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A inclusão escolar sob a ótica do aluno com surdez: subsidiar reflexões para a psicologia e a educação
Registro en:
COSTA, Maria Freire da. A inclusão escolar sob a ótica do aluno com surdez: subsidiar reflexões para a psicologia e a educação. 2013. 127 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Fundação Universidade Federal de Rondônia, Porto Velho, 2013.
Autor
Costa, Maria Freire da
Tada, Iracema Neno Cecilio
Institución
Resumen
Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação: Mestrado Acadêmico em Psicologia - MAPSI, da Universidade Federal de Rondônia (UNIR) como requisito final para a obtenção do título de Mestre em Psicologia. Orientadora: Profa. Dra. Iracema Neno Cecilio Tada. Esta dissertação expõe pesquisa que, buscou apontar como a Psicologia na perspectiva
Histórico-Cultural pode contribuir com a Educação escolar, para intervir nos processos
formativos na Educação Especial e Inclusiva, analisando o processo de escolarização de um
adulto surdo que estudou tanto no Ensino Especial como na Escola Regular. A fundamentação
teórica teve como base os estudos de Vygotski e Luria que analisaram a constituição psíquica
humana, postulando que no homem tal formação estabelece-se socialmente, considerando que
a expansão da consciência se dá através da aquisição da linguagem e do legado cultural
historicamente acumulado. Esses estudiosos defendiam que tanto a ciência psicológica como
a educação podem impulsionar o desenvolvimento das funções psicológicas superiores,
através de subsídios às ações pedagógicas conscientes, afirmando que, uma vez adequadas
tais práticas o aprendizado das pessoas com surdez seria efetivado. No que se refere ao
aspecto metodológico, esta investigação caracteriza-se como pesquisa qualitativa com foco
educacional, na modalidade de estudo de caso. Esta escolha investigativa se deu pela
possibilidade de analisar em profundidade aspectos teóricos, confrontando o exposto na
legislação vigente, com aplicabilidade prática de um caso de inclusão educacional,
considerando as interrelações entre os diversos atores escolares ouvintes e o surdo no
cotidiano escolar. Os dados foram coletados no Estado do Acre, sendo o colaborador um
adulto de 28 anos, com surdez congênita, usuário da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS),
aluno de uma escola técnica. Para coletar esses dados utilizou-se, como instrumento,
entrevistas semiestruturada gravada em vídeo – com a intermediação do intérprete de Libras,
análise documental e diário de campo. Os resultados mostrou o enorme desafio desse discente
para manter-se no Ensino Regular, dadas as dificuldades de mediação, inicialmente, pela
ausência do intérprete; posteriormente, com o intérprete, pela inadequação nas metodologias
resultando em um processo de escolarização aquém do proposto pela política nacional de
educação inclusiva. Além disso, verificou-se que há uma enorme precariedade na atuação de
profissionais da psicologia no sistema educacional acreano; os poucos existentes ainda estão
atuando com enfoques na Psicologia clínica, contrariando as discussões nacionais que
sugerem práticas mais coletivas e menos biologizantes. Considerando que a Educação escolar
é um ato intencional, que a Psicologia Escolar Crítica possui conhecimentos que podem
subsidiar práticas pedagógicas concretas, humanizadoras e menos alienantes, é preciso
investimento em cursos de formação continuada para os profissionais da Educação Especial e
Inclusiva. É preciso que os atores escolares tenham compromisso com uma prática voltada
para a educação coletiva social, a fim de refletir práticas inclusivas mais conscientes,
adotando subsídios teóricos, que os tornem capazes de confrontar, o discurso ideológico de
educação para todos existente numa educação, a brasileira, profundamente excludente;
pensando em ações para um discente menos idealizado, mas sobretudo considerando sua
inserção sócio-histórico, identificando suas possibilidades de aprendizado, tenha ou não
deficiência.