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Tramway Modernization And Concentration In Salvador, Bahia, Brazil (1849-1930) [modernização E Concentração Do Transporte Urbano Em Salvador (1849-1930)]
Registro en:
Revista Brasileira De Historia. , v. 27, n. 54, p. 219 - 238, 2007.
1020188
2-s2.0-44649153188
Autor
Saes A.M.
Institución
Resumen
This paper draws on the history of the formation of Salvador's city tramways between 1849 and 1930. The Proclamation of the Republic in Brazil (1889) started the modernization of the tramway companies which, through the merger of enterprises and the arrival of foreign capital, was responsible for the introduction of the electric tramways in Bahia's capital. Two rival groups, in this context, competed in the Brazilian market, now in Salvador: on the one hand, the national enterprise Companhia Brasileira de Energia Elétrica, and on the other, the foreign company Light, led by the North-American entrepreneur Percival Farquhar. In this context of competition, the paper analyses the relation between the enterprises and Salvador's Town Council, the institution responsible for tramway concessions in the city. 27 54 219 238 Este artigo é uma versão ligeiramente modificada do texto História do transporte urbano e público na cidade de Salvador na Primeira República apresentado no VII Congresso Brasileiro de História Econômica e 8a Conferência Internacional de História de Empresas, organizados pela Associação Brasileira de Pesquisadores em História Económica (ABPHE), realizado em Aracaju entre 2 e 5 de setembro de 2007As informações sobre sistema de transporte urbano de Salvador no período anterior à Primeira República foram extraídos de: SAMPAIO, Consuelo. 50 anos de urbanização: Salvador da Bahia no século XIX. Rio de Janeiro: Versal, 2005. p.183Referências sobre a introdução dos serviços de transportes urbanos e iluminação são tratadas de maneira superficial em MORRISON, Allen. The tramways of Brazil: a 130-years survey. New York: Bonde Press, 1985e de maneira tangencial nos trabalhos de: BARROS, Geraldo M. Guilherme Guinle 1882-1960Rio de Janeiro: Agir, 1982, e de GAULD, Charles A. Farquhar, o último titã. São Paulo: Ed. de Cultura, 2006Um excelente levantamento de fontes das empresas de transporte e energia elétrica no Estado foi realizado por MEMÓRIA DA ELETRICIDADE. Acervo histórico da Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia. Rio de Janeiro: Centro de Memória da Eletricidade e Coelba, 1995SAMPAIO, José Luís Pamponet (1850) A inserção da Bahia na evolução nacional, , Sobre a economia e sociedade baiana da Primeira República ver:, 1a Etapa:, Salvador: Governo do Estado da Bahia, 1978 BELÉNS, Adroaldo de Jesus (1881) A modernidade sem rosto, , e as poucas teses e dissertações da Universidade Federal da Bahia são:, Salvador e a telefonia FONSECA, R., (1897) Fazendo Fita, , cinematographos, cotidiano e imaginário em Salvador, 2000 CASTELLUCCI, Aldrin (2001). Salvador dos operários. Uma história da greve de 1919 na BahiaLEITE, R., E a Bahia civiliza-se (1912) Idéias de civilização e cenas de anticividade em um contexto de modernização urbana, , e, Salvador, 1996 Finalmente, os principais trabalhos de história politica da Bahia são: PANG, Eul-Soo. Bahia in the First Brazilian Republic. Coronelismo and Oligarchies, 1889-1934. Gainesville: University Presses of Florida, 1979e SAMPAIO, Consuelo. Os partidos politicos da Bahia na Primeira República: uma política de acomodação. Salvador: Ed. UFBA, 1978A Bahia Light foi uma empresa formada pelo empresário norte-americano Percival Farquhar. Muito embora tenha recebido apoio inicial dos empresários Alexander Mackenzie e Fred Pearson, diretores da São Paulo Light e Rio Light, a empresa baiana não manteve a mesma administração daquelas do Rio de Janeiro e de São Paulo. Financeiramente, enquanto as empresas de São Paulo e do Rio de Janeiro estavam mais diretamente ligadas ao capital canadense, a Bahia Light foi um empreendimento sustentado pelos investimentos de Farquhar e suas conexões com os centros financeiros de Nova York e Paris. As administrações se diferenciavam também porque Mackenzie e Pearson eram personagens presentes e bem relacionados com a elite local de suas concessões, enquanto ao que parece o negócio de Farquhar era secundário dentro de seu complexo de negócios no Brasil, que incluía o Porto do Pará, a fere para a história da Light no Brasil: ARMSTRONG, C. & NELLES, H. Southern exposure: Canadian promoters in Latin America and the Caribbean: 1896-1930. Toronto: University of Toronto Press, 1988McDOWALL, Duncan. The Light. Brazilian Traction, Light and Power Company Limited: 1899-1945. Toronto: University of Toronto Press, 1988SOUZA, E., A história da Light. Os primeiros 50 anos (1982) São Paulo: Eletropaulo, , e, Para a história da Companhia Brasileira de Energia Elétrica, a concorrente da Light nos mercados de São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador ver, BARROS, HANSEN, Cláudia (1982) O poder da Companhia Brasileira de Energia Elétrica em Petrópolis (1909-1927), , Dissertação Mestrado, UFF, Niterói HONORATO, C., O polvo e o porto. A cia (1888) Docas de