Tesis
Práticas alimentares de crianças menores de um ano residentes em um município de médio porte da região centro-oeste do Brasil
Infant feeding practices in a medium-sized municipality in west center region of Brazil
Registro en:
OLIVEIRA, Tátila Lima de. Práticas alimentares de crianças menores de um ano residentes em um município de médio porte da região centro-oeste do Brasil. 2017. 1 recurso online (110 p.). Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciências Médicas, Campinas, SP.
Autor
Oliveira, Tátila Lima de, 1985-
Institución
Resumen
Orientadores: Rosana de Fátima Possobon, Sérgio Tadeu Martins Marba Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciências Médicas Resumo: Durante os primeiros seis meses de vida, preconiza-se que a criança seja amamentada de forma exclusiva e que, ao sexto mês, comece receber outros alimentos além do leite materno. Contudo, dados epidemiológicos têm apontado para alta prevalência de práticas alimentares não recomendadas. Assim, este estudo teve como objetivo analisar as práticas alimentares no primeiro ano de vida e os fatores associados, entre crianças de uma cidade de médio porte na região Centro-oeste do Brasil. Trata-se de um estudo transversal, realizado em junho de 2012, na Campanha Nacional de Multivacinação do município de Rio Verde, Goiás. A coleta de dados foi realizada por 63 acadêmicos dos cursos de graduação em Nutrição e Enfermagem de duas universidades locais, supervisionados por 24 professores e profissionais de saúde, utilizando questionário estruturado de investigação de práticas alimentares da Pesquisa Nacional de Aleitamento Materno e com aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade de Rio Verde (protocolo: 65/2011). Para análise dos dados realizou-se análise descritiva e cálculo de indicadores conforme recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS), e para avaliação dos fatores associados ao aleitamento materno exclusivo (AME), o modelo hierarquizado de regressão logística múltipla, estimando-se odds ratio e intervalos de confiança e consideradas associações significativas quando p< 0,05. Os dados dos 989 sujeitos deram origem a dois artigos, sendo que um apresenta as práticas alimentares das crianças menores de um ano, considerando 14 indicadores da OMS; e outro avaliou os fatores associados ao AME. Os resultados apontam que entre as crianças menores de um ano: 71,3% receberam leite materno na primeira hora de vida; 71,4% estavam sendo amamentadas, porém apenas 43,2% estavam sendo amamentados apropriadamente de acordo com a idade. O uso de mamadeira foi observado em 65,7% das crianças. Entre as crianças de zero a cinco meses, apenas 32% estavam em aleitamento materno exclusivo, 16,6% aleitamento materno predominante, 31,9% aleitamento materno com alimentos complementares e/ou outros leites, e 18,8% estavam desmamados. Entre seis e nove meses, 92,4% recebiam alimentos sólidos e semissólidos. Ao avaliar a qualidade desta alimentação complementar, 73,6% (n=312) das crianças entre seis e doze meses recebiam a diversidade alimentar mínima recomendada pela OMS, e 76,2% (n=323) tinham a frequência mínima de refeições. Ao combinar esses dois indicadores, 66,0% (n=280) recebiam diversos grupos alimentares e em frequência aceitável. Importante salientar que apenas 78,1% recebiam alimentos ricos em ferro. Destaca-se ainda a baixa mediana AME de um mês e nove dias, e de aleitamento materno de dez meses e quinze dias. Na análise hierarquizada dos fatores associados ao AME, as crianças que não tiveram AME no primeiro dia em casa (ORaj=2,62; IC=1,60-4,29), com idades entre 3 e 6 meses (ORaj=4,77; IC=2,97-7,67), que faziam o uso de chupeta (ORaj=3,99; IC=2,48-6,44), e aquelas que passaram pelas consultas de rotina no setor público (ORaj=1,92; IC=1,41-3,64) tiveram maior chance de não estar em aleitamento materno exclusivo. Portanto, a alimentação no primeiro ano de vida é caracterizada por introdução precoce de alimentos e bebidas, e a alimentação complementar oportuna e de qualidade também precisa ser promovida Abstract: During the first six months of life, it is recommended that the child be exclusively breastfed and by the sixth month, start receiving other foods besides breast milk. However, epidemiological data have pointed to a high prevalence of non-recommended eating practices. Thus, this study aims to analyze the eating practices in the first year of life and the associated factors, among children of a medium-sized city in the Center-West region of Brazil. This is a cross-sectional study carried out in June 2012 in the National Multivacination Campaign in the city of Rio Verde, Goiás. Data collection was performed by 63 undergraduate students in Nutrition and Nursing from two local universities, supervised By 24 teachers and health professionals, using a structured questionnaire to investigate the feeding practices of the National Breastfeeding Research and with the approval of the Research Ethics Committee of the University of Rio Verde (protocol: 65/2011). To analyze the data, a descriptive analysis and calculation of indicators were performed according to the World Health Organization (WHO), and a hierarchical model of multiple logistic regression were performed to evaluate the factors associated with exclusive breastfeeding (EBF), estimating odds ratios and confidence intervals, and considered significant associations when p <0.05. Data from the 989 subjects gave rise to two manuscript, one of which presented the dietary practices of children under one year of age, considering 14 indicators of the WHO; another manuscript evaluated the factors associated with EBF. The results show that among children under one year old, 71.3% received breast milk in the first hour of life; 71.4% were being breastfed, but only 43.2% were being breastfed appropriately according to age. The use of bottle feeding was observed in 65.7% of the children. Among children aged zero to five months, only 32% were exclusively breastfed, 16.6% were breastfed predominantly, 31.9% were breastfed with complementary foods and / or other milks, and 18.8% were weaned. Between six and nine months, 92.4% received solid and semi-solid foods. When evaluating the quality of this complementary feeding, 73.6% (n = 312) of the children between six and twelve months received the minimum recommended food diversity by the WHO, and 76.2% (n = 323) had the minimum meal frequency. By combining these two indicators, 66.0% (n = 280) received several food groups and at acceptable frequency. Importantly, only 78.1% received foods rich in iron. Also noteworthy is the median low of exclusive breastfeeding of 1 month and 9 days, and breastfeeding of 10 months and 15 days. In the hierarchical analysis of the factors associated with exclusive breastfeeding, children who did not have exclusive breastfeeding on the first day at home (OR= 2.62, CI= 1.60-4.29), aged between 3 and 6 months OR= 4.77, CI= 2.97-7.67), who used pacifiers (OR= 3.99, CI= 2.48-6.44), and those who underwent routine consultations in the (OR= 1.92, CI = 1.41-3.64) had a greater chance of not being exclusively breastfed. Therefore, feeding in the first half of life is characterized by early introduction of food and beverages, and timely and quality supplementary feeding also needs to be promoted Doutorado Saude da Criança e do Adolescente Doutora em Ciências 01-P-4525/2013 CAPES