Tesis
Percepções de gestantes negras com HIV sobre a discriminação racial e de soropositivade
Perceptions of pregnant women with HIV black on racial discrimination and seropositivity
Registro en:
Autor
Silva, Agnês Raquel Camisão, 1963-
Institución
Resumen
Orientador: Maria Helena Baena de Moraes Lopes Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Enfermagem Resumo: O objetivo deste estudo foi compreender as vivências e significados da discriminação racial e soropositividade para gestantes negras com HIV. Foram objetivos específicos verificar na literatura brasileira atual as discriminações vivenciadas pela mulher; conhecer como preconceitos relativos à discriminação racial e à soropositividade são vivenciados e identificar os significados da discriminação racial e da soropositividade para estas gestantes. Inicialmente foi realizada uma revisão integrativa da literatura nacional sobre publicações que abordavam o preconceito contra a mulher, de 2008 a 2012. Foram encontrados oito artigos sobre o tema e estabelecidas quatro categorias, a saber: preconceito contra raça/etnia, preconceito contra a homossexualidade feminina, preconceito de gênero e preconceito contra situações de saúde/doença. Para pesquisa de campo utilizou-se o Método Clínico - Qualitativo com tamanho amostral estabelecido por saturação dos dados e a amostra foi composta por nove gestantes com idade entre 21 e 34 anos de idade que se autodeclaram negras. As entrevistas semidirigidas foram realizadas individualmente, gravadas e literalmente transcritas pela pesquisadora. Utilizou-se a técnica de análise temática de conteúdo com base nos recursos psicossociais que possibilitaram a eleição de cinco categorias: (1) Mudança de vida; (2) Angustia; (3) Castigo; (4) Negação; (5) Frustração. Foram também estabelecidas categorias a priori: Significado discriminação racial; Significados da soropositividade e Significados do duplo preconceito. Os artigos estudados, de maneira geral, discutem o preconceito racial contra a mulher; os profissionais de saúde são apresentados como detentores do saber e como aqueles que decidem sobre a terapêutica a ser utilizada sem serem questionadas sobre a intervenção; e mostram que nos serviços de saúde recebem tratamento injusto, descortês e humilhante, portanto, a discriminação racial e de gênero fazem com que as mulheres negras não acessem ou permaneçam nos serviços de saúde. As mulheres negras, grávidas e com HIV entrevistadas revelaram que passam por várias mudanças em suas vidas, buscam viver o presente isoladamente e tem medo da morte; neste momento sua motivação para viver é cuidar-se para cuidar do outro. Elas deixavam transparecer angústia em relação da possibilidade de transmitir vírus do HIV para seu filho. Por terem levado uma vi68da sexual desregrada devem "pagar" por tantos desatinos e sentem terem sido castigadas com o HIV. Algumas mulheres relataram nunca ter percebido o preconceito por ter HIV ou por ser negra, e descrevem como algo absolutamente normal, evidenciando a negação como uma forma de autodefender-se. Uma vez que não poderiam amamentar devido à infecção pelo HIV, temem por um distanciamento afetivo com seu filho. Concluem-se os profissionais da área da saúde necessitam ser preparados para lidar de forma humanizada com esta população. O preconceito, seja ele de que forma for, é algo muito cruel para as pessoas, uma vez que vivenciar o preconceito por muito tempo pode gerar dor, angústia e levar ao adoecimento, como as doenças psicológicas. Os constrangimentos são percebidos durante toda a vida, seja pela cor da pele ou pelo estigma da doença. Muitas vezes o silencio pareceu uma forma de defesa; ao referir ser uma 'negra normal', demonstram que é muito difícil "ser normal" diante desta sociedade que permite tais situações Abstract: The aim of this study was to understand the experiences and meanings of racial and seropositivity among black pregnant women with HIV. The specific objectives verify current Brazilian literature discrimination experienced by women; know how preconceptions concerning racial discrimination and seropositivity are experienced and identify the meanings of racial discrimination and seropositivity for these women. Initially a integrative review of the literature on publications that addressed the prejudice against women, 2008-2012. We found eight articles on the topic and set four categories, namely: prejudice against race / ethnicity, prejudice against female homosexuality , gender bias and prejudice against any health / disease. For field research used the Clinical - Qualitative Method with sample size established by data saturation, and the sample was composed of nine pregnant women aged between 21 and 34 years old who declare themselves black. The semi-structured interviews were conducted individually, recorded and transcribed verbatim by the researcher. We used the technique of thematic content analysis based on psychosocial resources that enabled the election of five categories: (1) Change of life, (2 ) Anguish, (3 ) Punishment, (4) Denial, (5) Frustration. We also established a priori categories: Meaning racial discrimination; Meanings of seropositivity and Meanings double prejudice. The articles studied, in general, discuss racial xxiv prejudice against women, healthcare professionals are presented as holders of knowledge and how those who decide on the treatment to be used without being questioned about the intervention, and show that the services health receive unfair treatment , impolite and humiliating, so the racial and gender make black women do not access or remain in the health services . Black women, pregnant and HIV interviewed revealed that undergo several changes in their lives, seek to live this alone and afraid of death, this time their motivation for living is to take care to look after the other. They betrayed anxiety about the possibility of transmitting the HIV virus to her child. For taking a life unbridled sex should "pay" for so many follies and feel they have been punished with HIV. Some women reported ever having perceived bias by having HIV or being black, and describe as something absolutely normal, showing the denial as a way to defend itself. Since it could not breastfeed due to HIV infection, fear for a distance affective with his son. Concludes the health professionals need to be prepared to deal in a humane way with this population. Prejudice, be it in any way, is something very cruel to people, since experience prejudice long can generate pain, distress and lead to diseases such as psychological diseases. The constraints are perceived throughout life, either by skin color or the stigma of the disease. Often the silence seemed a defense, to mention being a' black normal', demonstrate that it is very hard to be "normal" before this society that allows such situations Mestrado Enfermagem e Trabalho Mestra em Ciências da Saúde