Tesis
Estudo do efeito do estresse por subjugação social sobre o comportamento nociceptivo de camundongos e mecanismos neurobiológicos associados
Study of social defeat stress effect on nociceptive behavior in mice and neurobiological mechanisms associated
Registro en:
Autor
Pagliusi Junior, Marco Oreste Finocchio, 1990-
Institución
Resumen
Orientadores: Carlos Amilcar Parada, Cesar Renato Sartori Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Biologia Resumo: Embora a dor não seja um dos sintomas para diagnóstico de depressão, estudos epidemiológicos indicam uma estreita associação entre transtorno depressivo e dor crônica. Isto é evidenciado por observações clínicas onde pacientes com depressão possuem altas taxas de prevalência de dor crônica e, ao mesmo tempo, pacientes que sofrem de dor crônica também são constantemente diagnosticados com transtornos depressivos. Diversas características clínicas e biológicas são compartilhadas entre dor e depressão, entre elas estão diversas estruturas neuroanatômicas, circuitos neurais e sistemas de neurotransmissores, os quais apresentam mudanças similares nestas duas condições. No modelo de estresse por subjugação social, desenvolvido recentemente, camundongos intrusos são expostos a camundongos reidentes (de uma linhagem mais robusta e agressiva), sofrendo breves períodos de agressão física seguidos por longos períodos de contato sensorial. O camundongo subjugado pode apresentar diversas características comportamentais e fisiológicas do tipo depressivas e, nesse caso, são considerados suscetíveis; por outro lado, alguns camundongos subjugados não apresentam estas alterações comportamentais e fisiológicas, sendo estes chamados de resilientes. Contudo, não há dados que considerem a sensibilidade a dor destes animais. Sendo assim, este estudo visa investigar a resposta comportamental destes animais par estimulação niciceptiva, através do teste de Von Frey e de capsaicina. Para isto, três grupos experimentais foram estabelecidos: grupo controle, onde o camundongo intruso foi pareado com outro camundongo da mesma linhagem; grupo suscetível e, finalmente, grupo resiliente. Nossos dados mostraram que camundongos suscetíveis apresentam maior sensibilidade a dor em ambos os testes quando comparados aos grupos controle e resiliente. Além disso, constatamos que o grupo resiliente possui um limiar de dor intermediário quando comparado aos outros dois grupos. O estresse por subjugação social aumentou a expressão de BDNF na VTA dos camundongos suscetíveis, mas não no grupo resiliente, em comparação ao controle. Os níveis protéicos das isoformas de BDNF foram avaliados no NAc; nossos resultados apresentaram uma diminuição da isoforma madura de BDNF nos grupos estressados em comparação ao controle, um aumento da isoforma truncada no grupo suscetível e nenhuma diferença nos níveis protéicos da isoforma precursora do BDNF. Estes resultados sugerem a existência de um processo comum de plasticidade neural entre dor crônica e transtornos depressivos induzidos por estresse. Nossos resultados experimentais corroboram com a co-morbidade entre dor e transtorno depressivo frequentemente observados na clínica Abstract: Despite the pain is not one of the symptoms for the depression diagnosis, epidemiological studies indicate a close association between depressive disorder and chronic pain. This is evidenced by the clinical observation that patients with depression have high prevalence of chronic pain and, at the same time, patients suffering from chronic pain are also often diagnosed with depressive disorders. Several clinical and biological characteristics are shared between pain and depression, and various neuroanatomical structures, neural circuits and neurotransmitter systems exhibit similar changes in those two conditions. In Social Defeat Stress animal model, recently developed, intruder mice are exposed to resident mice from a more aggressive and more physically robust strain, experiencing brief periods of physical aggression followed by longer periods of sensory contact. The defeated mice may display a number of physiological and behavioral depressive-like characteristics, and then they are considered susceptible; furthermore, some defeated mice may not display these characteristics, and then they are considered resilient. However, there is no data regarding the pain sensibility in such animals. Thus, this study aimed to investigate the behavioral response to nociceptive stimulation, through Von Frey and capsaicin test, in mice submitted to the Social Defeat Stress model. For this, three experimental groups were established: Control group, where the intruder mice were paired with mice of the same strain; susceptible group, and, finally, resilient group. Our data showed that susceptible mice exhibited greater pain intensity in both tests when compared to both control and resilient mice. Furthermore, we found that the resilient mice showed an intermediate nociceptive threshold compared to the other two groups (susceptible and control), presenting, therefore, resiliency also to the decreasing of the nociceptive threshold. In addition, the Social Defeat Stress increased BDNF expression in the VTA of susceptible group, but not in the resilient group, in comparison with de control group. The protein levels of BDNF isoforms were evaluated in the NAc; we found an decreased of the mature isoform of BDNF protein in the defeated groups in comparison with the control groups, an increase in the truncated isoform of BDNF in the susceptible group and no differences in the precursor isoform of BDNF. These results suggest the existence of a common process of neuronal plasticity underlying both chronic pain and stress-induced depressive disorder. Our experimental data corroborate the comorbidity between pain and depressive disorder frequently observed in the clinic Mestrado Fisiologia Mestre em Biologia Funcional e Molecular 2013/09749-4 FAPESP