Tesis
Uso do tempo em cuidadores familiares de idosos com demências
Use of time in family caregivers of elderly people with dementias
Registro en:
CARVALHO, Elcyana Bezerra. Uso do tempo em cuidadores familiares de idosos com demências. 2017. 1 recurso online (93 p.). Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciências Médicas, Campinas, SP.
Autor
Carvalho, Elcyana Bezerra, 1968-
Institución
Resumen
Orientador: Anita Liberalesso Neri Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciências Médicas Resumo: A Gerontologia tem uma tradição de 30 anos de investigação do uso do tempo por cuidadores, visto como importante variável explicativa da qualidade do cuidado e da qualidade de vida dos cuidadores. Não existe semelhante tradição de estudos nessa área no Brasil. Objetivos: Esta tese de doutorado compreende dois estudos. Um é uma revisão integrativa de literatura que objetiva investigar a evolução das medidas de uso do tempo por cuidadores familiares de idosos com demências, publicadas entre 1993 e 2016. A outra, um estudo descritivo voltado para a investigação de padrões de uso do tempo, levando em conta as características dos cuidadores, as condições do contexto, a dependência física e cognitiva dos receptores de cuidados, as atividades sociais dos cuidadores e sua percepção de sobrecarga. Método: Foram examinados 17 artigos indexados pelos descritores time use measurement, family caregiver e elderly. O estudo descritivo recrutou 50 cuidadores familiares (média de idade = 57.9 ± 11.1 anos; 88% mulheres; principalmente filhas e cônjuges dos receptores de cuidado), que atendiam idosos com demências. Eles foram submetidos a uma "Entrevista sobre o dia anterior", que coletou estimativas do tempo diário gasto em atividades obrigatórias, discricionárias e de recuperação, bem como a questionários e escalas para levantar dados sobre o contexto e os produtos da prestação de cuidados. Resultados: As medidas mais comumente usadas são de autorrelato, validadas por medidas objetivas de ocorrência e duração. Mostram que o tempo dedicado ao cuidado covaria com a dependência do receptor e que o bem-estar subjetivo do cuidador é mais afetado pela restrição do tempo para atividades de livre escolha do que pela sobrecarga decorrente das obrigatórias. No estudo empírico, os cuidadores relataram que gastavam 46% do seu tempo diário em atividades cuidados ao idoso, 37% em atividades de livre escolha, 31,1% em atividades de recuperação e 25,7% em atividades obrigatórias da vida do cuidador. Quanto maior a dependência física e cognitiva dos receptores de cuidados, maior o tempo de cuidado, menor o tempo para si e maior a sobrecarga. Conclusões: A agenda de tempo dos cuidadores é influenciada pela dependência dos receptores de cuidados. O bem-estar subjetivo daqueles é diferencialmente influenciado pelo tempo dedicado a atividades obrigatórias de cuidado e de autocuidado e por atividades discricionárias e de recuperação. Perceber o uso do tempo por cuidadores de idosos com demências como modificável por aprendizagem de habilidades de organização da agenda pessoal e de cuidados pode favorecer providências orientadas à redução da pressão do cuidado sobre o bem-estar dos cuidadores e à melhoria da qualidade do cuidado. Palavras-chave: Tempo; Cuidadores; Dependência; Atividades cotidianas; Idosos; Doença de Alzheimer Abstract: Gerontology has a tradition of 30 years of investigation on the use of time by caregivers, seen as an important explanatory variable of the quality of care and caregivers¿ quality of life. There is no tradition of research in this area in Brazil. Objectives: This doctoral thesis comprises two studies. One is an integrative review of literature aimed at investigating the evolution of measures of use of time by family caregivers of aged people with dementia, published between 1993 and 2016. The other, a descriptive study investigating patterns of use of time, taking in account the caregivers¿ characteristics, conditions of family context, level of physical and cognitive dependence of care receivers, caregivers¿ social activities and subjective burden associated to caregiving. Methods: The revision study examined 17 methodological and descriptive research papers indexed by the descriptors time use measurement, family caregiver, and elderly. The empirical study recruited 50 family caregivers (Mean age = 57.9 ± 11.1 anos, 88% women, who were mainly daughters and spouses of the care recipients) and submitted them to a Yesterday Interview, asking for estimates of time spent on obligatory, discretionary and restauration activities along 4 daily periods of 6 hours, and to questionnaires and scales searching for data on the caregiving context and outcomes. Results: The literature analysis showed that the most common measures of use of time where those of self report, validated by direct observations and Yesterday Interviews. There were observed covariation between time dedicated to caregiving and the level of dependence of care receivers. The caregivers subjective well being is more affected by restrition of time to discretionary than by perceived burden derived from obligatory activities. In the empirical study, the caregivers reported that had spent 46% of their daily time in caregiving, 37% in discretionary activities, 31% in restauration and 25.7% in obligatory activities from the caregivers life. The greater the dependence, the longer the care, the less time for self-care and greater the caregivers¿ subjective burden. Conclusions: Caregivers¿ subjective well being is differentialy influenced by time spent in obligatory, discretionary and restauration activities. Perceiving use of time as a set of learned skills oriented to the organization of activities and to the establishment of priorities is a core aspect of the management of caregivers burden and well-being, as well as of the quality of care Doutorado Gerontologia Doutora em Gerontologia 01P-3489/2014 CAPES