Tesis
Prevalência e fatores de risco para sibilância recorrente em crianças com alto risco de infecção respiratória viral aguda grave
Prevalence and risk factors to recurrent wheezing in children at high risk of severe acute respiratory virus infection
Registro en:
Autor
Simões, Maria Cristina Ribeiro dos Santos, 1964-
Institución
Resumen
Orientadores: Adyléia Aparecida Dalbo Contrera Toro, José Dirceu Ribeiro Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciências Médicas Resumo: Introdução: A Sibilância Recorrente (SR) tem alta prevalência nos primeiros anos de vida. Nesta faixa etária, há relação entre infecção grave pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR) e a evolução para SR subsequente, de acordo com estudos epidemiológicos. Alguns grupos de crianças, como os prematuros com ou sem broncodisplasia pulmonar e as crianças com cardiopatia congênita com repercussão hemodinâmica, apresentam alto risco de desenvolver infecção grave pelo VSR. Esta, por sua vez, ocasiona alterações anatômicas, funcionais e imunológicas duradouras que podem estar relacionadas a SR. Objetivo: Avaliar a prevalência geral e os fatores de risco associados ao desenvolvimento de SR em crianças com alto risco de infecção grave pelo Vírus Sincicial Respiratório. Entre os fatores de risco, analisar se o uso ou não de imunização passiva com Palivizumabe modificou a prevalência da SR nestas crianças. Métodos: Estudo de corte transversal realizado entre junho de 2014 e agosto de 2015, com crianças selecionadas em serviços de referência. Foram selecionados pacientes que receberam Palivizumabe em 2012, nascidos entre 2010 e 2012 e crianças prematuras que não receberam a medicação por não se enquadrarem em critérios de uso, nascidas entre 2011 e 2012. A avaliação foi realizada por aplicação de um questionário dirigido, em entrevista realizada por ligação telefônica. Resultados: Foram analisadas 512 crianças com idade média 39,3 ± 5,64 meses e mediana 39 (18-54) meses. No primeiro grupo, 261 crianças com idade gestacional média 31,2 ± 4,94 semanas e mediana 29 semanas (24 - 41) que receberam Palivizumabe. No segundo grupo, 251 prematuros com idade gestacional média 34,0 ± 1,79 semanas e mediana 34 semanas (28 - 36) que não receberam a imunização passiva (p<0,001). A prevalência de sibilância recorrente entre as 512 crianças foi de 25,8% (IC95% 22,1 ¿ 29,7). No grupo que recebeu Palivizumabe, a prevalência foi de 30,7% (IC95% 25,3 ¿ 36,5) e no grupo sem a profilaxia a prevalência foi de 20,7% (IC95% 16,0 ¿ 26,1). Estes resultados apresentam diferença estatística significativa (p = 0,010). Os fatores de risco associados a sibilância recorrente, por análise univariada, foram o peso de nascimento menor que 1500g, a idade gestacional menor que 32 semanas, a falta de aleitamento materno, a ocorrência de internação por sibilância nos primeiros anos de vida, a convivência com mais de três crianças no mesmo lar, alergia alimentar e dermatite atópica na criança, alergia alimentar e asma nos pais. Com análise multivariada, os fatores associados foram idade gestacional entre 24 a 27 semanas (OR ajustado: 6,52; IC95%: 2,55 - 16,69; p<0,001), alergia alimentar na criança (OR ajustado: 2,92; IC95%: 1,45 - 5,86; p: 0,003), dermatite atópica na criança, (OR ajustado: 2,61; IC95%: 1,37 - 4,97; p: 0,004), e asma nos pais (OR ajustado: 1,76; IC95%: 1,09 - 2,85; p: 0,020). Conclusão: A prevalência de sibilância recorrente encontrada nas crianças deste deste foi de 25,8% (IC95% 22,1-29,7). No grupo que recebeu Palivizumabe, a prevalência de sibilância recorrente foi maior do que a do grupo que não usou a profilaxia. Os fatores de risco associados a sibilância recorrente foram a internação por sibilos, a história pessoal de dermatite atópica e alergia alimentar, asma nos pais e idade gestacional menor que 28 semanas Abstract: Introduction: The recurrent wheezing (RW) has a high prevalence in the early years of life. In this age group, there is a relationship between the occurrence of severe Respiratory Syncytial Virus (RSV) infection and evolution with subsequent RW, according to epidemiological studies. Some groups of children such as preterm infants with and without bronchopulmonary dysplasia and children with congenital heart disease with hemodynamic consequences are at high risk of developing severe RSV infection. This, in turn, leads to anatomical, functional and immunological lasting changes that can be related to RW. Objective: This study will evaluate the overall prevalence and the risk factors associated to RW development in infants with high risk of having severe Respiratory Syncytial Virus infections. Between risk factors, analyze the use or non-use of passive immunization with Palivizumabe modified the prevalence of RW in these children. Methods: Cross sectional study conducted between June 2014 and August 2015, analyzing children selected in a reference center. The patients selected receiving Palivizumabe in 2012, born between 2010 and 2012 and preterm children that did not receive passive immunization by not attending the using criterion, birth in 2011 and 2012. The evaluation was the guided questionnaire in telephone interview. Results: The 512 children analyzed with mean age 39.3 ± 5.64 months and median 39 months (18 - 54). In the first group, 261 children with a mean gestational age 31.2 ± 4.94 weeks and median 29 weeks (24 - 41) who received Palivizumab. In the second group, 251 preterm children with a mean gestational age 34.0 ± 1.79 weeks and median 34 weeks (28 - 36) who did not receiving passive immunization (p<0.001). The prevalence of recurrent wheezing among 512 children was 25.8% (95% CI: 22.1 ¿ 29.7). In the group receiving with Palivizumab, the prevalence was 30.7% (95% CI: 25.3 ¿ 36.5) and in the group without prophylaxis the prevalence was 20.7% (95%CI: 16.0 ¿ 26.1). These results show a statistically significant difference (p = 0.010). Risk factors associated with recurrent wheezing, by univariate analysis were birth weight less than 1500g, the gestational age below 32 weeks, lack of breastfeeding, the occurrence of hospitalization for wheezing in the first years of life, living with more than three children in the same household, food allergy and atopic dermatitis in children, food allergies and asthma in the parents. With multivariate analysis, associated factors were gestational age between 24-27 weeks (adjusted OR: 6.52; 95% CI: 2.55 to 16.69; p <0.001), food allergy in children (adjusted OR: 2.92 ; 95% CI: 1.45 to 5.86; p = 0.003), atopic dermatitis in children (adjusted OR: 2.61; 95% CI: 1.37 to 4.97; p = 0.004), and parental asthma (adjusted OR: 1.76; 95% CI: 1.09 to 2.85; p = 0.020). Conclusion: The prevalence of recurrent wheezing found in children of this study was 25,8% (IC95% 22.1-29.7). In the group receiving Palivizumab, the prevalence of recurrent wheezing was higher than in the group that did not received prophylaxis. The risk factors associated to recurrent wheezing were the hospitalization for wheezing, food allergy and atopic dermatitis in children, parental asthma and gestational age less than 28 weeks Mestrado Saude da Criança e do Adolescente Mestre em Ciências da Saúde