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Anhanguera
Registro en:
Fotografia: Percival Tirapeli; Edição: Marina Nogueira e Guilherme Hammel
Autor
Brizzolara, Luis
Resumen
Mármore (3,22m x 1,41m x 1,08m), Pedestal – Granito (1,06m x 2,25m x 2,25m) - Avenida Paulista, bairro Cerqueira Cesar, São Paulo, SP - Brasil Bartolomeu Bueno da Silva ganhou o codinome de Anhangüera – em tupi guarani significa homem que faz fogo – porque quando estava nas Guianas, então terras brasileiras, procurando ouro e pedras preciosas, foi cercado por vários índios, que o ameaçaram de morte. Para se livrar da situação, ateou fogo em um pouco de álcool, produto desconhecido dos índios, que pensavam tratar-se de água. O bandeirante ameaçou fazer o mesmo em todo o rio. Assustados, os nativos entregaram todo o ouro de que dispunham. Acompanharam-no de volta à Capitania de São Paulo e ainda se dispuseram a ser seu exército. A obra foi concebida em Gênova, na Itália pelo escultor Luiz Brizzolara e inaugurada em 11 de agosto de 1924, nos jardins do Palácio dos Campos Elíseos. Depois de 11 anos foi transferida para a frente do parque Trianon. A iconografia do Bandeirante está diretamente relacionada à conquista de terras espanholas, do Rio Grande do Sul ao Amazonas. Baseou-se em uma litografia composta por desenhos de Debret em "Soldados de Mogi das Cruzes combatendo botocudos", publicado em seu livro Viagem pitoresca e histórica ao Brasil ), 1835. Nela um Bandeirante aparece vestido em um gibão ou acolchoado, piquete seta-prova que vai todo o modo até seus joelhos, escondendo parte de seu braço. O harquebus (arma de fogo) na mão e um chapéu de abas largas, bolsa de couro e cinto compõem os acessórios desta figura varonil. Não está claro, no entanto, se ele está usando leggings ou botas altas. Por ocasião do Primeiro Centenário de Independência do Brasil, em 1922, Afonso Taunay solicitou que o escultor italiano Luigi Brizzolara modelasse os Bandeirantes Raposo Tavares e Fernão Dias em mármore de Carrara, peças destinadas ao hall de entrada do Museu Paulista e de Anhanguera para o Trianon Parque. O fundo europeu do escultor fez-lhe adicionar elementos plásticos, exaltando a figura do homem viril, bem-construído e feito mais forte olhando pelas roupas e botas altas. Além disso, as figuras ganham uma ordem estética, com a postura grega de um pé para a frente, e militar, com o harquebus e a espada em forma de concha, bem como roupas bem-cortadas. Contrariando a simplicidade com que viviam naquele deserto, o novo herói-homem estava assim entronizado na iconografia paulistana, idealizada e europeizada, distante do seu verdadeiro estado mestiço, no qual vivia na extrema pobreza. A imagem do Bandeirante vai das esculturas ao heráldico através da obra do pintor paulista José Wasth Rodrigues - que mostra seu trabalho em livros escolares e no imaginário brasileiro - com o brasão da Cidade de São Paulo.