Tesis
Aspectos psicosociais da surdez : a representação social de mães ouvintes
Psychosocial aspects of deafness : social representations of hearing mothers
Registro en:
(Broch.)
Autor
Silva, Angélica Bronzatto de Paiva e, 1959-
Institución
Resumen
Orientadores: Maria de Lurdes Zanolli, Maria Cristina da Cunha Pereira Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciencias Medicas Resumo: O objetivo desta pesquisa foi estudar a relação entre a representação social da surdez por mães ouvintes e o desenvolvimento psicossocial de seus filhos surdos. Para isso, foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com dez mães que têm seus filhos surdos freqüentando um dos programas de atendimento do CEPRE ¿ FCM ¿ UNICAMP. Realizaram-se, também, observações da criança surda em grupo nas atividades no CEPRE, o que possibilitou verificar a sua interação com um professor ouvinte, com um instrutor surdo e com colegas surdos. O estudo caracterizou-se como uma pesquisa qualitativa, tendo como referencial teórico a abordagem histórico-cultural e a representação social. Para a análise dos dados foi utilizada a técnica de análise de conteúdo, na qual se estabeleceram quatro categorias temáticas: diagnóstico, concepção de surdez, aspecto da linguagem e desenvolvimento psicossocial. Na discussão dos dados constatou-se que o fato da surdez ter origem genética ou adquirida não interferiu na representação que a mãe tem de seu filho surdo. Percebeu-se que, apesar da complexidade do fato de ter um filho surdo, após um tempo de seguimento as mães revelaram que a surdez ¿não é um bicho de sete cabeças¿, demonstrando,assim, mudança na maneira de representar o filho surdo. Evidenciou-se que existe uma relação entre concepção de surdez da mãe e desenvolvimento psicossocial da criança surda, mas que esta não é direta. Duas mães demonstraram ter uma concepção mais definida em relação à surdez. Uma delas vê a surdez como uma doença; seu filho usa a modalidade oral e apresenta algumas dificuldades no seu desenvolvimento psicossocial. A outra mãe vê a surdez como uma diferença; sua filha tornou-se bilíngüe, pois usa as duas línguas, Língua de Sinais e Língua Portuguesa, e apresenta um bom desenvolvimento psicossocial. As outras mães, que não têm concepção clara da surdez, parecem estar imersas em um emaranhado de fatores que interferem nessa relação. Tanto as mães que têm uma visão mais clínica da surdez, como as que não a encaram como deficiência, mencionaram a importância do surdo adquirir as duas línguas (de sinais e portuguesa na modalidade oral). Em relação à representação do filho surdo, apesar de referirem que eles têm um desenvolvimento bom e são inteligentes, algumas mães têm também uma baixa expectativa e até um sentimento de descrédito em relação ao filho surdo, o que pode ser também resultado da representação social coletiva de surdez. Algumas mães representam o filho como sendo competente, capaz, apenas com a diferença de acessar as informações pela visão, o que inclui também a preferência pela Língua de Sinais Abstract: The objective of this study was to investigate the relation between hearing mothers¿ social representations of deafness and the psychosocial development of their deaf children. To this aim, semi-structured interviews were applied to ten mothers whose deaf children were being attended at CEPRE ¿ FCM ¿ UNICAMP. The deaf children were also observed in group activities at CEPRE, which enabled the researcher to look at the children¿s interaction with the hearing teacher, the deaf instructor and the deaf colleagues. This qualitative research study is based on a historical-cultural and social representation approaches. Content analysis was used to analyze the data, which was grouped into four subject categories: diagnosis, conception of deafness, language aspect, and psychosocial development. The data discussion showed the child¿s deafness having a genetic origin or having been acquired did not interfere in the mother¿s representations of deafness. Despite the complexities involved in having a deaf child, the mothers undergoing orientation reported that changes in their representations of deafness had in fact occurred. There is a relation between the mother¿s conception of deafness and the child¿s psychosocial development; however this relation is not direct. Two mothers seemed to have well defined conceptions of deafness. One of the mothers viewed deafness as illness; her son uses the oral mode and presents certain difficulties as to his psychosocial development. The other mother viewed deafness as difference; her daughter has become bilingual, for she uses both languages: sign language and Portuguese, and demonstrates good psychosocial development. The other mothers, who do not present dear conceptions of deafness, seem to be steeped in a knot of factors interfering in this relation. Both those mothers who have a clinical view of deafness, as well as those who don¿t face it as a disability mentioned the importance of the deaf acquiring both languages (Brazilian sign language and Portuguese in the oral modality). As to the representation of deafness in their children, even though they reported the children have developed well and are intelligent, it was evident in some of these mothers also held low expectations of their child as well as possible feelings of disbelief in their deaf child¿s full potential. This is possibly the result of collective social representations of deafness. Only a few mothers represented their children as being competent and fully able children, different only in that they accessed information visually, which also means a preference for sign language Doutorado Saude da Criança e do Adolescente Doutor em Saude da Criança e do Adolescente