Tesis
Avaliação e intervenção sensorial para a extremidade superior contralateral e hipotermia da extremidade ipsilateral ao acidente vascular cerebral = Assessment and sensorial training of contralesional upper-extremity and ipsilesional hypothermia in stroke patients
Assessment and sensorial training of contralesional upper-extremity and ipsilesional hypothermia in stroke patients
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Autor
Lima, Nubia Maria Freire Vieira, 1981-
Institución
Resumen
Orientador: Donizeti Cesar Honorato Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciências Médicas Resumo: Mais da metade das vítimas de Acidente Vascular Cerebral (AVC) apresentará algum grau de incapacidade, especialmente na extremidade superior (ES), e esta pode ser agravada pelos déficits sensoriais protopáticos e/ou epicríticos. Astereognosia, déficits das sensações táteis, dolorosas, térmicas e proprioceptivas são frequentes e podem afetar ambas as ES, resultando em prejuízos no alcance/preensão e dependência da orientação visual (OV). A redução do input sensorial da ES ipsilateral ao AVC é realizada para avaliar as conexões interhemisféricas e os efeitos na função sensório-motora das ES¿s. A crioterapia pode reduzir a velocidade de condução nervosa e minimizar o input sensorial da ES ipsilateral ao AVC. O objetivo do artigo 1 foi descrever o desempenho sensório-motor da ES de paciente pós-AVC crônico, na presença e ausência de OV. A ES foi avaliada pelo Protocolo de Desempenho Físico de Fugl-Meyer (FM), Avaliação Sensorial de Nottingham (ASN), 10 testes funcionais (TF) e testes de sequência motora (SM). A paciente apresentou déficits táteis, proprioceptivos e astereognosia na ES contralateral ao AVC e, a despeito do leve comprometimento motor, demonstrou lentidão/incapacidade de realização dos TF e SM na ausência da OV, caracterizando a paresia aferente. O objetivo do artigo 2 foi investigar as alterações sensoriais no complexo punho-mão ipsilateral de 28 sujeitos pós-AVC crônico e correlacioná-las com as disfunções sensório-motoras contralaterais à lesão, testes funcionais (com e sem OV), lateralidade do AVC e dominância manual. Foram aplicados a estesiometria, ASN, subescalas sensorial e motora de FM e testes funcionais. Os resultados revelaram distúrbios sensoriais ipsilaterais protopáticos e epicríticos em 64% dos indivíduos. Aqueles com lesão em hemisfério cerebral direito mostraram melhor sensação tátil na ES ipsilateral ao AVC e houve perda sensorial significativa na ES ipsilateral em dois sujeitos canhotos. Não houve correlação entre os déficits sensoriais das ES nem correlação entre os déficits sensoriais ipsilaterais e o comprometimento motor contralateral ao AVC. Os objetivos do artigo 3 foram aplicar a hipotermia por imersão da ES ipsilateral ao AVC (punho-mão) associada à intervenção sensorial (IS) na ES contralateral ao AVC crônico e avaliar os efeitos imediatos e em longo prazo. Foram acompanhados 27 sujeitos pós-AVC crônico nos grupos 1 (n=14) e 2 (n=13). O grupo 2 foi submetido à hipotermia por imersão do punho e mão ipsilaterais ao AVC com IS e o grupo 1 realizou IS (10 sessões). Foram mensurados estesiometria, FM, ASN, TF, SM, discriminação tátil, de peso, nível de desconforto e parâmetros hemodinâmicos. Os efeitos imediatos foram estabilidade hemodinâmica durante e após a hipotermia, ausência de alterações sensoriais na ES contralateral ao AVC, hipoestesia na ES ipsilateral (dermátomos C6 e C8) (p<0,05) e níveis de desconforto aceitáveis. Em longo prazo, tem-se a melhora nos TF (com e sem OV) e localização tátil, propriocepção consciente e função tátil nos dermátomos C6 e C7 na mão contralateral ao AVC do grupo 2 (p<0,05). O uso da hipotermia de imersão da ES ipsilateral associado à intervenção sensorial na ES contralateral ao AVC conduziu à melhora sensório-motora da ES oposta ao AVC crônico Abstract: More than half the stroke victims will present some degree of disability, especially in the upper extremity (UE), and this may be influenced by somatosensory deficits. Astereognosis, deficits of tactile, painful, thermal and proprioceptive disturbances are frequent and can affect both ES, resulting in losses in the reach/grasp and dependence on visual guidance (VG). The reduction of ipsilesional UE¿s sensory input is performed to evaluate the interhemispherics connections and effects on sensorimotor function in stroke subjects. Cryotherapy can reduce the conduction velocity of sensory fibres and can minimise sensory input to the ipsilesional UE. The purpose of Article 1 was to describe the UE¿s sensorimotor performance in chronic post-stroke subject, in the presence and absence of VG. The contralesional UE was assessed by the Fugl-Meyer Assessment (FMA), Nottingham Sensory Assessment (NSA), 10 functional tests (FT) and motor sequence (MS). Despite the mild motor impairment, the patient presented tactile, proprioceptive dysfunctions and astereognosis in contralesional UE and slowness/failure to achieve FT and MS test in the absence of VG, characterizing the afferent paresis. The Article 2 investigated the changes in the ipsilesional wrist and hand of 28 stroke chronic stroke subjects and correlate them with the sensory-motor dysfunction contralateral to the lesion, functional tests (with and without VG), stroke laterality and hand dominance. The subjects were evaluated by esthesiometry, ASN, sensory and motor subscales FMA and FT. The results showed sensory disorders in 64% of individuals. Those with lesions in the right cerebral hemisphere showed better tactile sensation in the ipsilesional UE and significant sensory loss was found in the ipsilesional UE in two left-handed subjects. There was no correlation between sensory deficits of UE¿s or correlation between ipsilesional sensory deficits and contralesional motor impairment. The Article 3 applied immersion hypothermia of an ipsilesional upper extremity (UE) and sensorial intervention of contralesional UE of chronic post-stroke patients to evaluate the immediate hemodynamic, sensorimotor and long-term effects. The sample included 27 stroke patients allocated into group 1 (n=14), which received conventional physiotherapy for the contralesional UE, and group 2 (n=13), which was submitted to immersion hypothermia of the ipsilesional wrist and hand in ten sessions. Assessments were performed pre- and post-treatment and at follow-up using esthesiometry, FMA, NSA, FT, tactile and weight discrimination, MS, level of comfort and hemodynamic parameters. The immediate effects of immersion hypothermia were hemodynamic stability during and after each session, an absence of sensory changes in the UE and hypoesthesia in dermatomes, C6 and C8, of the ipsilesional UE (p<0.05), which maintained acceptable levels of comfort. Significant long-term improvements in test scores with and without visual guidance, using tactile localization, conscious proprioception and in tactile function of the C6 and C7 dermatomes of the contralesional hand in group 2 (p<0.05). Immersion hypothermia of the ipsilesional UE in chronic stroke patients is a safe, inexpensive and practical, with good patient adherence to the technique. The use of immersion hypothermia on the ipsilesional UE improved motor and sensitivity functions in the contralesional UE of chronic stroke patients Doutorado Ciencias Biomedicas Doutora em Ciências Médicas