Tesis
Estudo da litosfera sob o Brasil o utilizando Tomografia Sísmica de Múltiplas Frequências com Ondas S
Fecha
2021-11-22Registro en:
ALBUQUERQUE, Diogo Farrapo. Estudo da litosfera sob o Brasil o utilizando Tomografia Sísmica de Múltiplas Frequências com Ondas S. 2021. 168 f., il. Tese (Doutorado em Geociências Aplicadas)—Universidade de Brasília, Brasília, 2021.
Autor
Albuquerque, Diogo Farrapo
Institución
Resumen
O objetivo principal deste trabalho é utilizar a Tomografia Sísmica de Múltiplas
Frequências com Ondas S para obter imagens, com maior resolução espacial, das
anomalias de velocidade presentes na litosfera e no manto sublitosférico sob o
Brasil, abrangendo regiões que ainda não foram estudadas por esse método. Para
fins de controle de qualidade dos dados sismológicos, foi utilizada a Análise do
Movimento de Partícula de Ondas P telessísmicas para identificar estações com
erros de orientação que pudessem, em última instância, afetar o cálculo dos
resíduos relativos necessários à inversão tomográfica. Foram estimados os erros de
orientação de 156 sismômetros, dos quais 17 possuíam erros absolutos maiores que
10o. Somente para a estação BOAV (sub-rede BR-UnB) foi estimado um erro de
orientação maior de ±90o (+177,5o). Essa análise também permitiu a identificação da
origem dos erros de orientação. Com exceção de BOAV, instalada com as
componentes Norte-Sul invertidas, os erros de orientação foram ocasionados
principalmente pela declinação incorreta na bússola. Com o intuito de verificar a
influência da geologia nos valores de desvio azimutal, foram realizados testes
estatísticos comparando grupos de estações instaladas em dois tipos de ambientes
geológicos. Os resultados indicaram que as estações localizadas em regiões de
Embasamento Pré-Cambriano tendem a gerar valores de desvio azimutal mais
acurados em relação às que estão em Coberturas Fanerozoicas. Após a correção de
orientação, realizada a partir dos erros estimados, os dados passaram por um
procedimento de correlação cruzada para obter os resíduos de tempo que,
posteriormente, foram utilizados na inversão tomográfica. Esta, por sua vez, gerou
os mapas e perfis de anomalias de velocidade de Ondas S em diversas
profundidades, com resolução significativamente melhor do que os modelos
encontrados na literatura, sobretudo se comparados com trabalhos que utilizaram
como base a Teoria Geométrica do Raio. Esses resultados permitiram aprimorar o
conhecimento atual e levantar discussões a respeito de diversos aspectos das
anomalias de velocidade observadas e sua interpretação dentro do contexto de cada
Província Estrutural brasileira. A partir dos mapas e perfis, foi possível identificar
anomalias de alta velocidade relacionadas aos blocos cratônicos da Bacia do
Paraná (Bloco Paranapanema), do Cráton Amazônico, do Cráton São Francisco e da
Bacia do Parnaíba (Cráton São Luís). Já as anomalias de baixa velocidade estão
relacionadas a zonas de sutura e de afinamento litosférico. A sismicidade registrada
na Província Tocantins também segue os contornos das anomalias de baixa
velocidade nessa região, que pode ser consequência da existência de zonas de
fraqueza decorrentes do afinamento litosférico com ascensão da astenosfera mais
quente. Tal afinamento faz com que os esforços compressivos que atuam na Placa
Sul-Americana se concentrem na crosta, gerando falhas ou reativando falhas
antigas.