Orientadores: Maria Beatriz Puzzi, Ângela Maria MoraesDissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciências MédicasResumo: Dermatomiosite juvenil (DMJ) é uma doença multissitêmica, sendo a calcinose frequente e, normalmente, associada ao prognóstico favorável, porém incapacitante. O objetivo desse estudo foi avaliar o potencial da terapia celular com culturas de fibroblastos associadas a membranas de quitosana (Q), alginato (A) e xantana (X) em paciente com DMJ com calcinose e úlceras de pele. Apresenta-se um grave caso de DMJ com calcinose universal e ulcerações cutâneas em paciente de 18 anos, em tratamento convencional, sendo submetido à nova terapêutica para úlceras crônicas. Culturas de fibroblastos autólogos (para minimizar o risco de rejeição) foram obtidas de biópsia cutânea e aplicadas diretamente nas úlceras com cola de fibrina, sem prévio desbridamento, e cobertas com membranas Q-A ou Q-X, produzidas complexando-se os polissacarídeos em condições controladas de taxa de adição, mistura, temperatura e secagem, sendo que as de Q-A foram adicionalmente reticuladas com íons cálcio. O paciente foi submetido ao total de 7 aplicações. Melhora completa e sustentada da dor foi referida nas primeiras 12 horas, com início da cicatrização em 2 dias. Obteve-se cicatrização das úlceras acima de 89%, inclusive com melhora na calcinose. As membranas conferem à lesão cobertura mecânica que as protege do contato com contaminantes externos e previne a perda excessiva de líquido. Concluiu-se que a terapia celular autóloga associada à aplicação das membranas, como um tratamento adjuvante à DMJ, mostrou-se efetiva no tratamento das úlceras deste paciente, com melhora significativa na sua qualidade de vida. Essas células podem ser criopreservadas e utilizadas quando necessário. Trata-se de procedimento ambulatorial e de simples aplicação, com grande potencial de uso em casos correlatosAbstract: Juvenile dermatomyositis (JDM) is a multisystem disorder presented frequently with calcinosis and is usually associated with a favorable prognosis for life but functional disability may be severe. The objective of this study was to evaluate the therapeutical potencial of cell therapy with autologous cultures of fibroblasts covered by membranes of chitosan (C), alginate (A) and xanthan gum (X) in the treatment of JDM with calcinosis and skin ulcers. A severe case of JDM of an 18-year-old patient with calcinosis and ulcerations is presented. He was submitted to a new treatment for chronic wounds. An autologous fibroblasts culture (to minimize the risk of rejection) was obtained of a skin biopsy and applied directly on the ulcers, without previous debridement, using commercial fibrin glue and C-A or C-X membranes covered the cells and the glue. A total of seven applications were necessary. Twelve hours after the application, complete resolution of pain was reported and within 2 days, beginning of the healing process. Wound closure above 89% was achieved, with improvement also on calcinosis. JDM is a rare and difficult systemic autoimmune condition of childhood. Cutaneous manifestations can be serious and challenging to treat, and may progress to ulcerative disease and subcutaneous calcification, impacting in quality of life, as seen in the patient evaluated. Autologous cell therapy associated with polysaccharides membranes is an effective treatment for skin ulcers and could be an adjuvant treatment for JDM. These cells can be cryopreserved and eventually used in new implants. The procedure is simple and can be performed in ambulatorial conditions, resulting in significant improvement in this patient¿s quality of lifeMestradoClinica MedicaMestra em Ciências