Artículos de revistas
Political Culture And History Teaching Policies In Early 20th-century Santa Catarina [cultura Política E Políticas Para O Ensino De História Em Santa Catarina No Início Do Século Xx]
Registro en:
Revista Brasileira De Historia. , v. 33, n. 65, p. 135 - 159, 2013.
1020188
10.1590/S0102-01882013000100006
2-s2.0-84882975418
Autor
Da Silva C.B.
Zamboni E.
Institución
Resumen
This article analyzes the relations weaved between historiographic production and the production of a history of Santa Catarina for school use in the early 20th century. Republican political culture was constructed and legitimated as part of a phenomenon which needed to formulate answers for society regarding several 'Empire-inherited' issues holding back progress in Brazilian. In the case of Santa Catarina, one of the issues faced was the challenge of patriotic education in a territory where the precarious school system also had to deal with the issue of language, since in several schools the language spoken was German or Italian. These issues are analyzed through the production of the history of Santa Catarina history, consisting of the didactic material published at that time, such as teaching e Geográfico Catarinense (criado em 1896), de manuais didáticos que circularam nesse período, programas e relatórios de ensino. O objetivo é contribuir para o estudo das relações entre ensino de História e cultura política, buscando compreender como o ensino de História participou, naquele período, de projeções simbólicas sobre o futuro do Brasil, a partir de leituras compartilhadas de seu passado. Palavras-chave: ensino de História; cultura política; história regional. programs and reports, by the Instituto Histórico e Geográfico Catarinense (created in 1896). The objective is to contribute to discussions about the relation between history teaching and political culture, in the sense of understanding the ways in which the teaching of history participated, in the early 20th century, in symbolic projections of the future of Brazil through shared readings of their past. 33 65 135 159 Versão ampliada e modificada de texto apresentado no IX Encontro Nacional dos Pesquisadores do Ensino de História, realizado nos dias 18, 19 e 20 de abril de 2011, em Florianópolis (SC). Essas análises resultam da pesquisa A organização do ensino de História e a construção do saber histórico escolar em Santa Catarina (1889 a 1940) desenvolvida nos Programas de Pós-Graduação em História e em Educação da Udesc, com a concessão de duas bolsas de Iniciação Científica. A pesquisa também se articula ao Programa de Pós- -Graduação em Educação da Unicamp, Grupo Memória, como parte das atividades de estágio pós-doutoral desenvolvidas naquela instituição sob a orientação da profa. dra. Ernesta Zamboni, entre maio de 2010 e junho de 2011Gomes, A.C., A República, a História e o IHGB (2009), Belo Horizonte: ArgumentumCarvalho, M.M.C., A escola e a República e outros ensaios (2003), p. 13. , Bragança Paulista (SP): EdusfSaviani, D., O legado educacional do século XX no Brasil (2006), 2.ed. Campinas (SP): Autores AssociadosA atuação de Cacilda Guimarães: lugares e fazeres (Santa Catarina, 1907-1931) (2012), 16 (36), pp. 121-138. , História da Educação, Porto Alegre: Asphe, jan.