Tesis
Exercícios físicos na gestação de alto risco = estudos translacionais e modelo experimental = Exercises in high risk pregnancy: translational studies and experimental model
Exercises in high risk pregnancy : translational studies and experimental model
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Autor
Kasawara, Karina Tamy, 1986-
Institución
Resumen
Orientadores: João Luiz de Carvalho Pinto e Silva, Fernanda Garanhani de Castro Surita Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciências Médicas Resumo: Objetivo: avaliar os efeitos do exercício físico nas desordens hipertensivas da gestação através de revisão de literatura e do desenvolvimento de um modelo experimental. Métodos: revisão da literatura sobre os aspectos atuais do exercício físico nas pesquisas translacionais e os potencias modelos experimentais das síndromes hipertensivas na gestação. Além disso, foi desenvolvido um estudo experimental com modelo animal de ratos da raça Wistar, fêmeas, com três a quatro meses de idade. Os animais foram submetidos a exercício físico de intensidade moderada (65% da capacidade aeróbica máxima), realizado em esteira ergométrica, antes e durante a gestação. Os grupos experimentais foram constituídos por ratos que realizaram exercício e receberam lipopolissacarídeo (LPS) durante a gestação (Ex+LPS), ratos que realizaram exercício e receberam solução salina durante a gestação (Ex+Salina), ratos sedentários que não realizaram exercício e receberam LPS durante a gestação (Se+LPS) e ratos sedentários que não realizaram exercício e receberam solução salina durante a gestação (Se+Salina). Para a indução de inflamação foram realizadas quatro injeções intraperitoneais de LPS nos dias de gestação 13,5 (10 µg/kg), 14,5 (40 µg/kg), 15,5 (40 µg/kg) e 16,5 (40 µg/kg). No dia de gestação 17,5 os ratos foram submetidos à eutanásia para análise do hemograma completo, peso dos fetos e tromboelastografia para análise de coagulação sanguínea. Considerou-se significativo p-valor<0,05. Resultados: conforme a revisão da literatura, existem diversos modelos animais para simular os efeitos deletérios das síndromes hipertensivas na gestação, dentre eles: animais knockout (transgênicos ou geneticamente modificados), cirurgias que induzem a redução do fluxo sanguíneo útero-placentário, dieta enriquecida de sódio e modelos de inflamação que promovem alterações imunológicas. Neste sentido, os estudos sobre o efeito do exercício físico voluntário em modelos animais com complicações similares às síndromes hipertensivas apresentam efeito promissor no controle da pressão arterial, restrição de crescimento fetal e estresse oxidativo. Já os estudos clínicos translacionais apresentam evidência limitada com relação aos benefícios do exercício físico nas síndromes hipertensivas da gestação. No estudo experimental, a contagem de células brancas (monócitos, linfócitos e granulócitos) apresentou-se reduzida quando comparadas Ex+LPS versus Se+LPS. O grupo Ex+LPS não apresentou diferença significativa no aumento do peso fetal comparado ao grupo Se+LPS. Os parâmetros da tromboelastografia mostraram-se normalizados nos ratos que realizaram exercício Ex+LPS versus Se+Salina. Conclusões: Os modelos animais são de extrema importância e utilidade para compreensão do impacto do exercício físico na gestação de alto risco, em especial nas desordens hipertensivas. Neste sentido, os estudos translacionais podem guiar condutas utilizadas na prática clínica para adequada orientação da recomendação do exercício físico nas síndromes hipertensivas da gestação. No modelo experimental, o exercício preveniu o aumento na contagem de células brancas e nas coagulopatias relacionadas ao efeito do LPS na gestação. O exercício físico antes e durante a gestação pode promover benefícios à longo prazo como nos casos de coagulopatias induzidas pela inflamação relacionadas a desfechos maternos e fetais desfavoráveis Abstract: Objective: To evaluate the effects of exercise in hypertensive disorders of pregnancy through literature review and development of an experimental model. Methods: A literature review of the current aspects of physical exercise in translational research and the potential experimental models of hypertensive disorders in pregnancy. Furthermore, it was developed an experimental study on female Wistar rats, from three to four months old. The animals were submitted to physical exercise of moderate intensity (65% of maximal aerobic capacity), performed on a treadmill before and during pregnancy. The experimental groups consisted of rats who exercise and received lipopolysaccharide (LPS) during pregnancy (Ex+LPS), rats who underwent exercise and received saline during pregnancy (Ex+Saline), sedentary rats that performed no exercise and received LPS during pregnancy (Se+LPS) and sedentary rats that did not undergo any exercise and received saline during pregnancy (Se+Saline). For inflammation induction four intraperitoneal injections of LPS were performed on day 13.5 of gestation (10 µg/kg), 14.5 (40 µg/kg) 15.5 (40 µg/kg) and 16.5 (40 µg/kg). On the day 17.5 of gestation the rats were sacrificed for analysis of complete blood count, fetal weights and thromboelastography for blood coagulation analysis. It was considered significant p-value <0.05. Results: according to the literature review, there are several animal models for simulating the deleterious effects of hypertensive disorders in pregnancy, such as: knockout animals (transgenic or genetically modified), surgeries that induce a reduction in the utero-placental blood flow, enriched diet sodium and models of inflammation promoting immunological changes. In this sense, studies on the effect of voluntary exercise in animal models with similar complications to hypertensive disorders have promising effect in controlling blood pressure, fetal growth restriction and oxidative stress. On the other hand, clinical translational studies provide limited evidence regarding the benefits of exercise in hypertensive disorders of pregnancy. In an experimental study, white blood cell count (monocytes, lymphocytes and granulocytes) was reduced when compared Ex+ LPS versus Se+LPS. The Ex+LPS group showed no significant difference in the increase of fetal weight compared to the group Se+LPS. The thromboelastography parameters were normalized in the mice that performed exercise Ex+LPS versus Se+Saline. Conclusions: Animal models are of utmost importance and usefulness for understanding the impact of exercise on high-risk pregnancy, especially in hypertensive disorders. In this regard, translational studies can guide conducts used in clinical practice for proper orientation of the recommendation of exercise in hypertensive disorders of pregnancy. In the experimental model, the exercise prevented the increase in white blood cell count and coagulation disorders related to the effect of LPS in pregnancy. Physical exercise before and during pregnancy can promote the long-term benefits such as in cases of coagulopathy induced inflammation related to adverse maternal and fetal outcomes Doutorado Saúde Materna e Perinatal Doutora em Ciências da Saúde