Artículos de revistas
Tratamento cirúrgico das valvopatias: Parte 3
Valvopathies: surgical treatment. Part 3
Registro en:
Revista Brasileira de Cirurgia Cardiovascular. Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular, v. 9, n. 4, p. 181-192, 1994.
0102-7638
S0102-76381994000400001
10.1590/S0102-76381994000400001
Autor
Braile, Domingo M
Volpe, Marco A
Ramin, Serginando L
Souza, Dorotéia R. S
Institución
Resumen
This abstract, in three different parts, has presented a briefing on cardiac surgery focusing valve surgiries and valve substitutes successfully used in the 60's at first the mechanical prosthesis, followed by the heterologs afterwards the glutaraldehyde introduction in order to preserve biological tissues. The basic indications to operating on valve lesions consist in symptom relief in preservation of complications and in mortality. Also in the first part, there is description of the surgical indication publication aspects pointing out stenosis and insufficiency of mitral, aortic, tricuspid and pulmonary valves, active inffectious endocarditis and pre-operative procedure in addition to the characterization of different mechanical and biological cardiac valve bioprostheses that exist in the market and their most frequent complications. The surgical treatment in valvopathies, operative techniques to replace mitral, aortic tricuspid and pulmonary valves, anesthetic and post-operative procedure as well as reoperations were covered in the second part of the publication. The abstract was concluded considering particular situations such as surgical treatment in endocarditis in mitral, tricuspid and aortic valves whose tendency is greater than it is in mitral and the most common cause of acute aortic failure as well. The endocarditis development has a different physiopathology when compared to prostheses and native valves, with greater morbi-mortality than that observed in native valves. There are a few endocarditis increasing risk factors in native valves, black race, mechanical prostheses, male sex and long extracorporeal circulation time. The clinical-surgical interaction seems to influence decisively in order to obtain better results in this pathology. Finally our experience has been reported with biological prostheses in mitral and aortic positions in 11 and 10 years of follow-up, respectively. The survival index in mitral replacements was similar amongst youngsters and adults 74% mitral and 67% aortic. Late fatal bioprosthesis related complications in mitral position were rupture, endocarditis, paravalvular leakage, thromboembolism and especially calcification at a rate of 1.0 event % patient-year 95% of the patients free from those complications. In the aortic position, thrombombolism and especially endocarditis were ruled out, amounting to 1.6 events % patient-year (aortic), focusing endocarditis and calcification in mitral and endocarditis and vascular brain stroke in aortic, 55.2% (mitral) and 85.7% (aortic) of the patients free from those complications. Due to the high calcification occurrence, especially among youngsters who underwent bioprosthesis replacement in general, there was a study covering different ages, with bovine pericardium prostheses in mitral position. The results justified the use of this prosthesis even in young patients, as apposed to authors who recommended the use of this graft in patients up to 30 years. It was concluded that bovine pericardium prostheses, when strictly prepared, shows not only a good hemodynamic performance, bur also a late satisfactory evoluation. It is important to consider that a permanent gathering of the literature is fundamental for the community to be aware of the advantages and disadvantages of every prosthesis type available. Este trabalho, subdividido em três partes, apresentou breve histórico da cirurgia cardíaca, com ênfase a cirurgia valvar e substitutos valvulares, empregados com sucesso na década de 60, inicialmente com próteses mecânicas, seguidas pelas heterólogas após a introdução do glutaraldeído para preservação dos tecidos biológicos. As indicações básicas para operar lesões valvares consistem em alívio dos sintomas, prevenção das complicações e da mortalidade. Foram descritos, também, na primeira parte da publicação, aspectos da indicação cirúrgica, com ênfase em estenose e insuficiência das valvas mitral, aórtica, tricúspide e pulmonar, endocardite infecciosa ativa e da conduta pré-operatória, além da caracterização das diferentes próteses valvulares cardíacas mecânicas e biológicas existentes no mercado e suas complicações mais freqüentes. O tratamento cirúrgico das valvopatias, incluindo técnica operatória para troca de valvas mitral, aórtica, tricúspide e pulmonar, condutas anestésica e pós-operatória e reoperações foram abordados na segunda parte da publicação. O trabalho foi concluído considerando as situações especiais, como tratamento cirúrgico na endocardite em valvas mitral, tricúspide e aórtica, cuja incidência é maior que na mitral e a causa mais comum de insuficiência aórtica aguda. O desenvolvimento da endocardite tem fisiopatologia diferente quando comparado às próteses e valvas naturais, com morbi-mortalidade maior que a observada nas valvas nativas. Existem fatores que aumentam o risco de endocardite em valva nativa, raça negra, próteses mecânicas, sexo masculino e longo tempo de circulação extracorpórea. A interação clínico-cirúrgica parece influenciar de forma decisiva na obtenção de melhores resultados para essa lesão. Finalmente, foi registrada a nossa experiência com próteses biológicas em posição mitral e aórtica com 11 e 10 anos de seguimento, respectivamente. O índice de sobrevida na troca mitral foi semelhante entre jovens e adultos (74%) para mitral e 67% para aórtica. As complicações tardias fatais relacionadas à bioprótese na posição mitral foram rotura, endocardite, vazamento paravalvular, tromboembolismo e, principalmente, calcificação, com freqüência de 1,0 evento %/paciente-ano, com 95% dos pacientes livres dessas complicações. Na posição aórtica, destacaram-se tromboembolismo e, principalmente, endocardite, totalizando 1,6 eventos %/paciente-ano, com 92,6% dos pacientes livres dessas complicações. As complicações tardias não fatais apresentaram-se com freqüências de 2,9 (mitral) e 1,1 eventos %/paciente-ano (aórtica), com destaque para endocardite e calcificação para mitral e endocardite e acidente vascular cerebral para aórtica, com 55,2% (mitral) e 85,7% (aórtica) dos pacientes livres dessas complicações. Pela alta incidência de calcificação, principalmente entre pacientes jovens submetidos ao implante de biopróteses em geral, realizou-se um estudo abordando diferentes faixas etárias, com próteses de pericárdio bovino em posição mitral. Os resultados justificam o uso dessa bioprótese mesmo em pacientes jovens, contrariando autores que não recomendam o uso desse tipo de enxerto em pacientes com até 30 anos. Concluiu-se que a prótese de pericárdio bovino, quando rigorosamente preparada, apresenta, além de bom desempenho hemodinâmico, evolução tardia satisfatória. É importante considerar que a reunião permanente da literatura é fundamental para que a comunidade mantenha-se informada das vantagens e desvantagens de cada modelo de prótese disponível. 181 192