Dissertation
Inibição da arginase de Leishmania por frações do extrato etanólico de Cecropia pachystachya
Fecha
2009Registro en:
CRUZ, E. de M. Inibição da arginase de Leishmania por frações do extrato etanólico de Cecropia pachystachya. 2009. 75 f. Dissertação (Mestrado em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa) - Fundação Oswaldo Cruz. Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz, Salvador, 2009.
Autor
Cruz, Ebenézer de Mello
Institución
Resumen
A leishmaniose atinge cerca de 12 milhões de pessoas no mundo com aproximadamente 60
mil mortes por ano. Os fármacos utilizados são ineficazes e apresentam graves efeitos
colaterais, tornado necessária a busca por novos fármacos. A busca por princípios bioativos
torna-se mais eficaz quando direcionada pelo fracionamento guiado por bioensaios
específicos. Um alvo promissor para busca por novos fármacos é a enzima arginase, pois a
Leishmania deficiente em arginase é incapaz de produzir poliaminas, que são essenciais para
a proliferação, diferenciação e síntese de macromoléculas, sendo assim o alvo selecionado
para direcionar o fracionamento do extrato etanólico de Cecropia pachystachya, visto que já
foi relatada a inibição da arginase de Leishmania (L.) amazonensis por extratos desta espécie
vegetal. Neste trabalho foi demonstrado que o extrato acetato de etila apresentou uma forte
inibição da arginase de L. (L.) amazonensis, uma leve inibição da arginase de Rattus
norvegicus e não apresentou toxicidade em esplenócitos. Com a análise ultraestrutural foi
possível inferir que a inibição da arginase poderia estar provocando estresse oxidativo, visível
com a formação de concreção eletrondensa na matriz mitocondrial e desorganização do k-
DNA, possivelmente devido à inibição da arginase e conseqüente diminuição da biossíntese
de poliaminas e tripanotiona. Em análise computacional, as prováveis substâncias presentes
no extrato acetato de etila (catequina, ácido clorogênico, epicatequina, isoorientina,
isoquercetrina, isovitexina, orientina e procianidina B2) interagem com os aminoácidos ao
redor do sítio ativo da arginase de L. (L.) amazonensis impedindo a entrada do substrato ou a
saída dos produtos resultantes da reação o que acarretaria diminuição na velocidade máxima
da reação. As frações da CLC03 parecem interferir em um outro mecanismo que promova a
morte do parasito além da inibição da arginase. Após os fracionamentos realizados, as
amostras analisadas ainda se mostravam como misturas quando analisadas por CLAE e RMN
de 1H. A diminuição do crescimento das formas promastigotas de L. (L.) amazonensis pode
também promover a diminuição da infecção em macrófagos, mediado pela produção de NO.