Tesis
Em busca da normalidade : sendo-com adolescentes com insuficiência renal crônica
In search of normality : being with adolescents with chronic kidney disease
Registro en:
Autor
Souza, Marcela Astolphi, 1988-
Institución
Resumen
Orientador: Luciana de Lione Melo Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Enfermagem Resumo: A adolescência deve ser considerada como um momento existencial para além da idade cronológica, da puberdade e das transformações físicas, porquanto não existe uma única adolescência sem temporalidade. Promover, prevenir e cuidar da saúde do adolescente no Brasil é um desafio, pois embora existam políticas públicas, estas não se constituem em garantia de direitos. O adolescente com doença crônica é uma realidade considerando-se o perfil de morbimortalidade atual que evidencia o aumento das doenças crônicas e a diminuição das doenças infectocontagiosas e parasitárias. Como a maioria das doenças crônicas na infância, a insuficiência renal crônica pode ser progressiva e fatal, requerendo cuidados especializados permanentes e submetendo o adolescente a hospitalizações durante o processo de crescimento e desenvolvimento. A insuficiência renal crônica não desencadeia apenas desequilíbrios no organismo, mas interfere na qualidade de vida dos adolescentes, podendo contribuir para o aparecimento de transtornos emocionais relacionados aos impactos negativos oriundos das dificuldades que envolvem a relação com os pares, a participação social e a manutenção das atividades diárias, levando-os a sentimentos de inferioridade e baixa autoestima. O objetivo deste estudo foi compreender o ser-com o adolescente com insuficiência renal crônica a partir do seu discurso de ser-no-mundo. Trata-se de um estudo fenomenológico, fundamentado na Fenomenologia Existencial de Martin Heidegger, realizado com seis adolescentes que estavam vivenciando a insuficiência renal crônica e que são atendidos num hospital de ensino, público, localizado no interior do Estado de São Paulo. Os adolescentes foram entrevistados a partir da questão norteadora "como é ser adolescente com insuficiência renal crônica?" A compreensão dos discursos se deu por meio das descrições das experiências vividas e de acordo com a modalidade de pesquisa qualitativa adotada ¿ análise da estrutura do fenômeno situado. A partir da escuta dos discursos dos adolescentes com insuficiência renal crônica foi possível apreender algumas facetas de como é ser-adolescente-com-insuficiência-renal-crônica, emergindo os seguintes aspectos existenciários deste ser-aí: Sentindo-se diferente, Vivenciando a insuficiência renal crônica por meio da terapia renal substitutiva e Buscando a normalidade. A partir destes eixos temáticos, buscou-se alcançar o sentido heideggeriano do fenômeno em questão. Para os adolescentes, a factualidade é ter a insuficiência renal crônica e esta determina as suas ocupações dentro de um mundo que acontece e que ele se encontra lançado. Ocupam-se com o tratamento e com os cuidados que a doença implica em suas vidas e demonstram que estas ocupações fazem parte de suas existências. Ao apresentarem-se envolvidos na sua factualidade, eles mostram as formas do seu sendo-no-mundo-com-insuficiência-renal-crônica de modo singular. Os jovens associaram a questão do viver com a insuficiência renal crônica à sua própria condição ôntica e a partir de referências já inseridas no seu mundo-vida, apresentaram tentativas de normalizar a situação da doença, ocultando aquilo que se mostra para eles mesmos, da sua própria condição. Diante disto, foi possível apreender que os modos de lidar com as questões existenciais são diferentes e consideram a historicidade e a temporalidade para um ter-que-ser. Assim, diante do ter-que-ser-adolescente-com-insuficiência-renal-crônica, a Enfermagem precisa compreender os modos-de-ser-no-mundo dos adolescentes e (re)pensar o que pode ser realizado e de que maneira, para melhorar o cuidado ao adolescente que, como sujeito de sua história, é permeado por fragilidades e singularidades próprias, em que o adolescente tem sempre a possibilidade de ser e também de poder-não-ser Abstract: Adolescence should be considered as an existential moment beyond the chronological age of puberty and physical changes, because there is no single adolescence without temporality. Promotion, prevention and care of adolescent health in Brazil are a challenge, because although there are public policies, they do not constitute a guarantee of rights. The adolescent with a chronic illness is a reality considering the current morbidity and mortality profile that reflects the increase in chronic diseases and the reduction of infectious and parasitic diseases. Like most chronic childhood disease, chronic kidney disease can be progressive and fatal, requiring continuous specialist care and subjecting the adolescent hospitalizations during the process of growth and development. Chronic renal failure not only initiate imbalances in the body, but it interferes with the quality of life of adolescents and may contribute to the onset of emotional disorders related to negative impacts from difficulties involving peer relations, social participation and maintenance activities daily, leading them to feelings of inferiority and low self-esteem. The aim of this study was to understand the being-with adolescents with chronic renal failure from your speech being in the world. This is a phenomenological study based on the Existential Phenomenology of Martin Heidegger, accomplished with six teenagers who were experiencing chronic renal failure and are treated in a teaching hospital, public, located in the upstate State of São Paulo. Adolescents were interviewed from the guiding question "how to be a teenager with chronic renal failure?" Understanding discourses occurred through the descriptions of experiences and in accordance with the mode adopted qualitative research - analysis of the structure of the phenomenon located. From listening to speeches of adolescents with chronic renal failure was possible to understand some aspects of how it is be-teen-with-chronic-renal-failure, emerging the following existenciários aspects of being-there: Feeling different, Experiencing failure by chronic kidney of renal replacement therapy and Seeking normalcy. From these themes, we sought to achieve the heideggerian sense of the phenomenon in question. For teenagers, the actuality is having chronic renal failure and this determines their occupations within a world that happens and he is released. Dealing with the treatment and care that the disease causes in their lives and show that these occupations are part of their existence. At present themselves involved in its actuality, they show the forms of your being-in-world-with- chronic renal insufficiency - a unique way. Young people associated the matter of living with the chronic condition to its own ontic renal failure and from references already entered in your world life presented attempts to normalize the disease situation, concealing what is shown for themselves, of their own condition. Given this, it was possible to learn ways of dealing with existential issues are different and consider the historicity and temporality for take-that-be. Thus, before the take-that-be-teen-with-chronic renal failure, nursing needs to understand the modes-of-being in the world of teenagers and (re)consider what can be done and how to improve care to the teenager who, as the subject of his story, is permeated by weaknesses and singularities, where the teenager always has the possibility of being and also reach-non-being Mestrado Enfermagem e Trabalho Mestra em Ciências da Saúde