Tesis
A inclusão da criança de seis anos no ensino fundamental = narrativas de práticas curriculares não instituídas
The inclusion of children of six years in elementary school : narratives of curricular practices not imposed
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Autor
Bonamigo, Celisa Carrara
Institución
Resumen
Orientador: Maria Ines Petrucci Rosa Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação Resumo: O currículo é espaço e resultado de um processo de luta entre diferentes tradições e
diferentes concepções sociais. O processo, nesse sentido, torna-se tão importante quanto o
seu efeito. Ele é a tradução dos conhecimentos considerados socialmente válidos e é
construído para ter efeitos sobre as pessoas. Assim, o cumprimento da Lei 11.274, que
institui o Ensino Fundamental de nove anos e a inclusão das crianças de seis anos nessa
etapa, pressupõe ações, desde o aspecto estrutural e material da escola, passando por
formação dos professores, da equipe gestora das unidades e da comunidade, até a criação
de um currículo que de fato inclua as crianças no Ensino Fundamental. A partir dessas
considerações, delineou-se a seguinte questão: qual é o currículo que vem sendo produzido
através das diferentes narrativas de políticas, de professores e a minha própria como
coordenadora do grupo de professoras, para as crianças de seis anos que frequentam o
Ensino Fundamental? Para responder à questão de pesquisa, ouvi quinze professoras
responsáveis, em 2008, pelas turmas de seis anos no município de Várzea Paulista e,
usando a narrativa como princípio metodológico, construí mônadas, entendidas como
'centelhas de sentidos' dos temas narrados pelas professoras. Busco nesse trabalho fazer
uma discussão do currículo para as crianças de seis anos a partir do viés da cultura,
tentando revelar a dimensão dos deslocamentos provocados nos sujeitos que passam pela
escola de Ensino Fundamental. Revela-se um ¿não lugar¿ (Marc Augé, 1994) onde o discurso
curricular novo para essa faixa etária, aponta para um movimento entre a Educação Infantil,
referência para a idade até então e o Ensino Fundamental. O grupo de professores
desenvolve ¿artes de viver no campo do outro¿ (Certeau, 2003, p. 86). As professoras que já
trabalhavam no ensino fundamental, desenvolvem artes de trabalho com as crianças de seis
anos e as professoras que vêm da educação infantil, desenvolvem artes de trabalhar com a
mesma criança que elas já conhecem em outro lugar. Ambos os grupos apropriam-se de
linguagens, práticas, espaços e formas de organização uns dos outros para poder resistir às
mudanças e dificuldades e para tornar-se parte do grupo que acabou de se constituir. Estar
nesta fronteira ao contrário de paralisar, mobiliza as professoras no sentido de criarem novas
práticas educativas, não sem tensão, negociação e sobreposição de uma proposta em
relação a outras. Abstract: Curriculum is space and result of a fight process between different traditions and different social conceptions. The process, in this meaning, becomes as important as its effects. It is the translation of the considered socially valid knowledge and it is build to have effects over people. In this way, the law 11.274 fulfillment, that instituted nine years Elementary School and the six years old kids inclusion in this phase, estimates actions, regarding structural and material aspects from school, walking through formation of professors, units managing team and community itself, and the creation of a curriculum that in fact includes the six years old children in the elementary School. From these considerations, it's delineated the following questions: which curriculum has been produced through different narratives of politics, professors and my own narrative as professor's coordinator, for children with six years old who attend Elementary School? To answer this research question, I listened fifteen teachers, responsible in 2008 for the six years old children classes, in Várzea Paulista City, and using narrative as methodological principle, I built monads, understood as "flashes of senses" of the subjects narrated by those teachers. I search in this work make a discussion of six years old children curriculum, from the culture bias, trying to disclose the dimension of the displacements provoked in the citizens that went through the Elementary School. A "non place" is revealed (Marc Augé, 1994) where the new curricular speech for this age group points to a movement between the Pre-primary Education, reference for the age until then, and Elementary School. The professor group develops "arts of living in someone else's field" (Certeau, 2003, P. 86). The teachers who have already worked in basic education, develop arts of work with six years old children and the teachers that came from Pre-primary school, develop arts to work with the child they'd already known in another place. Both groups assume languages, practices, spaces and organization ways, one from the others, to be able to resist the changes and difficulties and become part of the group that has just been constituted. Be in this border unlike to paralyze, mobilize teachers in direction to create new educational practices, not without tension, negotiation and overlapping proposals in relation to others. Mestrado Ensino, Avaliação e Formação de Professores Mestre em Educação