Santos, , e, São Paulo. Hucitec, 1996 Para uma síntese sobre os conflitos em São Paulo e no Rio de Janeiro ver: HANSEN, Cláudia SAES, Alexandre. Poder Municipal e as concessões de serviços públicos no Brasil no início do século XX. História Econômica & História de Empresas. ABPHE. v.I, 2007Para os conflitos na formação do setor de eletricidade do Rio de Janeiro: HANSEN, 2006, LAMARÂO, Sério. A energia elétrica e o parque industrial carioca (1880-1920). Tese (Doutorado) - UFF, Niterói, 1997WEID, Elisabeth Von der. Estratégias de implantação de uma multinacional numa cidade latino-americana: The Rio de Janeiro Tramway, Light and Power Co. Ltd. 1899-1920. Anais do II Congresso Brasileiro de História Econômica. v.IV. Niterói, 1996Para os conflitos na formação do setor de eletricidade em São Paulo: MARANHÃO, Ricardo. Estado e capital privado na eletrificação de São Paulo in: SZMRECSÁNYI, TámasMARANHÃO, R., (2002) História de empresas e desenvolvimento econômico, , São Paulo: Hucitec SAES, F., (1986) A grande empresa de serviços públicos na economia cafeeira, , São Paulo: Hucitec LORENZO, Helena. Eletrificação, urbanização e crescimento industrial no estado de São Paulo. Tese (Doutorado) - Unesp, Rio Claro, 1993SEGATTO, José Antônio. Relações e conflitos de trabalho na Light de São Paulo In: SZMRECSÁNYI, TámasMARANHÃO, R., (2002) História de empresas e desenvolvimento econômico, , São Paulo: Hucitec SILVA, Heloísa Barbosa. Batalhas pelo monopólio. In: ELETROPAULO. História e Energia. A chegada da Light. São Paulo: Eletropaulo, 1986PONTES, José Alfredo. A Light e a Imprensa. Memória, São Paulo: Eletropaulo, n.22, 1995SAMPAIO, 2005. Para a autora essa foi uma condição peculiar da economia baiana, em que empresários locais tornavam-se os principais agentes da moderniza-cecão dos serviços públicos. Contudo, devemos lembrar que no estado de São Paulo essa foi uma tendência repetitiva em diversas cidades: o grande capital cafeeiro era o responsável pela construção das ferrovias, fundação de bancos e criaç-tiao de empresas de serviços públicos em cidades como São Paulo, Santos, Campinas e Ribeirão Preto, entre tantas outras. Entre alguns exemplos podemos citar as empresas de transporte de São Paulo, como: a Cornpanhia. Carris de Ferro de São Paulo, a Companhia Ferro-Carril de São Paulo, a Companhia São Vicente e a Empresa Vila Mathias. Entre seus empresários e acionistas estavam Francisco de Paula Mayrink e Antônio da Silva Prado, eminentesSILVA, 1986, p.47Arquivo Coelba, T.5.4.009, 13 dez. 1899Em fins de 1898 os direitos da Companhia Transportes Urbanos eram legalmente passados para a Linha Circular, e esta empresa logo se adiantou em estender seus direitos para as novas concessões: A Companhia Linha Circular de Carris da Bahia precisa que V.E. Ihe mande dar por certidão o teor da lei n.330 de 4 de julho de 1898 que concedeu à suplicante prorrogação por 30 anos de favores concedidos em virtude da lei provincial n. 2.406 de 20 de julho de 1883, com extensão dos mesmos às linhas da antiga Companhia Transportes Urbanos e bem assim do teor do contrato & 13 de outubro de 1899, lavrado nesta Intendência para execu-cecão daquela. leiBahia, 2 nov. 1898. Arquivo Coelba. T.5.4.035Arquivo Coelba, T.5.4.035, 14 fev. 1905Arquivo Coelba, T.22.4.001, 24 out. 1907Arquivo Coelba, T.23.4.005, 5 nov. 1907GAULD, 2006,p.125. O valor do capital da Bahia Light em réis (taxa de câmbio média de 1907 a 3,1) era de 10.850:000$000 réis praticamente o valor da receita do estado da Bahia em 1907, de 12.744:739$210Arquivo Municipal de Salvador. Atas da Câmara, 27 fev. 1907Alfredo Valadäo foi quem elaborou o primeiro projeto federal sobre a produção e fornecimento de energia elétrica, já em 1904. Contudo seu projeto levaria cerca de trinta anos para ser aprovado, como o Código de Águas, com a centralização do governo de Getúlio VargasArquivo Municipal, Intendência Processos, 21 mar. 1909(1909) Diário de Notícias, , 9 out Arquivo Municipal, Intendência Processos, 5 out. 1909No discurso do vereador sr. Prediliano Pitta fica claro esse apoio ao empresário Guilherme Guinle: Já é público o pensamento de se render uma homenagem aos atuais dignos diretores da Companhia Linha Circular, que, indiscutivelmente, bastante tem contribuído com esforços manifestos para o progresso material desta cidade. Arquivo Municipal. Atas do Conselho Municipal, 27 set. 1909Arquivo Público do Estado da Bahia. Relatório de Presidente de Estado. José Marcelino de Souza, 1906Arquivo Municipal. Atas do Conselho Municipal, 2 set. 1911Arquivo Municipal. Atas do Conselho Municipal, 17 jun. 1912Os debates sobre a encampação da d'Eclairage foi iniciado no Conselho Municipal, em 27 mar. 1907. Contudo a Bahia Light foi absorvida nesse processo apenas depois de 1911. Arquivo Municipal de Salvador. Atas do Conselho Municipal, 27 mar. 1907Em 1915, a dívida do Município com a Light representava cerca de um terço de toda a dívida municipal. Arquivo Municipal de Salvador. Atas do Conselho Municipal, 21 jan. 1915Arquivo Municipal. Intendência Processos, 11 maio 1921ELETRICIDADE, M.D.A., (1995), 2, p. 22Arquivo Coelba, T.5.2.224., 28 maio 1929Arquivo Coelba, T.16.5.032., 22 set. 1926