Artigo Científico
Indicadores de oxigenação em pacientes com COVID-19 em uso de ventilação mecânica
Autor
Galvane, Isadora Ascari
Pizoni, Chaiane Zanini
Institución
Resumen
INTRODUÇÃO: A infecção pelo vírus Sars-CoV-2 causa complicações ao organismo humano, como a Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo de acordo com os critérios de Berlim, estes pacientes necessitam de aporte ventilatório quando internados em UTI. A relação PaO2/FiO2 classifica a gravidade da SDRA, outros indicadores de oxigenação, como o diferença alvéolo-arterial de O2 (DAaO2) e o percentual de shunt, são medidas de troca gasosa que avaliam o desequilíbrio na relação V/Q.
MÉTODOS: Estudo de coorte retrospectiva, que avaliou indicadores de oxigenação em pacientes diagnosticados com COVID-19 submetidos a ventilação mecânica invasiva em uma unidade de terapia intensiva no Hospital Nossa Senhora da Conceição entre março de 2020 e março de 2021.
RESULTADOS: Foram incluídos 287 pacientes, 58,9% do sexo masculino, a média (±DP) de idade foi 59,8 (±15,0) anos, a mediana (p25-p75) do tempo de internação foi 14 (7-23) dias e 65,2% dos pacientes evoluíram a óbito. Nas primeiras 48h de internação em UTI 45,6% dos pacientes apresentaram SDRA moderada. As médias (±DP) do shunt pulmonar, DAaO2 e RALE foram, respectivamente, 32,4 (± 16,5) %, 298,6 (±158,6) mmHg e 12,6 (±3,6). Na análise multivariada para o desfecho óbito foram associados a idade avançada, alta pontuação RALE e maior DAaO2.
CONCLUSÃO: Alterações no gradiente alvéolo-arterial de O2 e padrão radiológico RALE foram relacionados a maior mortalidade em pacientes com COVID-19 em uso de ventilação mecânica. Não foi possível estabelecer associação com o shunt pulmonar.