Dissertação
As mulheres sob o capital: o papel do trabalho doméstico na relação entre a opressão das mulheres e a exploração capitalista
Women under the capital: the role of domestic work in the relation between women's oppression and capitalist exploitation
Registro en:
Autor
Barbosa, Carolina Marques
Institución
Resumen
The issue of women in capitalist society is framed by several challenges in daily women's
lives. So far, studies on this subject have been massively developed by post-modern
theories and do not cover the historical-social totality that comprises the oppression
between both genders. It is urgent to carry out analyzes from the perspective of class,
based on the concepts of political economy, to understand how oppression and
exploitation are related in the structure of the capitalist social organization. This study
developed a theoretical-conceptual investigation, based on historical-dialectical
materialism, to discuss the maintenance and deepening of women’s oppression as a
guarantee of capitalist exploitation, investigating how the Marxist literature has
understood domestic unpaid work as the link between women's oppression and capitalist
exploitation. Thus, this study developed a historical review of the genesis oppression
between genders, placed in the class struggle, as well as the analysis of political economy
categories to discuss how unpaid domestic work articulates the oppression of women and
capitalist exploitation. It was noticed that oppression goes side-by-side with the
possibility of exploiting the work of others. The division of society into classes sets the
moment when the opposition between men and women was born, and since then,
oppression and exploitation have been interchanged inseparably. It was also understood
that the oppression experienced by women, together with other oppression experienced
by the working class, is incorporated and adapted to capital, making up its central
contradiction. Therefore, capitalism will develop a reproductive policy, based both on
violence and on ideology, in which domestic work and its naturalization as a female workrole
fulfill the function of keeping the workforce value reduced and increasing
expropriation of relative surplus-value, establishing the oppression of women as a vehicle
of capitalist exploitation. Pesquisa sem auxílio de agências de fomento Dissertação (Mestrado) A questão das mulheres na sociedade capitalista se configura por diversos enfrentamentos
que se apresentam cotidianamente na vida das mulheres. Até o momento, de modo geral
os estudos sobre o tema têm sido desenvolvidos por teorias pós-modernas e não abrangem
a totalidade histórico-social que constitui a opressão entre os sexos. Entende-se a
necessidade de se realizarem análises na perspectiva de classe, que se fundamentem nos
conceitos da economia política para compreender como se unem opressão e exploração
na estrutura da organização social capitalista. Sendo assim, buscou-se realizar uma
investigação teórico-conceitual, fundamentada no materialismo histórico-dialético, de
modo a apresentar a manutenção e aprofundamento da opressão das mulheres como
garantia da exploração capitalista, perquirindo de que forma a literatura marxista tem
compreendido o trabalho doméstico realizado de forma não paga como elo entre opressão
das mulheres e exploração capitalista. Para tanto, realizou-se uma retomada histórica da
gênese da relação de opressão entre os sexos, inserida na luta de classes, bem como o
resgate de categorias da economia política para analisar como o trabalho doméstico
realizado de forma não paga articula a opressão das mulheres e a exploração capitalista.
Na investigação realizada se percebeu que a opressão caminha lado a lado com a
possibilidade de exploração do trabalho alheio. A cisão da sociedade em classes configura
o momento em que nasce a oposição entre homens e mulheres, e desde então, opressão e
exploração se intercambiam de forma inseparável. Entendeu-se também que a opressão
vivida pelas mulheres, junto às demais opressões vividas pela classe trabalhadora, é
incorporada e adaptada ao capital, compondo a sua contradição central. Para tanto, o
capitalismo irá desenvolver uma política reprodutivista, fundamentada tanto na violência
quanto na ideologia, na qual o trabalho doméstico e sua naturalização enquanto uma
função-trabalho feminina cumprem a função de manter reduzido o valor da força de
trabalho e de ampliar a expropriação da mais valia relativa, instituindo a opressão das
mulheres como veículo da exploração capitalista.