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Causalidade, substância e subjetividade absoluta: a superação Hegeliana do dualismo entre determinismo e liberdade
Fecha
2012Registro en:
9788539702107 (online)
Autor
Ferreiro, Héctor Alberto
Institución
Resumen
A mente humana foi considerada, no começo da história, como
uma completa novidade no conjunto total das coisas do mundo e, nessa
medida, tendencialmente, como algo especificamente diferente em
relação a esse conjunto. É assim que já na cosmogonia mais relevante
para Ocidente, isto é, na cosmogonia do povo judeu, Deus distingue
o ser humano de todas as outras coisas quando disse na hora de sua
criação: “Façamos o homem a nossa imagem, a nossa semelhança”.1
A ideia de o ser humano ser um ser único, parenteado com os deuses
alheios ao mundo, descansa primariamente na sua capacidade de
pensar, ou seja, mais precisamente, no fenômeno da autoconsciência;
esta ideia, comum entre as religiões, está presente também a partir do
começo da reflexão filosófica propriamente dita. Já pode ser encontrada
entre alguns filósofos pré-socráticos - por exemplo, em Pitágoras -
e passa, mais tarde, a formar parte do núcleo mesmo da filosofia de
Platão, de Aristóteles e, através da deles, da filosofia da Idade Média.
Neste contexto geral, Pascal sustentará, então, que o homem é fraco
como um junco, mas que é um junco pensante e, portanto, que, ainda
sendo aniquilado facilmente pelo universo, o homem é mais nobre do
que esse universo que o mata, precisamente porque é ciente de que
morre e dessa vantagem que o universo tem sobre ele; o universo, por
sua vez, não tem consciência alguma de si nem, por conseguinte, de sua
vantagem sobre o homem...