-abr, Sobre Orestes Guimarães ver: MARTINS, Elizabeth SILVA, Vera Lucia Gaspar daHoeller, S.A.O., Escolarização da infância catarinense: a normatização do ensino público primário (1910-1935) (2008), Dissertação (Mestrado em Educação) - Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade Federal do Paraná. Curitiba, 2009. Sobre os grupos escolares em Santa Catarina ver: DALABRIDA, Norberto (Org.). Mosaico de escolas: modos de educação em Santa Catarina na Primeira República. Florianópolis: Cidade Futura, 2003 e também TEIVE, Gladys Mary Ghizoni. Uma vez normalista, sempre normalista: cultura escolar e produção de um habitus pedagógico (1911-1935). Florianópolis: InsularO Decreto 572 de 25 fev 1911 baixaria o limite de idade para o ingresso na Escola Normal Catarinense a partir de então seriam 16 anos para os homens e 14 anos para as mulheresMoacyr, P., A instrução e as províncias (Subsídios para a história da educação no Brasil) 1834-1889 (1940), 3, p. 395. , Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Goiás. São Paulo: Cia. Ed. NacionalDallabrida, N., A fabricação escolar das elites: o Ginásio Catarinense na Primeira República (2001), Florianópolis: Cidade FuturaFernandez, R.C., Sociogénesis de uma disciplina escolar: la Historia (1997), p. 87. , Barcelona: Ed. Pomares-CorredorFonseca, T.N.L., História and Ensino de História (2005), 2.ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2006 GASPARELLO, Arlette Medeiros. Construtores de identidades: a pedagogia da nação na escola secundária brasileira. São Paulo: Iglu, 2004 BITTENCOURT, Circe. Livro didático e saber escolar (1810-1910). Belo Horizonte: Autêntica, 2008 ABUD, Kátia. Currículos de história e políticas públicas: os programas de História do Brasil na escola secundária. In: BITTENCOURT, Circe (Org.) O saber histórico na sala de aula. São Paulo: ContextoChervel, A., A história das disciplinas escolares: reflexões sobre um campo de pesquisa (1990), 2, pp. 177-229. , Teoria e Educação, Porto AlegreCunha, M.T.S., Essa coisa de guardar (2008), 12 (25), pp. 109-130. , Homens de letras e acervos pessoais. História da Educação, Pelotas (RS), UFPel, maio-agoBerstein, S., A cultura política (1998), p. 353. , In: RIOUX, Jean-Pierre SIRINELLI, Jean-François (Org.). Para uma História Cultural. Lisboa: Ed. EstampaBerstein, S., Culturas políticas e historiografia (2009), pp. 29-46. , In: AZEVEDO, Cecília et al. (Org.). Cultura política, memória e historiografia. Rio de Janeiro: Ed. FGV(2009), Observar, por exemplo, os trabalhos desenvolvidos pelos pesquisadores de variados grupos e núcleos de pesquisa de diferentes universidades do Rio de Janeiro reunidos no projeto "Pronex - Culturas políticas e usos do passado - Memória, historiografia e ensino de História". Um dos resultados do projeto pode ser acompanhado em AZEVEDORevista Trimensal do Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina (1902) IHGSC., 1 (1), p. 7. , Florianópolis, Livraria Moderna de Paschoal Simone, Grifos nossos (1993), É como tem sido chamado o longo ciclo de conflitos armados que se estendeu de 1893 a 1895 e que abrangeu os estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. A partir de setembro de 1893 o movimento foi realimentado pela Revolta da Armada na baía de Guanabara, passando a ter repercussões no estado do Rio de Janeiro e no Distrito Federal. FRANCO, Sérgio da Costa. A Guerra Civil de 1893. Porto Alegre: Ed. UFRGS(1902) IHGSC., p. 27. , Revista Trimensal do Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina Neckel, R., A República em Santa Catarina: modernidade e exclusão (1889- 1920) (2003), p. 47. , Florianópolis: Ed. UFSCGonçalves, J., Sombrios umbrais a transpor: arquivos e historiografia em Santa Catarina no século XX (2006), 2v. Tese (Doutorado) - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em História Social, Universidade de São Paulo. São PauloHenrique da Silva Fontes (1885-1966) foi membro do IHGSC, ocupou diversos cargos no estado de Santa Catarina, entre os quais o de diretor da Instrução Pública, entre os anos de 1919 e 1926 (2010), 4 (32), pp. 77-108. , Suas discussões no IHGSC não raro inferiam diretamente sobre a educação no Estado. Também foi autor da Série Fontes, coleção distribuída gratuitamente na rede de Instrução Pública de Santa Catarina e adotada também nos estabelecimentos de ensino privados, entre a década de 1920 e meados da década de 1950. Sobre a Série Fontes ver: SILVA, Cristiani Bereta da FLORES, Bernardete Ramos. Gênero e Nação. A Série Fontes e a virilização da raça. História da Educação, Pelotas (RS): UFPel , set.