Tesis
Ensaio clínico, randomizado, triplo cego, comparativo em cicatrização de úlceras de estase de membros inferiores entre curativos padrão e curativo padrão com extrato de syzygyum cumini
Fecha
2022-08-17Registro en:
ARAÚJO, Gilson Roberto de. Ensaio clínico, randomizado, triplo cego, comparativo em cicatrização de úlceras de estase de membros inferiores entre curativos padrão e curativo padrão com extrato de syzygyum cumini. 2022. 111 f., il. Tese (Doutorado em Ciências da Saúde) — Universidade de Brasília, Brasília, 2022.
Autor
Araújo, Gilson Roberto de
Institución
Resumen
Objetivo: Testar a eficácia e segurança do curativo de hidrocoloide com extrato de Syzygium
cumini a 50% na cicatrização de úlceras venosas e encontrar uma substância que tenha poder
de cicatrização, com ação bactericida, anti-inflamatória e cicatrizante, de baixo custo e de
baixo risco de reação alérgica para o tratamento de úlceras de estase.
Materiais e métodos: Baseado em trabalhos com animais, selecionou-se o extrato de
Syzygium cumini. Foi realizado um estudo clínico prospectivo, randomizado, triplo cego e
comparativo entre coberturas de hidrocoloide gel com extrato de S. cumini 50% (grupo A) e
hidrocoloide gel (grupo B). Em todos os pacientes foi utilizado compressão pelo sistema
Circaid® Medi©, ajustados em 40mmhg de compressão. Foram randomizados
aleatoriamente 44 pacientes no grupo A e 46 no grupo B, que foram acompanhados no
mínimo por 13 semanas a cada 15 dias até a cicatrização completa ou final do estudo.
Resultados: No modelo uni variado de regressão Cox, não houve diferença na cicatrização
entre os grupos B e A dependendo do tipo de cobertura usado [HR 1,7059; IC (0,7387-
4,0011); p=0,1580]. A área da ferida na V1 (cada 100mm² a mais) mostrou-se com
significância estatística na dificuldade de cicatrização [HR 0,9506; IC (0,90955-0,9811);
p=0,00865, p<0,05). A cultura positiva para Pseudomonas aeruginosa foi o quesito isolado
que maior relevância teve em relação à dificuldade de cicatrização, com uma redução de
risco de cicatrização de 88% (IC 95% 47-95%) tendo sua presença uma significância
estatística importante [HR 0,1229; IC (0,041777-0,3263); p=0,00005, p<0,0001]. Os outros
parâmetros como idade, IMC, tempo de ferida, mostraram tendência a piora na cicatrização,
porém não alcançaram P<0,05. Nas análises multivariadas em três modelos diferentes temos
que o IMC, o tamanho da ferida em V1 e principalmente a cultura positiva para
Pseudomonas aeruginosa tiveram p<0,05.
Conclusão: Apesar de ter tido cicatrização superior (77,3% X 73,9%) para o grupo A, não
houve diferença estatística no resultado. O tamanho inicial da úlcera, o IMC e,
principalmente a contaminação da ferida, em especial pela Pseudomonas aeruginosa, foram
decisivos para a cicatrização da lesão. Coberturas sem elementos que efetivamente diminuam a contaminação bacteriana terão dificuldade de apresentar melhora nos índices de
cicatrização atual.