Tesis
Aristóteles no labirinto da memória : experiências do trágico em O nome da rosa de Umberto Eco
Fecha
2019-02-18Registro en:
CASTRO, Lilian Monteiro de. Aristóteles no labirinto da memória: experiências do trágico em O nome da rosa de Umberto Eco. 2018. 141 f., il. Dissertação (Mestrado em Literatura)—Universidade de Brasília, Brasília, 2018.
Autor
Castro, Lilian Monteiro de
Institución
Resumen
Esse texto visa discutir como o romance O nome da rosa, de Umberto Eco, transforma hipotextos como A divina comédia, de Dante Alighieri, Édipo rei, de Sófocles, algumas aventuras do famoso detetive Sherlock Holmes, personagem de Arthur Conan Doyle e a Poética, de Aristóteles, que apesar de não ser um texto literário, é um texto canônico. Para revocar a memória dos hipotextos, Umberto Eco utiliza ainda artifícios da mnemotécnica, já mencionada por Aristóteles em seu texto Da memória e da revocação. A mnemotécnica em sua forma “clássica” tinha, originalmente, o objetivo da memorização e da revocação de trechos de longos discursos por um orador. Na medievalidade assume uma dimensão ética, lembrando o cristão devoto de seu caminho rumo à salvação ou à danação e foi empregada nas arquiteturas românica e gótica. No Renascimento italiano, a mnemotécnica será associada ao hermetismo, sendo utilizada como código para segredos iniciáticos. O primeiro capítulo procura apresentar as premissas teóricas do trabalho, a existência de uma memória que se engendra a partir da própria literatura e os artifícios do autor em garantir a verossimilhança, tornando o romance não somente histórico, mas historiográfico; o segundo capítulo se propõe à análise das transformações hipertextuais feitas por Eco de A divina comédia, Édipo rei e alguns textos de Sherlock Holmes; o terceiro capítulo apresenta uma análise sobre os artifícios mnemotécnicos utilizados pelo autor e a transposição da Poética, de Aristóteles.