Artigo de Periódico
Avaliação da hipercalcemia assintomática em pacientes ambulatoriais
Assessment of asymptomatic hypercalcemia in outpatients
Autor
Costa, Mônica Barros
Lanna, Carla Marcia Moreira
Braga, Maria Helena
Magalhães, Simone
Institución
Resumen
INTRODUCTION: Indiscriminate serum calcium measurement may lead to the identification of asymptomatic patients with hypercalcaemia, which is caused mostly by primary hyperparathyroidism. OBJECTIVE: To discuss the frequency of hypercalcaemia and the type of assessment of this condition in an outpatient population, with emphasis on the investigation of primary hyperparathyroidism. MATERIAL AND METHODS: In a prospective study 1,049 subjects (age range: 40 to 60 years old) underwent serum calcium and albumin determination and the corrected calcium values were calculated. When there was a rise in the corrected calcium level, ionized calcium, phosphate, parathyroid hormone (PTH) and urinary calcium were measured. RESULTS: The average age was 49.7 ± 13.7 years old, and 188 subjects (17.9%) had elevated corrected calcium levels. Among these, 90 patients underwent the second investigation and 19 (2%) remained hypercalcemic. Ionized calcium levels (average: 1.2 ± 0.01 mmol/L) were normal in all subjects. Urinary calcium was 185.8 ± 111.8 mg/24 hours. PTH levels (average: 46 ± 11.8 pg/mL) were elevated in three subjects whose parathyroid scintigraphies were normal. DISCUSSION: The fall in the frequency of hypercalcaemia based on corrected serum calcium levels and mostly after determination of serum ionized calcium suggests that determinations of serum free calcium are a better screening test. No subject was diagnosed with hyperparathyroidism, what suggests an uneven distribution of the disease in different populations. CONCLUSION: Routine serum calcium determinations in asymptomatic patients must be questioned. When serum calcium determination is thought necessary, ionized calcium levels should be favored. INTRODUÇÃO: Dosagens indiscriminadas de cálcio sérico podem levar à detecção de pacientes assintomáticos, com hipercalcemia, em que o hiperparatireoidismo primário é a causa mais comum. OBJETIVO: Discutir a forma de avaliação da hipercalcemia detectada em população atendida em regime ambulatorial, avaliando a sua freqüência, com ênfase na pesquisa de hiperparatireoidismo primário. MATERIAL E MÉTODOS: Foi realizado estudo prospectivo envolvendo 1.049 indivíduos, de 40 a 60 anos, com dosagens séricas de cálcio e albumina, e calculado o valor de cálcio corrigido. Na presença de elevação do cálcio corrigido, foram dosados cálcio iônico, fósforo, paratormônio (PTH) e calciúria. RESULTADOS: A idade foi 49,7 ± 13,7 anos e 188 (17,9%) indivíduos apresentaram valores elevados de cálcio corrigido. Desses, 90 pacientes compareceram à segunda avaliação e 19 (2%) mantiveram quadro de hipercalcemia. Os níveis de cálcio iônico (média: 1,2 ± 0,01 mmol/l) foram normais em todos os indivíduos. A calciúria foi 185,8 ± 111,8 mg/24 horas. Os níveis de PTH (média: 46 ± 11,8 pg/ml) foram elevados em três casos, com cintilografia de paratireóides normal. DISCUSSÃO: A queda na freqüência de hipercalcemia com base no valor do cálcio corrigido e, sobretudo, após dosagem de cálcio ionizável sugere que a dosagem de cálcio livre seja preferida como triagem. Na população estudada não foi diagnosticado hiperparatireoidismo, sugerindo distribuição variável da doença em diferentes populações. CONCLUSÃO: Deve ser questionada a dosagem rotineira de cálcio sérico em indivíduos sem quadro clínico que indique a necessidade da realização desse exame. Quando realizada, a dosagem de cálcio iônico deverá ser preferida.