-dezCarta enviada em 13 out 1921. Acervo cartas, pasta 196. Arquivo do IHGSC. Grifos nossosGuimarães, L.M.P., Da escola palatina ao silogeu (2007), p. 96. , Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (1889-1938). Rio de Janeiro: Museu da RepúblicaBoiteux, L.A., Notas para a História catarinense (1912), Florianópolis: Tip. a vapor da Livraria ModernaCorrêa, C.H.P., História da Cultura Catarinense: o Estado e as ideias (1997), Florianópolis: Ed. UFSCBoiteux, L.A., Pequena História Catarinense (1920), Ilustrada. Florianópolis: Oficinas a Eletricidade da Imprensa OficialBoiteux, L.A., História de Santa Catarina - Resumo Didático (1930), (Adotada Oficialmente). São Paulo: MelhoramentosRazzini, M.P.G., A produção de livros escolares da Editora Melhoramentos na Primeira República (2012), www.adtevento.com.br/intercom/2007/resumos/R1479-2.pdf, In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO - INTERCOM, 30, 2007, Santos. Anais eletrônicos... Acesso emAcesso em: 12 marLazzari, A., Entre a grande e a pequena pátria: letrados, identidade gaúcha e nacionalidade (1860-1910) (2006), Tese (Doutorado em História) - Unicamp. Campinas (SP), 2004 PEREIRA, Ledir de Paula. O positivismo e o liberalismo como base doutrinária das facções políticas gaúchas na Revolução Federalista de 1893-1895 e entre maragatos e chimangos de 1923. Dissertação (Mestrado em Ciência Política) - UFRGS. Porto AlegreCoulanges, F., A cidade antiga: estudo sobre o culto, o direito, as instituições da Grécia e de Roma (1975), p. 159. , Trad. Jonas Camargo Leite e Eduardo Fonseca. São Paulo: HemusThiesse, A.-M., Ensinar a nação pela região: o exemplo da Terceira República Francesa (2009), 34 (1), pp. 13-28. , Educação, Santa Maria (RS), jan.-abrSanta, C., Programa dos Grupos Escolares e das Escolas isoladas do Estado de Santa Catarina (1914), p. 26. , Aprovado pelo Decreto 796 de 2 maio 1914. Joinville: Tip. BoehmSanta, C., Programa de Ensino dos Grupos Escolares (1920), p. 21. , Aprovado pelo Decreto 1.322 de 29 jan. 1920. Florianópolis: Oficinas a eletricidade da Imprensa OficialOrganizadas em 3 anos de curso (1911), Cf. Decreto 585, de 19 abrRlossato, L., Currículo e saber histórico escolar (2012), 12 (3), pp. 273-286. , o ensino da história pátria nos programas do estado de Santa Catarina no início do século XX. Currículo sem Fronteiras , set.-dezSanta, C., Programa de ensino das escolas isoladas das zonas coloniais (1926), p. 4. , Aprovado pelo Decreto 1.944, de 27 fev. 1926. Florianópolis: Oficinas a eletricidade da Imprensa OficialGoodson Ivor, F., Currículo: teoria e história (1995), p. 36. , Petrópolis (RJ): VozesSanta, C., Programa de Ensino das escolas isoladas (1928), p. 16. , Aprovado pelo Decreto 2.218, de 24 out. 1928. Florianópolis: Tipografia da Livraria ModernaRaimundo Cuesta Fernandez usa o conceito de código disciplinar como categoria central de sua análise (1997) FERNANDEZ, p. 20. , Ele o define como uma tradição social configurada historicamente e composta por um conjunto de ideias, valores, suposições e rotinas que legitimam a função educativa atribuída à História e que regulam e distribuem ordenamentos e práticas de seu ensino. Em certo sentido, o código disciplinar da História encerra normas e convenções socioculturais que designam o que seria legítimo ou ilegítimo no saber escolar Expressão cunhada por Lucas Boiteux (1981), pp. 29-34. , Cf. PIAZZA, Walter. Catarinensismo. In: Aspectos da vida e da obra de Lucas Alexandre Boiteux. Florianópolis: Conselho Estadual de Cultura