Artículos de revistas
Antecedentes do baixo nível de escolarização alcançado por uma coorte de jovens mães brasileiras
Examination of low schooling level of a cohort of young Brazilian mothers
Registro en:
Educação e Pesquisa. Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, v. 40, n. 2, p. 499-516, 2014.
1517-9702
S1517-97022014000200013
10.1590/S1517-97022014005000003
Autor
Corrêa, Humberto
Institución
Resumen
Worldwide research on fertility in the second decade of life has shown that young mothers complete fewer years of schooling than their nulliparous age peers and women who postpone their first childbirth until age 20 or later. In Brazil, few studies have identified the extent to which these gaps were already present before fertility. Thus, it is difficult to assess the real effect of pregnancy and fertility on young mothers’ education. This paper comprises an analysis of the educational progress of a representative sample (n = 225) of young women living in Campinas, a municipality of one million inhabitants in the state of Sao Paulo, Brazil. All individuals in the sample had their first live-born child between the ages of 17 and 19 in 2005 and were interviewed between 2006 and 2007. Their schooling histories from age seven to 16 (when all were still nulliparous) were then reconstituted longitudinally by the use of retrospective questions. The high incidence of academic failures and interruptions in studies prior to the subjects’ pregnancies and first live births indicates that many of them had encountered obstacles in their schooling career before fertility: 28.0% failed and dropped out while 78.2% failed or dropped out of at least one school grade before pregnancy and their first live birth. Thus, cross-sectional studies that analyze the schooling deficits of young mothers only after their first pregnancy or childbirth and directly compare them to the school achievements of childless women-or those who delayed their first childbirth after the age of 20-may not properly identify the origins of age-school grade gaps and the few years of schooling completed. Em todo o mundo, pesquisas sobre a fecundidade efetivada na segunda década da vida demonstram que jovens mães completam menos anos de escolarização se comparadas com pares etárias nulíparas ou, ainda, com mulheres que postergam o nascimento do primeiro filho para os 20 ou mais anos de idade. No Brasil, poucos estudos identificaram em que medida os diferenciais observados já estavam presentes antes da fecundidade e, por essa razão, torna-se difícil avaliar os efeitos do nascimento de um filho sobre as carreiras escolares das jovens mães. O presente estudo analisou a trajetória escolar de uma amostra representativa (n=225) para uma coorte de mães adolescentes residentes em Campinas, município com mais de 1 milhão de habitantes, localizado no Estado de São Paulo. Todas as jovens da amostra tiveram seu primeiro filho nascido vivo entre as idades de 17 e 19 anos no ano de 2005 e foram entrevistadas entre 2006 e 2007. Os anos de estudos concluídos foram mensurados por meio de uma observação transversal e pós-fecundidade. No entanto, a partir de questões retrospectivas, as histórias escolares das jovens mães foram reconstituídas longitudinalmente desde os 7 até os 16 anos, idades em que todas eram nulíparas. As elevadas proporções de repetências e interrupções em período anterior à gravidez e também ao nascimento do primeiro filho das jovens amostradas indicam que muitas tiveram suas histórias escolares cingidas por obstáculos que ultrapassam a questão da fecundidade: 28,0% repetiram de série e interromperam suas carreiras escolares, enquanto 78,2% repetiram ou evadiram ao menos uma série antes da gravidez e do nascimento do primeiro filho. Concluiu-se que, em função da metodologia adotada, estudos transversais que analisam os déficits educacionais das jovens mães somente após a fecundidade e os comparam diretamente com os anos de estudo alcançados por mulheres sem filhos - ou com aquelas que alcançaram a fecundidade após completarem 20 anos de idade - podem não identificar adequadamente a origem temporal da defasagem idade-série usualmente observada. 499 516