Tesis
Rupturas e continuidades na transição agroecológica: um estudo de caso com pequenos agricultores em Santa Catarina
Autor
Borges, Helena Maria
Institución
Resumen
TCC (graduação) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Curso de Ciências Sociais. O objetivo geral deste trabalho foi identificar pontos de ruptura e
continuidades nos processos de transição agroecológica
observados nos municípios de Campo Belo do Sul, São Bonifácio
e Urubici no Estado de Santa Catarina. Para isso, foi realizado um
estudo de caso com agricultores familiares nessas localidades.
Como resultados, pode-se perceber que fatores econômicos e de
saúde como o aumento da renda e a melhora da qualidade de vida
foram incentivos para que houvesse mudanças nas práticas
agrícolas. Também fica evidenciada a grande lacuna entre o
conjunto de princípios agroecológicos e as práticas agrícolas
destes agricultores, uma vez que as práticas se dão de acordo com
cada contexto, não cabendo numa teoria unificada. Os principais
impasses encontrados no processo de transição são a reduzida
oferta de mão-de-obra no campo, falta de políticas públicas,
isolamento dos agricultores em relação a outros agricultores
agroecológicos e inconstâncias de produção, devido geralmente a
problemas como: solo enfraquecido por atividades anteriores,
estiagens, geadas, alagamentos e, novamente, falta de mão-deobra.
Acredito que a transição agroecológica é um meio
fundamental de ruptura com a agricultura globalizada e com o
antigo paradigma linear. Porém, sua força está na ação coletiva e
não apenas de alguns coletivos de agricultores na zona rural.
Praticar agroecologia não se reduz a plantar de acordo com uma
lista de premissas, considero prática agroecológica um modo de
vida, seu sentido está em ser praticada pelas pessoas
independente de suas profissões, classes sociais ou quaisquer
categorias que queiram colocar - em suas cidades, bairros e casas,
área rural e urbana, como produtores e consumidores. The work main goal was to identify rupture and
continuities points in the agroecological transition observed in the
cities of Campo Belo do Sul, São Bonifácio and Urubici in Santa
Catarina State, Brazil. For that, a case study was held with local
farmers. As results, it could be concluded that economic and
health factors as income and health quality increased allowed
changes in their agricultural practices. It also stands as evident
the great gap between the set of agroecological principles and
those farmers agricultural practices, once those practices are
contextualized, they cannot be put into an unified analytical
framework. The main deadlocks found in the transition process
were the low filed workforce available, the lack of public
policies, agroecological farmers isolation from each other and
unstable production, related generally to problems like: poored
soil due to past activities; doughts; hoar-frosts, floods and, again,
lack of field workforce. I believe the agroecological transition is a
fundamental way of ruptures with the globalized agriculture and
with the old linear paradigm. However, its strength lies in the
collective action and not only in some rural zone farmers
associations. To practice agroecology is not just to plant
according to a set of rules. I consider the agroecologic pratices a
way of life, its reason lying in being practiced for people, despite
their professions, social classes or any other categories – in their
hometowns, neighborhoods and homes, rural and urban areas, as
producers and consumers.