most of the 12 pediatric patients (49 individualizations) were classified as having malnutrition. It was observed that 74/254 (29.2%) of biochemical examinations demanded individualized PN due to indubitable reasons. Conclusions: BMI seems to be related to inflammation. The low values of prealbumin and albumin indicate malnutrition and/or inflammatory process. The application of the already standardized formula (25kcal/kg/day) contributed to an improvement in the nutritional state, evidenced by prealbumin values. SOFA was a good instrument for prognostic evaluation in patients in the ITU. Albumin was a marker of malnutrition. It is possible that the BMI is a parameter for prognostic evaluation of patients. The nutritional state of most pediatric patients was considered critical. Thus, the individualization performed in the beginning of the PN for energy protein adequacy is essential. In addition, the individualized PN was indispensable in at least 29.2% of PN, for correction of alterations of biochemical examinations Mestrado Saude da Criança e do Adolescente Mestra em Ciências