Tesis
Estudos petrológicos do complexo de Maurice Ewing Bank
Fecha
2020-01-08Registro en:
VARGAS, Mateus Rodrigues de. Estudos petrológicos do complexo de Maurice Ewing Bank. 2019. 166 f., il. Dissertação (Mestrado em Geologia)—Universidade de Brasília, Brasília, 2019.
Autor
Vargas, Mateus Rodrigues de
Institución
Resumen
A evolução do Rodínia ainda possui diversas questões que permanecem incógnitas, afetando
diretamente as interpretações paleotectônicas dos eventos geológicos contemporâneos e posteriores.
Este é o caso, por exemplo, do papel da crosta Mesoproterozóica não aflorante ou, ainda, de terrenos
remanescentes como Maurice Ewing Bank e suas relações com o evento formador do Rodínia. Este
trabalho visa refinar, definir e interpretar as rochas do Complexo de Maurice Ewing Bank (CMEB) com
aplicação de estudos petrológicos e geoquímicos. Para assim definir sua trajetória de
recristalização/deformação, comparar CMEB com as principais unidades da orogenia de Natal-Maud
e tecer considerações sobre os blocos envolvidos no processo. CMEB consiste de um terreno
metamórfico polifásico com três ciclos de recristalização. O ciclo formador do Rodínia (R) tem um
episódio de deposição e quatro episódios de recristalização e/ou deformação progressiva
identificados: [1] deposição de paraderivados, em ambiente de back-arc, próximo à área fonte (R0); [2
e 3] período de longa exposição à alta temperatura e pressão, relacionado com cinturão de
cavalgamento e dobramento (R1 e R2); [4] fim do evento colisional, caracterizado pela ocorrência de
granitóides pós-orogênicos (R4). Nós interpretamos que R1 e R2 coincidem com a mais velha idade
adquirida nos granitoides sin- a tardi-deformacionais de 1068 ± 28 Ma. Um evento de exumação
tectônica, em R3, é relacionado com a idade dos granitóides sin- a tardi-deformacionais em 1032 ± 12
Ma. Subsequentemente, o evento R4 é relacionado com delaminação crustal em 1006 ± 13 Ma. O
reset nos sistemas Rb-Sr e K-Ar foi gerado por um ciclo metamórfico posterior, na facies Xisto Verde.
Nós o interpretamos como causado por anomalias termais distais associadas com eventos
Neoproterozóicos-Paleozóicos como orogenias Panantárticanas-Panafricanas-Gondwanides. O ciclo
anquimetamórfico, abaixo de 300ºC, é relacionado com eventos ainda incompreendidos de
rifteamento na região, de idade Juro-Cretáceo. CMEB, na transição Meso- Neoproterozóico constitui a
frente deformacional da orogenia Natal-Maud, estando entre dos terrenos Margate e Heimefrontfjella.
Sugerimos que a colisão entre os crátons de Kaapvaal e Coats-Patagônia geraram não somente as
rochas Mesoproterozóicas de Dronning Maud Land Oeste, mas também as de CMEB, Província
Natal, Complexo de Cape Meredith e as rochas que geraram a anomalia de Beattie-A. O bloco de
Patagônia consiste de apêndice entre Laurentia e Coats-Land. Portanto, a orogenia de Natal-Maud
deve ser considerada como Grenviliana.